CINCO - PHOEBE

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  - Que tanto sono é esse? – minha mãe me perguntou quando eu bocejei pela milésima vez naquele almoço. – Você tem dormido normalmente à noite?

- Sim senhora! – concordei acenando com a cabeça e ela me olhou de uma maneira desconfiada.

- Você não mentiria para mim, não é Phoebe? – Anastácia é uma mãe muito perspicaz, ela sempre fareja quando um de seus filhos esconde algo.

- Não mesmo, mamãe! – respondi, a verdade é que eu não estava mentindo, mas sim omitindo algo muito importante dela, a minha gravidez.

- Assim fico mais tranquila! – ela me deu um sorriso doce. – Hoje é um grande dia, não é?

- Sim! É! – eu respondi sabendo o quão feliz ela está em ser avó, só ainda não sabe que será avó em dose dupla.

Meu bebê será apenas três meses mais novo que o de Luz, espero que sejam muito unidos, se for uma menina como Karl insiste, então serão grandes amigas.

- Minhas costas estão me matando! – Luz resmungou entrando na cozinha dos meus pais. – Alguém viu por ai uma travessa com uvas, Esperanza está salivando de vontade de comê-las.

- Oh... Desejo de grávida! – mamãe deu um sorriso ainda mais reluzente.

- Sim! – Luz acariciou a barriga e eu tive que segurar o impulso de fazer o mesmo para não deixar elas desconfiadas. – Essa mocinha é cheia de desejos, igual o Theodore! – ela revirou os olhos e nós rimos.

- Aqui! – mamãe disse colocando a travessa sobre a bancada da cozinha e Luz lambeu os lábios. – Toda sua!

- Obrigada! – ela atacou as uvas com vontade, tanto que eu e mamãe acabamos rindo de seu entusiasmo.

Era incrível o quanto Luz tinha se tornado uma amiga tão querida para mim. Tanto que eu estava esperando ansiosamente que ela se mudasse para Seattle quando casasse com Theodore, mas aconteceu o contrário, desde que se casaram os dois tinham fixado residência em New York, assim meu irmão e minha melhor amiga estavam morando em outro estado.

Engatamos em uma conversa animada sobre Esperanza, a aquela altura todos os familiares já tinham ido embora, na mansão Grey só tinham restado meus pais, Luz e meu irmão, e por fim eu e Karl. Os três homens remanescentes jogavam bilhar na sala de jogos e cá estava eu com essas duas quando meu celular sinalizou uma mova mensagem.

Como você está se sentindo? – era Karl, ele sempre me mandava mensagens pra checar como eu e o bebê estávamos durante o dia.

Bem! Apenas um pouco entediada aqui! – respondi a ele.

Quer ir pra casa assistir algum filme?

Eu queria ir embora, mas não pra casa. – Objetei sem saber o que eu faria com o resto do meu da, pois não estava com humor para me enclausurar em minha cobertura.

Tenho uma ideia! – devolveu minutos depois. Vou me despedir de todos e daqui uma meia hora você faz o mesmo, okay?

Okay! – respondi simplesmente.

Não tinha a menor ideia do que Karl estava aprontando, mas qualquer coisa era válida para acabar com meu tédio. Ele se despediu de todos sob os protestos de Theodore, então meia hora mais tarde foi a minha vez de fazer o mesmo. Quem visse o que nós dois estávamos aprontando pensaria que tínhamos alguma intenção obscura em esconder a amizade que estávamos construindo diariamente ao longo do ultimo mês.

Andei até a entrada do condomínio e Karl me esperava em seu carro ainda na esquina, abri a porta e entrei da forma mais rápida que fosse possível. Ele me olhou e deu um sorriso sincero de quem estava feliz de me ver exatamente naquele lugar, senti-me acolhida em sua presença.

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