TRINTA E TRÊS - PROEBE

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Terminei de me arrumar segurando o choro que estava entalado em minha garganta. Não iria chorar por causa do que Karl estava fazendo, eu me recuso. Engoli o bolo em minha garganta e vesti uma calça social branca pantalona, uma blusa social azul com bolinhas brancas e um blazer azul, estava bonita e profissional.

Peguei o resto das minhas coisas e fui até o quarto de minha Charlotte, lhe beijei sua testa enquanto ela ainda dormia e saí do apartamento sem sequer tomar café da manhã. Até porque, não tinha estômago pra engoli mais nada, além da minha raiva e da minha vontade de bater na cabeça do Karl até que ele acordasse pra vida e percebesse que eu posso ser mais do que um buraco onde ele enfia o pau.

Deus... De onde veio esse pensamento tão agressivo? Eu não sou assim!

Cheguei na Grey Enterprises quase como se ela fosse meu bote salva-vidas. Trabalhei a manhã inteira como louca, sem querer nem saber de parar para fazer mais nada, só pensava em eliminar a briga com Karl da minha cabeça, e pra isso estava usando a minha função de COO e tudo o que eu tinha que fazer pra distrair a minha mente, mesmo assim estava difícil conseguir essa proeza.

- Atrapalho? - a voz do meu pai invadiu o ambiente enquanto eu revisava atentamente para um contrato que será assinado na semana que vem.

- Fique a vontade! - falei colocando o contrato de lado e dando atenção ao meu pai. - Ao que devo a honra da sua visita ao meu escritório? - sorri pra ele como se não tivesse nada de errado comigo.

- Eu não vim aqui como seu CEO - ele disse vindo até mim e beijando a minha testa. - Estou aqui como o seu pai...

- E o que isso quer dizer? - perguntei confusa. - Não me entenda mal, eu adoro ter meu pai por perto, mas é que ele não é de aparecer em nosso local de trabalho...

- Você realmente não sabe? - ele perguntou olhando no fundo dos meus olhos, do mesmo jeito que ele me olhava quando eu era uma criança e tinha aprontado algo que ele já sabia.

- Não faço ideia... - eu até fazia ideia do que ele poderia querer falar comigo, mas eu só não sabia como ele poderia saber sobre o que eu estava passado em casa com o meu noivo cheio de segredinhos.

- Tem uma história de que desde que você chegou nesta empresa você não para um minuto de latir ordens para todos os lados - ele arqueou a sobrancelha como se me desafiasse a discordar dele. - Além do mais - ele suspirou se rendendo. - Karl ligou pra sua mãe preocupado com você, que não jantou, não tomou café da manhã e pelo que a sua secretária me informou você também não almoçou ainda - ele olhou pro relógio que tinha sobre a minha mesa e que marcava duas horas da tarde. - Karl também disse pra ela que vocês tinham discutido...

- Karl está me saindo um bom de um fofoqueiro! - bufei enraivecida, parecia que sempre que eu lembrava dele ou de qualquer coisa relacionado a ele me enfurecia.

- Eu sei que não sou uma de suas amigas, tampouco a sua mãe - ele disse me olhando amorosamente. - Mas ainda sou o homem que mais te ama e te venera nesse mundo todo... - recebi aquele sorriso reconfortante que ele sempre me dava quando eu era criança e me machucava, o sorriso de vai ficar tudo bem,

- Você é o melhor, sabia? - retribui o seu sorriso, mesmo estando com um aperto em meu coração. - Eu só...

- Você o quê, meu anjo? - ele parecia tão atento que a minha vontade de mentir para ele se esvaiu completamente de mim.

- É complicado papai... - suspirei me escorando na minha cadeira, estava exausta da noite mal dormida e da briga de hoje cedo.

- Sou todo ouvidos... - ele disse de uma maneira reconfortante e eu derramei meus problemas nele.

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