Epílogo

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Alguns anos depois

Acordei com batidas na porta, olhei pra um lado e outro é vi os cabelos negros de Raymond no travesseiro ao lado do meu. Afundei meu próprio rosto no meu travesseiro e novamente escutei batidas na porta do meu loft, não fazia ideia de quem era a essa hora, mas não estava nem um pouco afim de me levantar da minha cama.

- Abre essa porta Charlotte! - a voz do meu pai soou através da porta e eu fiquei toda gelada. - Eu sei que você está aí dentro!

- Calma, amor! - a voz da minha mãe soou mais baixa. - Não precisa se exaltar...

- Como não preciso me exaltar se a minha filhinha está trancada lá dentro com algum filho da puta! - ele rugiu e eu pulei da cama completamente desperta. - Charlotte Grey-Harrison, abra essa porta agora!

Fiquei alarmada, meu pai era o homem mais possessivo do mundo, tinha mais ciúmes de mim e das minhas irmãs do que qualquer coisa, então ele chega em meu loft e descobre que estou com um homem, pelo menos ele ainda não descobriu quem é o homem em questão, pois seria um Deus nos acuda se ele descobre que o homem em questão é nada mais nada menos que meu primo, Raymond Grey.

- Ray... - sussurrei sacudindo ele, esse maluco tem o sono mais pesado do mundo. - Ray, acorda! - puxei o lençol que cobria seu corpo deixando seu corpo nu completamente a mercê do frio que fazia no ambiente. - Papai está lá fora! - bati em seu braço e finalmente ele começou a dar sinais que estava acordando. - Acorda porra! - falei e então seus olhos tremeluziam e então os entreabriu.

- Mas o quê...? - sua pergunta foi interrompida pelos gritos do meu pai.

- Se você não abrir essa porta eu vou colocá-la abaixo!

- Tio Karl? - Ray pulou de pé completamente nu, com seu pau balançando semi duro dante da ereção matinal que ele ostentava.

- Sim! - sussurrei agoniada procurando peças de roupas que poderia me vestir antes que ele arrombasse a minha porta e me pegasse vestida na camiseta de Ray. - Se veste antes que ele nos pegue assim... - puxei sua camiseta pela cabeça e joguei em sua direção. - Anda!

Achei uma regata preta, uma calça de moletom, e um par de pantufas. Ray vestiu sua roupa em tempo record, estava com tanto medo de ser pego em meu apartamento quanto eu estava com medo de que descobrissem sobre o nosso rolo assim.

Eu e Ray sempre fomos bem próximos, mesmo morando em cidades diferentes, durante nossa infância fomos bons amigos, mas tudo mudou ao chegarmos na adolescência, foi então que descobrimos os sentimentos que um rapaz e uma moça sentem, os hormônios a flor da pele e tudo deixou de ser fraternal para ser carnal. Tudo bem que nas primeiras vezes era meio esquisito, eu tinha acabado de fazer dezessete e em poucos meses ele também estaria completando dezessete, foi mais forte que nós dois e quando vimos já estávamos deitados lado a lado nus e arquejantes.

Depois disso não podíamos encontrar uma oportunidade de estarmos juntos que nós transavamos, éramos tão frenéticos que não sei como não fomos pegos por ninguém. Apesar de que Nicole tem uma cara de desconfiança sempre que nos encara enquanto nós estamos conversando que me faz imaginar que ela suspeita de alguma coisa, mas também nunca nós disse nada a respeito disso.

Aos dezoito anos decidimos nos inscrever para mesma faculdade, Dartmouth foi a escolhida, eu faço direito e Ray economia. Papai achou o máximo isso, pois apesar de ser um pouco longe de Seattle, ainda sim teria Raymond por perto, como "guardião da minha pureza". Mal sabe ele que estava colocando a raposa para tomar conta do galinheiro, pois desde que colocamos os pés no campus que nós dois nos comportamos abertamente para todos como namorados. Qualquer pessoa que nos conheça no campus sabe que somos namorados, menos a nossa família, é claro!

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