VINTE E SETE - PHOEBE

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Meu despertador tocou e eu virei-me em sua direção o desligando. Karl me puxou um pouco mais em direção ao seu corpo e escondeu seu rosto na curva do meu pescoço, acariciei seus cabelos com as pontas dos meus dedos carinhosamente. Meu noivo era sempre muito manhoso na hora de acordar.

- Acorda, meu lindo! - disse com a voz grogue de sono. - Precisamos trabalhar...

- Ah, não, amor... - ele beijou o meu pescoço e eu fiquei completamente arrepiada. - Sou meu patrão, posso dormir até tarde...

- Mas eu não sou a minha patroa, tenho que voltar ao trabalho! - resmunguei já desperta.

- Mas você é a filha do chefe... - ele levantou a sua cabeça e me deu um sorriso doce. - Amor, a Charlotte é tão novinha e você já quer trabalhar, você sabe que se quiser ficar mais tempo em casa pode!

- Você sabe que gosto de dar bons exemplos... - suspirei tentando convencer ele novamente do meu ponto de vista.

A verdade é que os Estados Unidos é um dos países de primeiro mundo que tem a pior licença maternidade possível. Aqui a mulher só tem direito a apenas três meses de licença não remunerada, é claro que meu pai não concorda com isso, então na Grey Enterprises as suas funcionárias têm direito a quatro meses de licença remunerada com o salário integral. Acredito que somos uma das poucas empresas que fazem isso em nosso país, e Charlotte já tinha completado quatro meses durante o fim de semana, o que significa que tenho que voltar ao trabalho, mesmo desagradando o Karl.

A grande questão para ele é que meu pai é o dono da empresa, ou seja, se eu quisesse ficar de licença maternidade por mais tempo o meu pai não se importaria nenhum pouco, e Karl tem razão, meu pai faz qualquer coisa pelos filhos e netos, mas não gosto de ser tratada diferente dentro da empresa. É claro que exerço o papel de COO dentro da empresa, mas gosto de ter apenas os benefícios que um COO que não é da família teria, não gosto de misturar trabalho com vida particular, meu pai sabe bem disso, mesmo assim ele disse que se eu quisesse ficar mais tempo com Charlotte eu poderia, a questão é que eu sou a filha do dono e não o próprio dono.

Se você me perguntar se eu quero ficar mais tempo em casa me dedicando a minha filha, eu diria sim, mas o que é justo, é justo. Por isso, mesmo sob protesto do Karl eu me levantei da cama, peguei meu roupão e fui pro banheiro tomar um banho pra ver se assim despertava o sono terrível que eu estava sentindo. Ao entrar no banheiro ainda pude escutar Karl resmungando:

- Oh mulher teimosa que eu fui arrumar! - sorri dele. - Onde foi parar aquela Phoebe doce e comportada que eu conheci?

- Não me culpe, meu bem! - disse já sentindo sua presença dentro do cômodo. - De certa forma, foi você quem me transformou na mulher que eu sou hoje...

- Você sabe que eu te amo de qualquer jeito! - agarrou minha cintura já entrando no boxe, mas eu me desvencilhei de seus braços.

- Nem vem que precisamos nos arrumar pro trabalho - fechei a porta do boxe quase em sua cara. - É melhor você não entrar aqui, porque todas as vezes que vem aqui atrás de mim demoramos muito no banho... Se bem que não ficamos apenas no banho... - sorri ao lembrar as coisas boas que ele já fez comigo embaixo desse chuveiro.

- Não tenho culpa de você ser a mulher mais gostosa do mundo! - Ouvi a voz dele saindo do banheiro e indo pro closet.

Tomei banho rapidamente e depois escovei meus dentes, sequei meu cabelo o melhor que eu pude, eles ficaram levemente volumosos e eu amei. Fui até o closet e meu noivo já tinha terminado de separar o terno que ele usaria hoje, bem como as abotoaduras, sapatos e o relógio, Karl era um pouco metódico na hora de se arrumar.

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