VINTE E SEIS - KARL

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Dirigi cautelosamente até o tribunal, Phoebe estava sentada no banco do passageiro completamente inquieta, batia sua mão insistentemente em sua perna, como se fosse um tique nervoso. Estacionei perto da entrada do estacionamento e então andamos lado a lado até a entrada do fórum, Spencer Adams, a estagiária do meu escritório já estava de pé nos esperando.

A senhorita Adams é uma pequena força da natureza, já a imagino como uma advogada feroz e bastante competente no futuro, mesmo como estagiária nunca faz nada pela metade e é por isso que eu sempre tento envolvê-la nos casos mais sérios, para que ela já aprenda logo com as coisas mais difíceis possíveis. Quem consegue realizar o mais difícil, faz também o mais fácil, então ela está sempre me acompanhando pras audiências, tanto que já está se tornando conhecida no meio.

Senti quando Phoebe apertou mais a minha mão, como quem precisa de apoio e eu devolvi o aperto, então dei meu melhor sorriso no estilo advogado confiante e senti ela relaxar um pouquinho, mas não totalmente!

- Adams... - Cumprimentei-a.

- Dr. Strauss... Sra. Grey-Harrison... - Phoebe se limitou a cumprimentá-la apenas com um menear de cabeça, minha mulher estava muito nervosa com toda essa situação. - A outra parte já está na ante-sala aguardando o chamado do juiz!

- Pronta? - perguntei olhando pra Phoebe e ela me deu seu melhor sorriso destemido.

- Vamos lá! Vamos esfregar na cara dela que John é o pai da Charlotte! - falou enraivecida, sabia que ela não engolia essa história da sua ex-sogra colocar em xeque a sua honestidade e fidelidade com o seu falecido marido.

- Você é quem manda! - falei dando todo o meu apoio a minha mulher.

Entramos no fórum e nos encaminhamos os três pra ante-sala de audiência, Mary Jane já estava lá sentada ao lado do seu advogado esperando pela hora em que fôssemos chamados, ela estava diferente das outras vezes em que nós a vimos, parecia mais abatida, cansada, e mais velha. Eu não tenho filhos, apesar de Charlotte despertar um instinto paternal em mim muito forte, mesmo assim eu não conseguia nem pensar em um dia perder a minha pequena menina, e isso me fazia enxergar um pouquinho da dor que ela vinha sentindo nesse último ano.

Phoebe não conseguiu se sentar de jeito nenhum, ela estava muito incomodada em estar nessa situação, mesmo tendo certeza da paternidade de Charlotte, ela não estava confortável ao ter sua palavra questionada desse jeito. Beijei seus dedos em sinal de que estou ao seu lado e ela me deu um sorriso hesitante, mas ainda sim seu sorriso aqueceu meu coração da mesma forma que sempre acontece quando a vejo.

- Vai dar tudo certo! - sorri e ela pareceu relaxar minimamente.

- Confio em você! - ela sussurrou de volta apertando minha mão.

Ficamos mais uns dez minutos esperando sermos chamados, assim que a juíza terminou a audiência anterior a nossa ela nos chamou. Soltei a mão de Phoebe enquanto entrávamos na sala de audiência, assumi uma postura de seu advogado e não de namorado.

Entramos na sala e ocupamos nossos lugares, a juíza fez a leitura da petição inicial e depois passou a leitura do exame de DNA realizado entre a Mary Jane e Charlotte.

- Com noventa e nove, vírgula nove por cento de probabilidade, declaro que John Harrison é pai biológico da Menor Charlotte Alexandra Harrison! - ela entregou uma cópia lacrada pra mim e pro advogado de Mary Jane. - Mediante este exame fica comprovado a paternidade da menor, passaremos agora a fase da disputa de guarda! - olhou atentamente pra Mary Jane. - Senhora Harrison, a senhora tem interesse no prosseguimento do feito?

Mary Jane olhava atordoada entre mim, Phoebe e a juíza, parecia que ela tinha certeza que não seria avó de Charlotte e isso magoava ainda mais a minha mulher. Phoebe travou a mandíbula em sinal de indignação evidente.

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