Capítulo 103

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Decidida a dar um basta naquilo, Anahí saiu do quarto e encontrou Alfonso e Fabiola sentados na sala conversando. Estavam bem próximos um do outro, rindo e ela o tocava no peito. Anahí respirou fundo e contou até dez mentalmente. Aquilo tinha de acabar e aquela perua sair dali o quanto antes.

Anahí: Diga-me Alfonso, não era você que queria privacidade? – ergueu o queixo o encarando.

Alfonso: Eu não vou discutir contigo sobre isso Any! – cerrou as mãos em punho.

Anahí o estava tirando do sério. Ela era teimosa, ele seria mais. Não decidiria nada por ele, não havia nada de mais que Fabiola passasse uns dias no apartamento até que a mesma se instalasse na cidade. Anahí estava com ciúmes, logo isso passaria. E ele sabia muito bem como domar a fera: na cama dando-lhe muito prazer.

Anahí: Pois decida, ou ela, ou eu. – cruzou os braços.

Estava com muita raiva. Segurava as lágrimas. Não permitiria que aquela mulher ficasse ali no apartamento deles. Estava com ciúmes devido a intimidade dos dois, mas quando Anahí pediu para Christian ficar ali por uns dias, Alfonso havia deixado bem claro que queria privacidade com ela, e agora ele estava fazendo o contrario.

Alfonso: Quem decide quem entra ou não sou eu! Afinal, o apartamento é meu! – gritou.

Anahí: Ok, pois fique com o seu apartamento Alfonso! Seja muito feliz com ele! – disparou mais irritada, segurando as lágrimas.

Pegou a bolsa e saiu dali ignorando Alfonso a chamar. Ele que ficasse com a prima. Chamou o elevador e a porta se fechou antes de Alfonso chegar perto. Assim que chegou ao térreo, caminhou a passos largos até o carro. Destravou-o, entrou e bateu a porta, trancando o carro novamente. Escorou a testa no volante e deixou as lágrimas caírem.

Seu coração doía muito, sentia-se apunhalada, traída. Alfonso havia a machucado muito. Podia parecer algo banal, ridículo pelos olhos dos outros. Mas Anahí sentia que ali tinha muita coisa por trás dessa vinda repentina da prima. Ela poderia ter ido procurar Alex e não Alfonso. Era nítido no olhar malicioso e sorriso nos lábios da loira oxigenada que as intenções dela eram outras.

Ouviu algumas batidas no vidro ao seu lado e ele gritar seu nome. Anahí respirou fundo e ergueu o olhar para ele. Os olhos verdes furiosos tornaram-se assustados quando fixaram-se nos olhos azuis, agora vermelhos de Anahí. Alfonso bateu mais algumas vezes no vidro. Anahí lhe lançou um olhar feroz, cheio de magoa. Ligou o carro o ignorando mais uma vez e deu partida.

Saiu do prédio sem rumo. Não sabia para onde ir, o que fazer. As lágrimas banhavam seu rosto e seu peito doía ainda mais. Rodou por algumas horas pelas ruas, parou na pracinha, mas não saiu do carro. Já estava tarde e em seu campo de visão podia ver alguns casais de namorados caminhando por ali, de mãos dadas e felizes. Imaginou-se ali com Alfonso e logo a raiva tomou conta de si. Não voltaria para o apartamento enquanto aquela mulher estivesse lá. Olhou para o celular desligado sobre o banco do carona. A essa hora Dulce deveria estar sabendo de tudo e furiosa com ela por sair assim.

Ligou o carro e logo chegou ao prédio. Não demorou muito e o elevador chegou no apartamento desejado. Parou em frente a porta, enxugou algumas lágrimas que ainda insistiam em cair e tocou a campainha. Tocou a campainha mais uma vez, estava com pressa. Porque diabos demorava tanto para abrir a porta? Ficou irritada por um momento em imaginar que nem estariam preocupados com ela. Talvez não significasse nada. Teve vontade de chorar mais uma vez, mas conseguiu se conter. Havia um nó em sua garganta. A porta se abriu e ela atirou nos braços do homem a sua frente.


Eu Nasci Para Amar Você - Livro 01Onde histórias criam vida. Descubra agora