SURPRESAS

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Harry corria descendo as escadas o mais rápido que ele conseguia. Eu tentava alcança-lo e gritar o nome dele. Mas Harry não me ouvia.

— Harry Potter!

Eu gritei.

— O que?

Ele virou-se para mim e parou por uns instantes. Sua respiração estava pesada, o nervosismo e o medo estavam totalmente evidentes em seus olhos.

— Não posso deixar você fazer isso!

— Não depende de você, Draco!

Tentei segurá-lo, mas Harry foi mais rápido. Virou sua varinha contra mim, em um clarão verde eu estava no chão!

Minha cabeça doía, eu estava tentando levantar. Busquei na minha mente o motivo de eu estar ali, então lembrei: Harry.

Corri o mais rápido que pude, até a torre de astronomia. Então corri meus olhos por todo o castelo, até ouvir um pequeno grito e desviar minha direção do olhar para o céu. Harry estava voando, montado em algo que eu não conseguia descrever o que era. Corri até o armário da torre e lembrei de algo que poderia me ajudar. A vassoura!

Montei na minha vassoura antiga, que eu guardava lá para fugas noturnas e subi voo. O vento soprava contra mim, enquanto eu mantinha uma velocidade e distância seguras para que Harry não percebesse.

Então percebi para onde estavam voando, já tinha feito aquele trajeto antes: Ministério da Magia. Logo que pousamos, eles correram para dentro do ministério, tratei de ir atrás sem fazer muito barulho.

No meio da corrida, tive que me esconder de um dos funcionários e acabei me perdendo de Harry. Assim que o funcionário sumiu, corri pelos corredores mais uma vez. Não importava para onde eu ia, dava para mais corredores. Eu estava ficando realmente estressado de não conseguir me achar, ou achar Harry. Poderiam ter se passado horas, ou até apenas 15 minutos desde que comecei a correr. Eu já não sabia mais.

Deixei que meu corpo colocasse todo o seu peso contra a parede que eu estava escorado. Até que então, um grito ecoou pelo corredor. Era a voz de Harry, misturada a voz de Hermione, que se ligava a voz de Ronny. Segui meus instintos e corri.

Parei no canto escondido de uma sala. Harry estava lutando contra vários comensais. Membros da ordem da fênix travavam uma batalha. Alguns alunos da Armada estavam lá. Harry lutava ao lado de seu padrinho, até eu ouvir um barulho virar para trás.

Dezenas de dementadores voavam do lado de fora, no salão onde eu estava. Meu corpo ficou pesado e eu respirei fundo, eles estavam longe, aproximando, agora estavam bem perto.

Eu sabia o que precisava fazer, mas estava confiante que não conseguiria. Pensei em fugir, mas a única opção era a sala cheia de comensais. Se eu, Draco Malfoy me revelasse aos comensais. Tudo estaria perdido.

Canalizei todas as minhas forças na minha varinha. Meu corpo suava e minha mente estava vazia. Eu não tinha muito tempo. Deixei que meu passado me consumisse e corri atrás das lembranças mais felizes.

Por alguns instantes, vi Harry deitado ao meu lado. No outro estávamos dando nosso primeiro beijo. A cena mudava, de quando o conheci, quando nos falamos, quando vi ele com a garota da Corvinal até Gina Weasley. Logo minha mente estava em mim, o rosto de minha mãe sorridente apareceu. Meu pai me empurrava no balanço, enquanto mamãe e minha tia tomavam chá no quintal. O sorriso dela era uma das coisas mais importantes naquela cena.

— Expecto Patronum!

A energia percorria meu corpo como uma corrente elétrica dando um impulso de mil choques.

Uma luz prateada saiu da ponta de minha varinha, várias outras sairam, juntando-se até tornarem-se um cervo. Meu patrono saltitou por todos os lados, afastando poderosamente os dementadores para longe. Eu sorri. Meu patrono, era ele.

Ele! Lembrei.

Corri para a sala, mas já não havia ninguém. Vaguei por todo o entorno, então meu coração parou. Um comensal estava parado diante de mim, sorrindo, como quem conhecia o filho dos Malfoys. Um barulho se fez e o comensal estava no chão, mas não fui eu.

— Draco Malfoy!

Luna Lovegood estava parada diante de mim. Seu lábio sangrava e seu cabelo estava bem bagunçado. Mas ela continuava com aquele ar de mundo da lua.

— Luna, onde estão todos?

— Harry está lutando. Dumbledore está com ele. Venha, precisamos ir.

Luna correu para fora, sem pensar duas vezes eu corri atrás dela. Caminhamos por vários corredores até estarmos na parte de fora, onde haviam alguns testrálio.

— Então foi assim que vieram. Montaram em Testrálios.

— Você pode vê-los?

Gina me perguntou, então percebi ela no local.

— Posso! Vocês não?

— Testrálios só podem ser vistos por alguém que viu a morte.

Todos decidimos deixar isso para outra hora, precisávamos ir embora. Os meninos montaram nos animais e eu peguei minha vassoura. Em um pulo, estávamos no céu em formação de triangulo. A noite era longa e estávamos cansados, logo avistávamos Hogwarts.

Quando descemos na floresta negra, pedi que os três: Luna, Neville e Gina não contassem a Harry que eu estive ali e assim se fez.

Pansy estava me esperando na comunal, nervosa ela andava de um lado para o outro.

— Vai fazer buracos no chão. — Eu disse!

Pansy me olhou com raiva, então pulou em cima de mim me abraçando. Apertei forte seu corpo e deixei minha mente descasar de tudo.

Nesse dia, quase não dormi. Fiquei a noite toda praticamente, com Pansy na comunal esperando notícias. Muito tempo depois, um dos monitores da Sonserina entrou para avisar que todos estavam bem.

No momento em que minha respiração voltava ao normal parei de correr, isso quando vi Harry sentado em uma maca na enfermaria, vivo. Eu o observava de longe, ele estava aflito, nervoso.

— Eu juro Hermione, era um Cervo, era o Patrono da minha mãe.

— Mas Harry sua mãe...

— Morreu eu sei, mas como pode me explicar.

Hermione deu de ombros, Harry continuava aflito. Todos queriam responde-lo e ajuda-lo. Mas ninguém sabia a resposta.

— Você viu certo meu rapaz...

A voz de Dumbledore ecoou no local. Ele entrou lentamente na enfermaria e todos viraram seus olhares a ele.

— Você viu um cervo. Um patrono. A canalização de lembranças mais felizes e poderosas para repreender o mal, um dementador.

— Mas diretor Dumbledore, como Harry pode ter visto um cervo se...

Hermione perguntou nervosa. O Professor Dumbledore simplesmente respirou satisfeito e com a mão, indicou que olhassem para um lugar. Para mim!

O olhar de Harry encontrou o meu e eu me senti na situação mais clichê do mundo.

Eu sabia que amava Harry Potter. E eu sabia que ele me amava. Meus momentos mais felizes, eram ao lado dele. Eu me sentia bem, quando estava ao lado dele. Eu me sentia nervoso, quente, ofegante, ansioso. Meu estômago parecia que ia explodir e as vezes dava vontade de me afastar por que sentia que estava passando mal, mas na verdade, estava apenas nervoso por estar perto do garoto que eu amo. E assim eu acabei descobrindo que nunca mais queria sair de perto dele!

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