O Cinza mergulha em toque azuis.

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Lucas

O acampamento estava tão vazio que era estranho. Geralmente Quíron não mandava um número tão grande assim de campistas para missões, mas nos tempos que estávamos eram precisas as medidas drásticas.

O sol já beijava o mar quando as caçadoras voltaram de sua bem-sucedida missão. Aquela noite foi tensa, proclamada com mais visitas da ordem da fênix (Uma ordem bruxa). Eu só conseguia pensar em quando meus irmãos irião chegar. Quase todo o meu chalé foi mandado para uma missão de campo na Grécia, aliados ao chalé de Ares. Eu fui um dos poucos que permaneci no acampamento.

Duas noites se passaram desde que as caçadoras e Draco voltaram. Mas eles foram os únicos. Certa noite até cheguei a questionar Quíron sobre o assunto e tentando me acalmar, ele explicou que todas as missões nas quais estavam em ação eram demoradas. Ele não se surpreenderia se os campistas só aparecessem em semanas, principalmente meu chalé e o cinco.

As caçadoras seguiram voou para voltar a caçada com a deusa Ártemis logo cedo na manhã do terceiro dia depois das missões.

Como eu costumava fazer, ia até a praia pela manhã, bem de manhã mesmo e ficava observando o sol nascer. Eu caminhava, sentia o vento em meu corpo; sentia que estava vivo. Era meu momento de mantra, de relaxamento, de encontrar paz. E na manhã daquele dia não foi diferente, mas quando cheguei na praia vi algo diferente. Draco estava sentado nela, abraçando seus joelhos e eu de longe percebi que ele chorava olhando o mar.

— É lindo não acha? — Perguntei, enquanto sentava ao seu lado.

Ele apenas assentiu.

Eu percebi pela sua respiração ofegante, o que ele queria fazer naquele momento. Chorar! Ele queria ficar quieto e chorar, deixar a raiva sair em forma de lagrimas, tentar expressar o ódio interior ou a derrota de ser fraco de alguma forma.

— É tudo culpa da ligação veela. Não consigo ficar longe dele por muito tempo.

Me explicou!

— Há, tudo bem. Não entendo muito de relacionamentos, mas sabe, eu já li muita coisa nessa vida. Em um dos principais livros antigo de criaturas mágicas, soube do elo amoroso mais poderoso do mundo. Era de dois veelas parceiros!

Ele sorriu. O nariz de Draco estava completamente vermelho e inchado, mas não tanto como seus olhos. Sua cara estava amassada, quem visse de primeira impressão teria pensado que ele havia bebido todas a noite. Mas é difícil ele ter ficado aqui com as Harpias por perto.

— Você tem namorada? — Perguntou ele.

— Não. E foi por isso que eu disse que não entendo de relacionamentos!

Ele sorriu novamente. Nos últimos tempos que passei conversando com Draco Malfoy na hora do almoço, percebi algo: Quando ele gosta do assunto, se sente bem, ou apenas adorou a resposta, ele sorri. E você percebe que ele está sorrindo por aquele assunto "X". Por que o sorriso dele é completamente sincero. As curvas de sua boca e sua bochecha combinando em perfeita harmonia com suas pequenas e quase não notáveis covinhas.

— Quando você amar, vai entender.

— E é por isso Draco, que precisamos ir na casa grande. — Ele me olhou confuso, e eu cedi. Não iria conseguir guardar a ideia. — Tem uma carta do Harry para você.

Ele se levantou para não dar outra, saiu correndo em direção a casa grande. Quando sentei para apreciar a paisagem, o sol já tinha saido e agora fazia doer meus olhos.

A tarde foi bem conturbada. Minha monitora Chefe (A qual tinha decidido não ir a missão com o chalé) capturou a bandeira hoje à tarde no caça a bandeira, então toda a equipe vermelha estava comemorando.

— Lucas? Por que não vem com a gente? — Chamou ela.

— Minha cabeça está doendo demais, acho que foi a pancada na árvore mais cedo. Vou até a ala hospitalar!

Jessica me desejou melhoras e saiu gritando vitória com a bandeira azul na mão. Filhos de Atena eram lideres natos e muito competitivos, mas Jessica extrapolava níveis. Ela mataria o próprio pai para ganhar a competição de algo.

Quando entrei na enfermaria, tive de esperar por uns minutos. O único curandeiro de Apolo em plantão estava cuidando de outro paciente ferido. O resto se divertia na festa. Carlos, o monitor chefe de Apolo, logo veio me atender.

— Você está com a parte de trás da cabeça inchada, é muito estranho que não tenha acontecido nada de pior a você nessa área. Seguinte, tome um pouco de ambrosia e descanse aqui mesmo ou no seu chalé ok? Só está cansado e precisa revigorar as forças, a dor vai sumir logo.

Eu confiei em sua palavra, quando tomei a ambrosia. Todos sabíamos que Carlos era o melhor curandeiro do chalé de Apolo naquela época. O garoto era um gênio. Muitos diziam ainda que não batia com Will Solace, o antigo monitor; mas admitiam que ele era muito bom.

— Sua irmã pegou pesado comigo, hoje mais cedo.

A voz masculina de alguém surgiu próximo. Me virei para ver quem era e me deparei com um Gabriel sentado na maca de cueca box, com a coxa enfaixada. Logo lembrei: Jessica havia cortado sua coxa e sua canela no caça a bandeira, mas a coxa havia sido muito profunda no corte.

— Você também não é nada carinhoso!

Respondi apontando para minha cabeça. Mais cedo, Gabriel lutou contra mim pela bandeira e bateu minha cabeça na arvore, fazendo com que eu quase desmaiasse.

— Desculpe. Tudo pela bandeira, não é? — Ele sorriu erguendo os braços como quem se rende.

— Tudo pela bandeira!

Gabriel resolveu finalmente vestir sua calça. No mesmo instante que ele começou a me vestir, fiquei de costas para ele. Já sentia que meu rosto estava começando a esquentar com aquele momento constrangedor e eu nem precisava me olhar no espelho para saber que eu estava corado.

— Sabe, eu não posso te chamar para ir no cinema comigo. Mas podemos caminhar pela praia a noite. O que acha?

Eu suspirei e sorri, sem saber o que responder. Minha mente ficou confusa, com Gabriel quase me chamando tecnicamente para sair? Salvo pela glória dos deuses, Jessica chegou na mesmo hora informando que Pansy e Draco estavam indo embora.

— Depois continuamos a nossa conversa ok? — E sai.

Quando estava na porta, senti Gabriel segurar meu braço e descer lentamente até segurar minha mão. Me virei e ele sorriu, sabendo que eu me constrangeria com aquele pequeno gesto.

— Só preciso de uma resposta.

— Quando eu voltar!

Foi a única coisa quer consegui responder!


* OFF *
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