Eu estava realmente enjoado. Passei a noite vomitando. Era tão estranho, eu geralmente não ficava doente. Com isso, mamãe resolveu que era melhor eu não ter ido ao casamento, e eu não fui. Assisti a alguns filmes e dormi.
Quando acordei, no outro dia, eu estava me sentindo estranho. Meu corpo estava pesado, meus braços doíam. Minha cabeça rodava. Caminhei lentamente ao banheiro e me assustei com o que eu vi.
Meu corpo estava forte e musculoso. Minha pele havia tomado um tom bronzeado perfeito, combinava comigo até posso dizer. Meus olhos tinham uma coloração mais forte. Ao redor de meu rosto, uma barba bem simples e jeitosa crescia. Senti todas as linhas de meu novo abdômen definido. Minhas coxas estavam grossas e minhas canelas peludas.
Eu fui para o banho e enquanto a água descia pelo meu corpo eu me tocava do que estava acontecendo. Eu deveria ter notado antes, tenho quinze anos. Claro que aconteceria.
A família Malfoy é obcecada por sangue puro. E nada mais puro que sangue veela. Então por ordens de meus ancestrais, quase todos os homens da família passavam a vida procurando veelas puras ou meio-veelas para se casarem. Minha mãe Narcisa era um quarto-veela. O que fazia de mim um oitavo-veela. Não me surpreendia meu corpo, oito dos meus dez primos já haviam passado por isso. Todos somos oitavos-veelas. Dois dos meus dez, tiveram uma transformação diferente, tornando-se veelas submissos. Era difícil explicar.
Papai ficaria feliz em saber que eu era um veela dominante. Mas então foi quando minha cabeça explodiu e meu coração acelerou. Harry! Eu era um veela, ele um bruxo. Não sei se um dia eu me permitiria ficar totalmente com Harry. Nós veelas dominantes podíamos casar com bruxos, mas sendo oitavos-veelas e existindo veelas-submissos. Era quase impossível resistir
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Harry POV:
Eu estava na biblioteca, tentando absorver tudo que Hermione havia me explicado. Sobre veelas-submissos e veelas dominantes.
Agora eu sabia que eu tinha realmente uma saúde frágil. Sabia também que eu exalava um cheiro que deixava meninas apaixonadas e meninos psicopatas por mim. Precisava tomar cuidado. Quase sempre dava pra sobreviver tendo uma vida normal.
O que mais me assustava era a parte de eu ser dependente fisicamente, mentalmente e emocionalmente do meu parceiro. Um possível veela-dominante. Podíamos casar com bruxos e bruxas normais, mas era quase impossível resistir a um veela dominante. Eu pensava em Draco a cada segundo.
Existiam três fases. Ciclos.
O primeiro sinal do meu parceiro seria seu cheiro. Inconfundível. Teriam vários outros maravilhosos cheiros de qualquer veela-dominante. Mas de meu parceiro seria diferente. No toque, eu iria sentir. Minha vida escoando de mim como um rio para ele. Toques, olhares, falas, cheiros. Primeira fase.
Aprofundando mais, seu beijo. Eu poderia passar a vida beijando qualquer veela-dominante. Mas quando eu sentisse o toque dos lábios de meu parceiro. Seria o primeiro estágio aonde eu iria depender dele sentimentalmente. Segunda fase.
Relações sexuais. O fechamento do ciclo se dá a penetração e a mordida. Na penetração meu corpo se liga ao dele, me deixando dependente fisicamente. Os dentes dele iriam ter uma força sobrenatural e a partir do momento em que ele me mordesse, eu seria dele e ele meu. Nenhum outro veela sentiria nosso cheiro. Nenhum outro veela nos desejaria, nem nós a eles. Seriamos totalmente um do outro. Se eu me machuco, ele sente. Se eu adoeço, ele adoece. Se eu morro, ele morre. Terceira fase, final do ciclo.
Então me preocupei. Agora eu era uma criatura semimagica tecnicamente. Era meu instinto encontrar meu veela-dominante e ser dependente dele para o resto da vida. Por hora afastei esse pensamento de lado.
Olhei o relógio. 17:30. Draco estava chegando.
Caminhei com Pansy e Hermione até as carruagens, que nos levaram a Hogsmead. Paramos na estação assim que o trem havia parado. Draco desceu dele com suas malas, e sem pensar duas vezes eu já estava nos braços dele.
Quando me afastei para olhar-lhe, percebi então que estava diferente. Draco estava mais forte, mais robusto, mais másculo. Seu cabelo tinha mais vida, sua pele estava bronzeada. Seu rosto bem feito e tinha até o início muito lindo de uma barba. Achei eu que ele também notou minhas mudanças. Suas mãos acariciaram as minhas, subiram os braços e depois meu rosto, como se estivesse conhecendo tudo novo, toda a minha herança veela nova.
Então eu sorri, quase desmaiando com o cheiro completamente prazeroso que eu sentia vindo de Draco. Baunilha, chocolate quente, livros, grama molhada. Ele tinha um cheiro maravilhoso. Logo me perdi completamente, tendo meus lábios colados ao dele. Senti como se duas linhas estivessem se interligando naquele momento, dois fios colando-se um ao outro, tornando um ao outro e o outro um, em um só.
— Seu cheiro!
Eu disse.
— Baunilha, chocolate, maçã, caramelo e perfume Francês.
Ele disse.
— Baunilha, chocolate quente, livros, grama molhada.
Os dedos de Draco repousaram na minha bochecha, acariciando cada canto, até nossos lábios se tocarem de novo.
— Harry Potter, você é um veela-submisso.
— Draco Malfoy, você é um veela-dominante.
E ali, naquele sorriso, naquela gargalhada entre nosso beijo. Agarrado naquele corpo, naquele calor e naquele cheiro. Eu sabia que Draco Malfoy era meu meio veela. Meu parceiro. Meu ciclo. Isso era clichê demais até para mim!
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Always? Okay!
FanfictionEm uma história totalmente diferente do original. Harry agora está no quinto ano em Hogwarts e enfrenta cada vez mais as mudanças do seu corpo, enfrenta cada vez mais seus sentimentos e o medo de quase todas as outras coisas. Só que dessa vez as coi...