VERDADE SEJA DITA

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Minha boca se afastou nervosa da dele e minha mão voou em sua cara. Logo me assustei, as marcas das unhas veelas no rosto dele eram evidentes. Sangrava, mas ele apenas sorriu. Pedro tocou seu próprio rosto e o sangue automaticamente voltou para dentro dele e sua pede se reformulou, os cortes sumiram!

— Uma das melhores coisas em ser conjurador, é o poder de cura.

Eu coloquei a mão no rosto e novamente chorei. Mas não por que eu queria, apenas vinha. Não queria ser fraco, parecer fraco; não era nem fraco. Por que eu estaria me derramando em lágrimas daquele jeito? Eu não queria. Mas os hormônios veelas falavam mais forte, a sensação, o medo, minha alma separada da dele por metros de ódio que se acumulavam em meu coração. Era tudo tão dramático e clichê que dava vontade de me amaldiçoar.

— Desculpe, eu ainda amo muito Draco. Não poderia fazer isto!

— Tudo bem, eu entendo. Não deveria ter me metido, jamais se interfere em um amor veela, é uma coisa pura sabe?

Eu bufei e sentei na beirada da torre, Pedro sentou ao meu lado em seguida. Deixei minha cabeça descansar sobre o ombro dele, a respiração dele estava no mesmo ritmo da minha. Nossos peitos subiam e desciam em um ritmo sincronizado e por alguns minutos eu ouvi o coração dele batendo.

— Não acho mais que ele me ame!

Pedro tocou minha mão.

— Isso é impossível, Harry; Draco e você fecharam o ciclo. Eu sinto a alma de vocês interligadas.

Eu apertei a mão dele sorrindo e me entregando ao descansar em seu ombro, mas ele levantou repentinamente assustado.

— O que houve? — Perguntei levantando.

— Sinto alguém. Venha!

Pedro correu me levando com ele para baixo das escadas. Por alguns minutos permanecemos em silêncio e eu já não estava entendendo; até que a voz do professor Snape surgiu no ar e pessoas agora subiam a torre de astronomia.

Eu não conseguia entender o que estava acontecendo lá em cima, via sombras e pessoas, mas não ouvia vozes. Então aos poucos fui ouvindo, sabia do professor Snap e logo a voz do Draco se fez presente. Bellatriz estava lá, junto a ela outras vozes irreconhecíveis para mim. E então, meu coração disparou. Dumbledore estava ali.

Eles conversavam algo, eu não conseguia entender. Pedro fazia gestos com o dedo para que eu permanecesse calado, mas era difícil. Eu estava nervoso, minha testa suava sem parar e meu coração estava tão acelerado.

— Avada Kedavra!

A voz fria e sem vida do professor Snape invadiu o local. O lampejo verde foi intenso em meus olhos.

— Lapidis corpore.

Pedro me imobilizou.

Minhas pernas tremeram e eu fui ao chão. As lagrimas corriam por todo meu rosto, eu sabia quem tinha morrido, eu tinha visto ele cair da torre. Meu coração batia tão forte que com certeza Pedro podia ouvi-lo. Os comensais, Draco e o professor Snape desceram as escadas da torre.

— Harry, me escute!

Pedro me virou para olhar em seus olhos. Eu não conseguia. Meu corpo fraquejava. Meu peito doía.

— Pedro, me deixe ir. Por favor!

— Você vai para baixo, e vai cuidar do corpo; caso ninguém tenha visto ele cair. Vai ser forte e não vai atrás de Draco ou do Professor Snape. Ok?

Always? Okay!Onde histórias criam vida. Descubra agora