SABEDORIA DO ENTENDIMENTO

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Eu estava na varanda. Sentado, tomando chá. Hermione dissera que isso iria me acalmar, até que estava funcionando. Ela e Pansy haviam saido para pegar algo para comer na casa de Hermione.

Minha mente vagava, minha cabeça doía. A lembrança do sonho e da dor, a cicatriz no meu braço que agora sumia. Tudo parecia tão perturbador e assustador, eu temia por Draco, temia por mim. Eu já nem lembrava das coisas que ele havia falado para mim na torre, claro que eu estava magoado, mas a dor de perder ele seria bem maior.

Desci as escadas até o jardim de trás da casa de Pansy. Era muito bonito. Sua mãe cultivava lindas tulipas e rosas brancas. Comecei a brincar com encantamentos, fazendo as pétalas de algumas flores voarem ao meu redor.

— Olá!

Ouvi uma voz atrás de mim, havia um garoto me olhando da sacada da varanda vizinha. Ele era mais ou menos da minha idade, tinha a pele bem clara e seu cabelo loiro refletia no sol.

— Desculpe, não é o que você está pensando.

Tentei esconder o fato da minha magia. Pensei em apagar a mente dele, então levantei minha varinha em sua direção, mas antes que pudesse enfeitiça-lo, o garoto levantou a mão e minha varinha fugiu da minha para a dele.

— O que, como?

— Calma, eu não vou te machucar!

Eu estava ofegante, nervoso claramente. Olhava para o garoto que acabara de roubar minha varinha desconfiado. Ele não parecia que me atacaria, mas nunca se podia confiar em ninguém.

O garoto tocou na árvore próximo a varanda dele. Os galhos dela começaram a se mexer e tomar a forma de uma escada, por onde ele desceu.

— Me chamo Pedro. Desculpe roubar sua varinha! — Ele sorriu e me entregou ela. — Mas não podia deixar que você me atacasse.

Fiquei com medo que ele fosse me atacar a qualquer momento, mas não podia demonstrar. Guardei a varinha no bolso, para que pudesse pegá-la rapidamente.

— Pensei que fosse trouxa!

— Tudo bem.

Ele sorriu.

— Como você tomou minha varinha, sem conjurar nenhum feitiço. Existe um encantamento sem varinha para isso?

Ele riu.

— Não rapaz. Eu consigo fazer magia sem uma varinha. Sou um conjurador, muito prazer.

Eu ainda estava receoso, conjuradores, nunca havia ouvido falar. Pedro como prova de seus poderes, levitou algumas coisas a nossa volta e fez com que algumas plantas crescessem e voltassem a vida.

— O que é isso, nunca ouvi falar.

Admiti.

— Harry, conjuradores são bruxos nascidos com uma raridade mágica. Temos poderes exalando de nossos poros, não precisamos de varinhas para canaliza-los.

— Como sabe meu nome?

— Conjuradores conseguem ler a mente de criaturas mágicas, Sr. Quarto veela. Mas ainda sim sou um bruxo! — Ele tirou a varinha do bolso.

Okay, estava ficando cada vez mais confuso. Olhei em seus fundos olhos verdes, eles me lembraram Draco, eu nem sei por que na verdade. Os olhos de Draco eram cinza afinal. Talvez pela cor de Sonserina.

— Nunca o vi em Hogwarts, Pedro.

Ele continuou a brincar com as flores, fazendo-as crescer e diminuir.

— Não sou daqui, vim do Brasil. Estudei minha vida toda no Castelo Bruxo. No Amazonas!

— E o que veio fazer aqui?

Eu me repreendi assim que disse, eu estava sendo mal-educado demais. Não era da minha conta aquilo, por mais que ele tivesse aparecido ali do nada e roubado minha varinha. Não era da minha conta, me desculpei.

— Tudo bem. Eu sou um conjurador procurador. Eu viajo o mundo procurando novos conjuradores em escolas mágicas, para ensiná-lo. Sabe Harry, quando um bruxo atinge a maioridade de dezesseis anos ele é invocado pela luz ou pelas trevas. Meu trabalho é encontrar eles e não deixar que sejam convocados pelas trevas.

Assenti, entendendo tudo. Eu sorri sem graça, quando ouvi a voz de Hermione me chamar na cozinha.

— Preciso ir.

— Eu também, até mais ver Harry. Aproposito, seu cheiro é maravilhoso!

Pedro sorriu para mim, e eu sabia que estava corado. Eu sempre fico. Ele subiu na sua escada de árvore e voltou para dentro da sua casa, logo a árvore voltou a seu estado normal.

A palavra conjurador não era estranha e eu saberia que estudaríamos deuses mágicos em história da magia, mas aquela palavra mexia comigo.

Naquela noite eu sonhei com duas figuras esfumaçadas. Uma negra e uma prateada. As duas disputavam nos céus por mim, no meio do campo de Quadribol de Hogwats. Então o sonho mudou.

Always? Okay!Onde histórias criam vida. Descubra agora