VERDADE DITA SEJA

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Minha visão ficou turva, tudo estava borrado por um momento. As coisas se organizavam cada uma em seu lugar como se fosse fumaça se solidificando. Agora sabia onde eu estava, mansão Malfoy. Draco chorava, ajoelhado a frente de Astoria. Sua blusa havia sido rasgada nas costas e haviam cicatrizes abertas por todo seu corpo, sangrando cada vez mais.

— Astora. Por favor. — Ele implorava. — Eu já terminei com Harry, já fiz coisas horríveis. O que mais quer de mim?

— Você irá entender querido!

Os dois tornaram-se fumaça e a casa foi mudando até a fumaça se solidificar de novo.

Draco estava no chão, gritando de dor. Voldemort estava em cima dele, a cada toque o veela gritava e gritava, cada vez mais alto. Harry ajoelhou-se e tentou alcançar o veela, mas não conseguia se mexer.

Mais uma vez a cena mudou.

Tudo se tornou fumaça e eu já estava completamente tonto com tudo aquilo. Agora estávamos na torre de astronomia, era noite. Draco estava lá, e na sua frente Astoria. Ela o torturava com a maldição Cruciatus. A dor do veela dominante parecia fazer bem para ela, como se ela sugasse sua vida. O corpo de Harry começou a formigar, ele se sentiu enjoado, queria vomitar. Então uma pontada tomou sua costa e ele gritou no mesmo instante em que Harry gritou.

— Ele está vindo! — Astoria ficou atenta.

— Por favor, eu imploro!

— Não seja tolo Draquinho. Império!

A porta se abriu e eu vi a mim mesmo entrando na torre. Astoria estava escondida de baixo das escadas. Ela dominava Draco em todos os sentidos, fazendo com que ele dissesse todas aquelas coisas a mim.

Então eu entendi. A cada cena eu entendia o que estava acontecendo. Draco passou a férias torturado secretamente, fazendo tudo que Astoria pedia. Ele foi enfeitiçado para entregar o colar a Katia. A cena que eu via agora era a única do qual eu desejava fugir.

Eu estava lá com Pedro, ele me levou para de baixo das escadas e me protegeu. Draco aparatou na torre com o diretor Dumbledore, ele estava fraco. Pessoas subiam as escadas. O diretor pediu que Draco fingisse ser um deles, relutante Draco aceitou. Bellatriz e os outros comensais entraram, Bella se gabando que o sobrinho pegou o diretor. Passos, falas, apresentações. Um clarão verde se fez, uma maldição lançada e o diretor caiu da torre. Tudo estava um borrão, mas logo a visão focou tudo. O professor Snape estava ofegante, com a varinha a posto, ele acabara de matar o diretor!

Eu emergi da penseira. A sala do diretor Dumbledore se fez presente, agora tudo real. Minhas pernas vacilaram e eu cai. A professor Minerva estava de pé, ao lado da penseira. Meu coração disparou. Meu corpo se contraia, eu não acreditava no que estava vendo.

— Entende agora Sr. Potter?

Mas eu não conseguia responder. Meu corpo tomou vontade própria, levantando-se. Eu corri em direção a enfermaria, nem sei como cheguei tão rápido. Madame Pomfrey se assustou com a minha presença, mas logo retomou a postura.

— Onde está Draco?

— A Sra. Astoria o levou logo cedo para a sala comunal da Sonserina.

E mais uma vez eu corri. Corri como nunca havia corrido na minha vida. Senti meu corpo se contrair por alguns segundos, como se algo saísse da minha pele. Eu olhei meus braços enquanto corria, eles estavam escamosos. Mas eu continue a correr, não para o Salão comunal da Slytherin, mas sim para a torre de Astronomia, onde eu sabia de alguma forma que eles estavam.

Quando abri a porta da torre, vi que não estava enganado. Draco estava no chão, apavorado. Astoria gritava com ele cada vez mais alto. O olhar assustado de Draco encontrou o meu, eu senti minhas unhas crescerem e se tornarem garras.

— Larga ele sua cobra imunda.

Astoria apontou a varinha para mim, tentando me estuporar. Mas eu dei um salto tão alto, que quase toquei o teto da torre. Logo cai no chão, acocado. As garras de Harpia arranhando o chão. Meus braços escamosos com a cor das penas de uma Harpia. Eu gritei, berrei alto. Mas não era um grito, era o rugir de uma águia. De uma Harpia. De um Veela!

Me levantei, Astoria estava assustada, apavorada. Rasguei seu braço com minhas garras, ela foi ao chão e sua varinha voou longe. Os ventos começaram a soprar, de todos os quatro cantos da torre. Era como se um furacão se fizesse ali dentro.

— Maledictionem autem sanguinem.

Astoria foi ao chão, seus gritos de dor penetravam meus ouvidos e me davam uma sensação de prazer tão bom que eu sentia orgasmos interiores. Meus olhos receberam uma luz prateada e logo depois negra. Minhas unhas cresceram e ficaram mais afiadas, as escamas do meu corpo se tornaram negras e a dor de Astoria aumentava cada vez mais, eu podia sentir cada ponto de dor de seu corpo.

— Harry! Pare. — A voz de Pedro surgiu. — Não deixe a trevas controlarem-no.

Uma voz diferente vinha de longe, meu coração disparou. Eu a reconhecia.

— Harry!

— Mamãe?

Meu corpo vacilou.

— Não deixe as trevas o dominarem meu amor. Venha para a luz. Venha para a luz, Harry!

Astoria parou de gritar, a força e a raiva sumiram do meu corpo e eu desabei no chão. Ajoelhado meu corpo doía, tudo parecia sem vida. Eu me levantei.

— Tenebris parte animae dominatur, aliquid tamen solvi non possunt eo quod pessimae sint. Infernus domus eripiat vos in judicio, et messuerunt animam tuam. Ego Harrius Potter, blasphemabat eum Plutone poenam!

Astoria gritou, e seu corpo tremeu todo. Até estar completamente sem vida.

— Animas ad devorandum.

[ ... ]

Eu estava sentado em uma cadeira de plástico, me entregando as lágrimas que escorriam de meus olhos. Não era apenas eu, toda a escola estava ali, despedindo-se de um dos homens mais sábios já existentes. O velório do diretor Dumbledore ocorreu bem, homenagens lindas. Eu não quis me pronunciar. Decidi que era melhor ir para o campo de quadribol, chorar um pouco. A noite vinha, as nuvens estavam carregadas. Iria começar a chover!

— Harry?

A voz de Draco fez meu corpo se arrepiar todo. Corri, e só parei quando tinha certeza de que estava em seus braços. Há dias eu não sabia o que era respirar com calma, há dias eu não me sentia seguro. Mas ali, naquele momento. Eu não me sentia apenas calmo, seguro; ou respirando. Eu me sentia vivo. Lavado. Minha alma estava viva! De verdade.

— Eu te amo!

— Com todas as minhas forças, Harry. Nunca mais, me deixe!

— Nunca!

— Sempre esteja comigo.

— Sempre, Draco!

Always? Okay!Onde histórias criam vida. Descubra agora