CAPÍTULO 3

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Olhando para a janela de seu castelo, Godan segura a mão de sua esposa.

__Sabe Sofia...

__Diga meu marido. - Respondeu prontamente a rainha com um sorriso belo no rosto.

__Andei pensando, depois de tanto sofrimento, seria bom trazer alegria ao nosso povo, estou pensando em promover um baile, música, comida, bebida, devemos comemorar, afinal a vida é uma incógnita, não sabemos o dia de amanhã.

O sorriso da rainha ficou ainda mais radiante.

__Claro Godan, concordo totalmente com a sua ideia, a tempos não dançamos juntos não é mesmo.

Se abraçaram e quando estavam trocando discretas carícias foram interrompidos.

__Pai! Pai! quero dar uma volta a cavalo, ir até as planícies colher algumas flores para fazer enfeites para o meu cabelo. - Disse Helena, eufórica.

__Enfeites para o cabelo filha? - questionou a rainha antes que o rei pudesse dizer algo.

__Seu cabelo é perfeito minha filha, Não há necessidade nenhuma em enfeita-lo.

__Ah mãe! Deixa vai, a tempos não saio do Castelo.

__Pode ir minha filha, Não há de ter mal algum, já que vai acompanhada de meus soldados. - Afirmou o rei apertando as bochechas de Helena de modo que ficaram de cor rosada.

__Obrigada papai! - Mal podia se conter de tanta alegria a jovem princesa

__Mas espere filha! cadê seu irmão?

__Ah não me faça perguntas difíceis papai, o senhor sabe que ele sempre some e só aparece quando bem quer. Bem vou indo, tchau pra vocês. - Então a princesa saiu toda sorridente depois de ganhar um beijo na testa de seu pai e de sua mãe.

__Guardas, providenciem um cavalo para Helena, quero que alguém a acompanhe, não é mais tão seguro assim lá fora.

__Ss... Sim vossa majestade! - Disse o guarda um pouco nervoso pela responsabilidade de ter que cuidar da princesa.

__Ah, já ia me esquecendo, procurem Heitor e o traga até aqui entendido.

__Sim vossa majestade! - Se curvou e saiu imediatamente da sala real.

Não muito longe do Castelo, nas imediações da floresta Heitor se refrescava em um lago de água cristalina que refletia as nuvens e o céu como se fosse um espelho.
Suas roupas se encontravam jogadas em um galho de arbusto qualquer, Heitor estava nu, afinal o jovem príncipe tinha a certeza de estar sozinho no lugar.

Heitor nadava em círculos, ia e voltava, mergulhava e desafiava a si mesmo em relação ao tempo que conseguia ficar sem respirar.

__Ufa! acho que dessa vez fiquei uns dois minutos. - Pensou o príncipe com a respiração ofegante.

__Espera aí! cadê as minhas roupas!

Heitor ficou desesperado, não poderia voltar para o castelo pelado, afinal ninguém sabia que ele fugia as vezes para nadar no lago perto da floresta.

__Ai meu deus!, estou ferrado!. – pensou consigo enquanto girava a cabeça rapidamente olhando para todos os lados.

__Ei você aí! devolva minhas roupas!. - gritou com um gnominho que estava com sua calça na boca. O gnomo que Heitor tinha encontrado era um ser típico da floresta, tinha a aparência de um gato doméstico, mas suas orelhas eram maiores e pontudas, ele também pulava de galho em galho como um macaco pois possuía polegares em suas quatro patinhas.

__Vamos ladrãozinho! me devolva minha roupa seu... seu...

Antes que Heitor terminasse sua fala o bichinho partiu em disparada em direção as árvores levando consigo a calça do príncipe presa em sua boca como se fosse a coisa mais apetitosa do mundo.

O jovem príncipe, em um pulo saiu do lago como se fosse um felino e se pôs a correr (devo reforçar que estava nu, tornando a cena ainda mais engraçada) atrás do travesso ser da floresta.

O pequeno gnomo era rápido demais para Heitor, não importa o quão rápido ele corria a impressão era que ele nunca iria recuperar sua calça.

De repente o príncipe interrompe sua corrida e se esconde atrás de uma árvore, algo ou alguém estava se aproximando, o gnominho também ficou imóvel em cima de outra árvore, com o olhar fixo em Heitor.

__Ah não, não pode ser, se for um demônio eu estou perdido. - Pensou o príncipe atrás da árvore escondendo suas intimidades com uma Folha que tinha o formato de uma estrela.

De repente deu pra se ver nitidamente do que se tratava, quem estava se aproximando de Heitor naquele momento era ninguém menos que a sua irmã acompanhada de dois guardas reais.

Ferrou, o nosso príncipe já não sabia se estava salvo ou ainda mais encrencado, nesse momento já não podia mais pensar em nada, estava entregue nas mãos da sorte.

POR TRÁS DA ESPADAOnde histórias criam vida. Descubra agora