CAPÍTULO 6

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__Até que enfim chegamos rapazes -disse Helena enquanto decia do seu cavalo.

__Olha que lindas! sem dúvida essas flores fazem toda essa caminhada valer a pena.

__Vocês não vão me ajudar a colher preguiçosos?

__Desculpe princesa mas nós devemos nos manter atentos para a sua segurança.

__Minha segurança né, sei, preguiçosos. Tudo bem eu faço isso sozinha, além do mais vocês não saberiam escolher as mais bonitas. -disse Helena enquanto enchia um cesto com as flores que encontrava pelo campo.

Despois de colher flores o suficiente para fazer seus enfeites, Helena sentiu a boca secar e resolveu ir até a cachoeira que ficava ali ao lado para matar sua sede.

__Princesa onde você está indo? Já que colheu suas flores deveríamos voltar. - disse um dos soldados ao ver que Helena se afastava.

__Não se preocupem comigo, só vou até a cachoeira tomar um pouco de água, por que não aproveitam para descansar um pouco? - disse Helena enquanto caminhava sem olhar pra trás.

Os soldados se olharam por alguns segundos e concordaram com a princesa, afinal dava para vê-la dali mesmo onde estavam.

Helena se abaixou diante a água límpida da cachoeira e usando as mãos começou a matar sua sede, aproveitou para se refrescar, amarrou o cabelo fazendo um rabo de cavalo e molhou um pouco o pescoço e o busto.

Ao se levantar, a princesa avistou uma meia dúzia de flores brancas que estavam na entrada de uma gruta escura. Ela já tinha colhido flores demais, mas aquelas eram diferentes de todas que ela já tinha visto.

Helena olhou para trás e percebendo que os soldados estavam distraídos resolveu apanhar as belas e perfumadas flores brancas. Andou em direção a gruta onde elas estavam, se agachou e no exato momento que levou a mão para apanhar o que seria seu melhor enfeite de cabelo ouviu uma voz vinda de dentro da gruta.

__Não faça isso!

Helena ergueu a cabeça rapidamente olhando para a direção que vinha a voz, continuou agachada pois seu corpo não a respondia mais. A princesa ficou paralisada enquanto via uma silhueta se aproximando. Parecia um homem, mas não dava para ver com clareza pois a gruta era muito escura.
Os passos foram ficando próximos até que Helena pode ver claramente quem estava a sua frente.

__Que... qu... quem é você? -perguntou Helena com a voz trêmula.

__Meu nome é Aziel, acho que conversaríamos melhor se estivesse de pé não acha? - disse enquanto estendia a mão para Helena que ainda estava agachada diante as flores.

Helena agarrou a mão de Aziel, suas bochechas ficaram levemente coradas enquanto desviava seu olhar dos olhos do garoto, a timidez a tomou naquele momento.

__Você está bem? -perguntou Aziel ao notar o nervosismo da princesa.

__Ah sim sim, desculpe-me, me chamo Helena - falou enquanto expressava um pequeno sorriso.

__Helena? Belo nome.

__Pena que eu não posso dizer o mesmo do seu, Aziel? Chega a ser engraçado.

Isso mesmo, Helena tinha personalidade forte, não tinha receio de dizer o que lhe vinha à cabeça.

__Acredita que já me disseram isso? - rebateu Aziel demonstrando senso de humor.

__Mas me diga...Aziel... por que não me deixou colher estas flores? Por acaso tem interesse nelas?

Aziel deu uma breve gargalhada.

__Não, não é esse o caso Helena, estas flores são tão venenosas quanto bonitas, bastaria toca-las para que você viesse a falecer aqui mesmo.

Helena deu dois passos para trás se afastando das flores com as mãos trêmulas.

__Como pode? tão lindas e tão mortais, olha, não te conheço direito mas te devo uma. O que você faz nessa gruta?

__Quer mesmo saber? Venha comigo, vou te mostrar - estendendo novamente a mão para Helena.

Os dois entraram na gruta, mesmo sem conhecer Aziel, alguma coisa em Helena dizia que ele era confiável.

Então finalmente chegaram, um lago subterrâneo de águas azuis que iluminavam a escuridão daquele lugar como lustres de um Castelo. Helena jamais tinha visto algo de tamanha beleza em sua vida, seus olhos varriam o lugar fascinados e antes que a princesa pudesse dizer algo sobre tamanha beleza foi alertada por gritos que vinham de fora da gruta.

__Helena! Helena! Você está aí dentro? - gritavam os guardas enquanto se aproximavam rapidamente dos dois.

Aziel não poderia ser visto, se os soladados descobrissem que se tratava de um demônio poderia ser o seu fim. O jovem estava encurralado e o tempo se esgotava, pois, os guardas já estavam à poucos metros dali.

POR TRÁS DA ESPADAOnde histórias criam vida. Descubra agora