CAPÍTULO 1

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Após anos de guerra contra um exército de demônios, um pequeno vilarejo situado ao norte do castelo do rei Godan se reerguia aos poucos mesmo depois de ter sido completamente devastado.

__Vamos! levantem preguiçosos, não há tempo para descansar enquanto não recuperarmos a vila! -
Disse um soldado real designado a ajudar os moradores cujo as casas foram destruídas pelos terríveis demônios que assombravam aquelas terras.

Devido ao enorme tamanho do seu reino o rei Godan, um estrategista nato, dividiu seus soldados de maneira que conseguissem abranger igualmente todas as suas terras.
Cada grupo de soldado era liderado por um cavaleiro real, homens de confiança do rei que conquistaram tais títulos devido aos grandes feitos em batalha.

__Quero um grupo de apoio ao Sul do reino até amanhã de manhã, as demais planícies já estão sendo recuperadas. - Disse o rei com a voz firme, porém calma como deve ser a de um líder que respeita os seus súditos.

Um soldado empurra vagarosamente a enorme porta da sala real e se aproxima.

__Vossa majestade, aos poucos o teu reino vem recuperando suas forças, sem dúvidas nós tivemos muitas perdas e famílias inteiras foram devastadas, mas graças ao senhor estamos aos poucos colocando esperança no coração daquelas pessoas.

__Fico feliz com suas palavras soldado, após ouvir tantos gritos de dor e sofrimento no campo de batalha, será uma benção divina ver nossas crianças brincando e sorrindo novamente. - Olhou para sua esposa rainha Sofia e sorriu discretamente.

O rei era do tipo religioso, acreditava que acima dos homens existia uma força divina que o acompanhava nas batalhas, uma força que ajudava os justos e aqueles que buscavam a paz praticando o bem.

Ao lado da rainha Sofia e seus dois filhos, Helena de dezoito e Heitor de dezenove anos, o rei era respeitado pelo seu povo e visto como um homem justo e bondoso, sem contar as histórias sobre suas façanhas em batalha que se espalhavam a cada dia, não só pelo seu reino mas também pelos reinos vizinhos.

Para liderar o enorme exército que possuía (que se encontrava enfraquecido, após a guerra) o rei nomeou três guerreiros seus cavaleiros leais, Hugo, Miguel e Ícaro.

Dentre os três escolhidos Ícaro era o seu braço direito, pois além de destemido era também seu amigo de infância e tal amizade permanecia forte até os dias atuais. O jovem cavaleiro havia perdido todos da sua família, sua mãe tinha sido morta por demônios e seu pai foi abatido em batalha enquanto tentava salvar o pai de Godan.

Após tal tragédia, Ícaro foi acolhido e criado pela família real até adquirir idade suficiente para se virar sozinho, então nesse período surgiu a amizade com o até então príncipe Godan.

Eram como qualquer outra criança travessa , sempre que possível encontravam um jeitinho de fugir para olhar o treino de batalha dos soldados no castelo, seus olhos brilhavam como estrelas ao ver as armaduras e espadas que os mais velhos usavam.

__Olha Godan, quando eu crescer vou ter uma daquelas. - exclamou Ícaro apontando para uma espada pendurada na parede do quartel.

__Tudo bem, mas eu serei um guerreiro melhor do que você! -Os dois começaram a gargalhar quando foram interrompidos.

__Ei Garotos! Saíam daqui, aqui não é lugar para vocês! - gritou um soldado ao ver as duas crianças que barulhavam feito hienas.

A dupla correu o mais rápido que podiam, e pouco mais tarde deram muitas risadas enquanto se lembravam do que tinha se passado.

O tempo passou e ambos cresceram, Godan se tornou rei após a morte de seu pai e Ícaro recebeu o honrado título de cavaleiro real. Os dois  enfrentaram inúmeras batalhas juntos e com elas incontáveis vitórias, suas famas ganharam o mundo e sua última batalha havia ocorrido contra os demônios, a mais dura e sangrenta delas.

POR TRÁS DA ESPADAOnde histórias criam vida. Descubra agora