CAPÍTULO 15

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A revelação de Aziel surpreendeu Helena, não a ponto de odia-lo mas o suficiente para ignora-lo da maneira que só uma mulher decepcionada consegue fazer, ( o famoso gelo ).

__Helena, por favor, espero que me entenda, entenda o motivo de não ter te revelado isso antes. - falou tentando se explicar para a princesa.

__Motivo? e qual seria esse seu motivo Aziel? me diga!. - disse Helena quebrando seu silêncio.

__Medo... medo de que se afastasse de mim ao saber que sou um demônio, aquele dia que te vi naquela gruta, você parecia parte daquelas flores, a mais bela delas eu diria. - respondeu Aziel enquanto pegava a mão de Helena.

Os dois ficaram se olhando por alguns segundos, as palavras já não eram necessárias naquele momento.

__Isso é o de menos, precisamos alertar ao seu pai jovem princesa. Enquanto a você meu rapaz, admiro sua atitude, entregar os planos de seu pai dessa maneira é um ato de coragem, muita coragem eu diria, já que seu pai é um dos demônios mais poderosos dos quatro reinos. - disse Enzo quebrando totalmente o clima daquele momento.

__Meu pai não me faria mal algum, segundo ele eu sou o seu bem mais valioso. Não me alegro em contraria-lo, mas também não concordo com suas ações. - nesse momento Aziel largou a mão de Helena e se dirigiu para a porta.

__Preciso ir agora, já fiquei tempo demais aqui. Ah mais uma coisa Helena, me lembro de ouvir meu pai dizer que existe um de nós entre vocês e ele se revelará essa noite durante o baile.

__Um demônio!? - perguntou imediatamente a princesa.

__Realmente sinto nesse momento uma aura parecida com a sua jovem Aziel, porém essa é bem mais fraca, tão fraca que não posso identifica-la, creio que seu dono está se disfarçando. - afirmou Enzo enquanto se concentrava de olhos fechados.

__Preciso informar ao rei com urgência, todos correm perigo, tanto seu pai quanto meu rei. - então Enzo se retirou as pressas da biblioteca deixando Helena a sós com Aziel.

__Aziel espere! ... antes que se vá eu queria te agradecer - Helena se aproximou do rapaz e lhe deu um forte abraço , enquanto o abraçava percebeu que o pedaço de vestido usado para cuidar de seu ferimento na gruta, ainda estava em seu bolso.

__Por que ainda carrega isso? - perguntou Helena se referindo ao pedaço de vestido.

__Isso aqui ? é que... - pensou por alguns segundos em uma desculpa.

__É que pensei que poderia querer de volta. - respondeu com um sorriso tímido no rosto.

__Eu querer de volta um pedaço de vestido velho? conta outra. - Helena deu uma gargalhada.

__Não tem graça Helena, apesar de ter se passado um bom tempo, esse tecido ainda tem o seu perfume. - disse Aziel pegando novamente a mão de Helena.

O clima de romantismo era inevitável quando os dois se encontravam, Aziel era do tipo galanteador e flertava a princesa sempre que possivel ( até então sem resultado algum).

__Então você gosta do meu perfume? - sussurrou próximo ao ouvido de Aziel.

__Sim, ele me deixa curioso. - respondeu o rapaz.

__Curioso? por que curioso? - perguntou Helena se deixando levar pela fala mansa de Aziel.

__Curiso... em saber como ficaria misturado ao meu. - sussurrou Aziel enquanto adentrava seus dedos no cabelo da princesa.

Helena entendeu a vontade de Aziel naquele momento, no fundo ela queria tanto quanto ele. Seus olhos quase fechados expressavam o desejo que queimava em seus corações. Como se tudo estivesse mudo, era possível ouvi-los batendo cada vez mais forte a medida que suas bocas se aproximavam. No instante em que já podiam sentir o calor de seus lábios prestes a se tocar, a porta se abre repentinamente e dona Valkiria atrapalha o beijo de forma involuntária.

__Ops!, me desculpem! eu... eu... - Valkiria recuou toda sem graça e saiu de mansinho da biblioteca fingindo não ter visto nada.

Helena e Aziel se afastaram, ambos tímidos pela situação constrangedora.

__Melhor eu ir Helena, até outra vez e se cuida tá , não confie em ninguém. - então Aziel deixou a biblioteca rapidamente e seguiu pelos corredores até se ver fora do castelo.

Helena suspirou fundo e se acalmou pois o que tinha acontecido ( quase acontecido né ) tinha a deixado com o coração a mil. Pegou o seu arco em cima da mesa e finalmente se retirou.

POR TRÁS DA ESPADAOnde histórias criam vida. Descubra agora