Ana começou a rir, tentava se levantar, mas não conseguia firmar o salto no sabão, e a cada nova tentativa uma nova queda.
Tom se levantou e tentou ajudar Ana a se levantar, porém antes mesmo que se desse conta, estava sendo puxado de volta para o chão.
Os dois se encararam por uma fração de segundos, e desataram a rir.
-Olha o que eu sei fazer.- Ana estava mexendo no chão ensaboado. Começou a fazer bolhas de sabão, e quando estas estavam voando ela cutucava com o dedo indicador estourando.
-Eu sei fazer maiores.
Quando Tom stava soprando o sabão, a porta abriu, e três funcionarios entraram.
-Patrão tá tudo bem?
-Claro Seu Geraldo. Estamos lavando a cozinha.
-Mas por que estão no chão?
-Falhas tecnicas.
-Sim, totalmente tecnicas. Eu não cai! Não mesmo.- Ana enfatizou sua frase, mas seu tom era de quem ia cair na risada.
-Quem é essa moça bonita que o senhor ainda não apresentou?- Uma senhora de cabelos grisalhos sorria para Ana.
-Oi, sou a Ana Júlia.
-Maria temos que contratar moças bonitas também.
Tom levantou e ajudou Ana. Quando os olhares se cruzaram não aguentaram e começaram a rir, depois de um tempo os cinco estavam rindo juntos como se fosse a coisa mais natural. Até mesmo Beck a mal humorada estava rindo.
Com muito custo terminaram de lavar a cozinha. Ana estava molhada da cabeça aos pés, mas se recusava terminantemente a ir embora. A solução encontrada foi Tom emprestar uma muda de roupa para ela.
-Parece que estou de pijama.- Ana estava com os braços abertos se analisando, a diferença de tamanhos era evidente.
-Vamos?
-Qual é a nossa missão chefinho?
-Você vai aprender a fazer café.
O resto do dia passou rápido, Ana teve dificuldades em exatamente tudo que tentou, mas insistiu em pelo menos fazer um café decente sem confundir o SAL com o AÇÚCAR.
Chegou em sua casa já era sete horas da noite, se jogou no sofá. Campainha tocou.
-Dan, espero que não tenha aparecido aqui sem comida, te faço voltar e buscar alguma coisa.- Disse abrindo a porta.
-Aqui mulher.- Ele estendeu uma sacola com dois lanches.
-Os dois são para mim?
-Não, um é meu. O outro seu.
Ela pegou a sacola para esquentar os lanches, enquanto Dan se acomodava no sofá e ligava a televisão com um controle.
Os dois comeram em silêncio. Ela desconfiava que o dia tinha sido difícil e por isso ele estava ali. Mas não iria perguntar. Estava feliz em ter a companhia dele.
-Que roupa é essa ?- Dan apontava para ela, uma sombrancelha arqueada e um olhar desconfiado.
-É do meu chefinho, ele me emprestou.
A boca do homem abriu, fechou e novamente se abriu, em nenhum momento falou nada nesse meio tempo.
-Você não tem chefe!
-A partir de hoje tenho sim. Eu fui contratada.- O gritinho de felicidade de Ana fez Dan acordar do seu torpor.
-É sério?
Ela assentiu com um sorriso enorme. Ele nada mais disse. Foi embora depois de um tempo.
Ana tomou um banho, se jogou na cama, Hope deitou ao seu lado, e ambos pegaram no sono.
No dia seguinte Ana chegou cedo na padaria, desconfiava ter sido a primeira a chegar, mas tal qual não foi sua surpresa quando Tom apareceu para abrir a porta.
-Bom dia chefinho.
-Bom dia Anaju.-Ele não terminou a frase, estava sonolento ainda. -Quer café puro ou com leite?
-Com leite, por favor.
Ela se acomodou no banco perto do balcão, ficou atentamente observando enquanto Tom fazia café. Ele estendeu o copo para Ana.
-Você é bom.- Ana disse enquanto bebericava seu café com leite.
-Eu trabalhava em uma padaria, aprendi de tudo com meu antigo patrão.
-Entendi. E como foi que consegiu abrir sua própria padaria? Você parece novo, e já é bem sucedido.- Ela o olhava curiosa, queria saber mais sobre seu anjo salvador.
-Aos 21 anos meu patrão me chamou para conversar, ele ia mudar de cidade e fechar a padaria. Eu me ofereci para cmprar o negócio dele.
-Nossa, você é incrível mesmo.
-Não tanto, se não fosse eu, qualquer um poderia ter comprado a padaria.
-Mas não seria qualquer um que manteria o negócio ativo.- Ela sorriu, e ele retribuiu.
- Talvez.
-Por que a padaria se chama "Plenus"?
-Plenus é uma palavra em latim, em português significa melodia.
-Então você gosta muito de música?
-Vamos apenas dizer que sim.
Ela assentiu, viu o rosto de Tom mudar drasticamente, preferiu não perguntar mais nada.
-O que vou aprender hoje chefinho?
-Vou te ensinar um pouco sobre o cardápio, e as preferências dos consumidores. Assim quando for atender um cliente saberá exatamente o que lhe oferecer.
VOCÊ ESTÁ LENDO
ENTRELAÇADOS
RomanceAna Júlia, Aninha ou apenas Anaju,uma mesma mulher em muitas formas. Aos 17 anos sua vida mudou drasticamente com o acidente que matou seus pais. E sua esperança. Aos vinte quatro anos sua vida caminhava da forma mais confusa possível, sua camin...