Capítulo 8

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Ana começou a rir, tentava se levantar, mas não conseguia firmar o salto no sabão, e a cada nova tentativa uma nova queda.

Tom se levantou e tentou ajudar Ana a se levantar, porém antes mesmo que se desse conta, estava sendo puxado de volta para o chão.

Os dois se encararam por uma fração de segundos, e desataram a rir.

-Olha o que eu sei fazer.- Ana estava mexendo no chão ensaboado. Começou a fazer bolhas de sabão, e quando estas estavam voando ela cutucava com o dedo indicador estourando.

-Eu sei fazer maiores.

Quando Tom stava soprando o sabão, a porta abriu, e três funcionarios entraram.

-Patrão tá tudo bem?

-Claro Seu Geraldo. Estamos lavando a cozinha.

-Mas por que estão no chão?

-Falhas tecnicas.

-Sim, totalmente tecnicas. Eu não cai! Não mesmo.- Ana enfatizou sua frase, mas seu tom era de quem ia cair na risada.

-Quem é essa moça bonita que o senhor ainda não apresentou?- Uma senhora de cabelos grisalhos sorria para Ana.

-Oi, sou a Ana Júlia.

-Maria temos que contratar moças bonitas também.

Tom levantou e ajudou Ana. Quando os olhares se cruzaram não aguentaram e começaram a rir, depois de um tempo os cinco estavam rindo juntos como se fosse a coisa mais natural. Até mesmo Beck a mal humorada estava rindo.

Com muito custo terminaram de lavar a cozinha. Ana estava molhada da cabeça aos pés, mas se recusava terminantemente a ir embora. A solução encontrada foi Tom emprestar uma muda de roupa para ela.

-Parece que estou de pijama.- Ana estava com os braços abertos se analisando, a diferença de tamanhos era evidente.

-Vamos?

-Qual é a nossa missão chefinho?

-Você vai aprender a fazer café.

O resto do dia passou rápido, Ana teve dificuldades em exatamente tudo que tentou, mas insistiu em pelo menos fazer um café decente sem confundir o SAL com o AÇÚCAR.

Chegou em sua casa já era sete horas da noite, se jogou no sofá. Campainha tocou.

-Dan, espero que não tenha aparecido aqui sem comida, te faço voltar e buscar alguma coisa.- Disse abrindo a porta.

-Aqui mulher.- Ele estendeu uma sacola com dois lanches.

-Os dois são para mim?

-Não, um é meu. O outro seu.

Ela pegou a sacola para esquentar os lanches, enquanto Dan se acomodava no sofá e ligava a televisão com um controle.

Os dois comeram em silêncio. Ela desconfiava que o dia tinha sido difícil e por isso ele estava ali. Mas não iria perguntar. Estava feliz em ter a companhia dele.

-Que roupa é essa ?- Dan apontava para ela, uma sombrancelha arqueada e um olhar desconfiado.

-É do meu chefinho, ele me emprestou.

A boca do homem abriu, fechou e novamente se abriu, em nenhum momento falou nada nesse meio tempo.

-Você não tem chefe!

-A partir de hoje tenho sim. Eu fui contratada.- O gritinho de felicidade de Ana fez Dan acordar do seu torpor.

-É sério?

Ela assentiu com um sorriso enorme. Ele nada mais disse. Foi embora depois de um tempo.

Ana tomou um banho, se jogou na cama, Hope deitou ao seu lado, e ambos pegaram no sono.

No dia seguinte Ana chegou cedo na padaria, desconfiava ter sido a primeira a chegar, mas tal qual não foi sua surpresa quando Tom apareceu para abrir a porta.

-Bom dia chefinho.

-Bom dia Anaju.-Ele não terminou a frase, estava sonolento ainda. -Quer café puro ou com leite?

-Com leite, por favor.

Ela se acomodou no banco perto do balcão, ficou atentamente observando enquanto Tom fazia café. Ele estendeu o copo para Ana.

-Você é bom.- Ana disse enquanto bebericava seu café com leite.

-Eu trabalhava em uma padaria, aprendi de tudo com meu antigo patrão.

-Entendi. E como foi que consegiu abrir sua própria padaria? Você parece novo, e já é bem sucedido.- Ela o olhava curiosa, queria saber mais sobre seu anjo salvador.

-Aos 21 anos meu patrão me chamou para conversar, ele ia mudar de cidade e fechar a padaria. Eu me ofereci para cmprar o negócio dele.

-Nossa, você é incrível mesmo.

-Não tanto, se não fosse eu, qualquer um poderia ter comprado a padaria.

-Mas não seria qualquer um que manteria o negócio ativo.- Ela sorriu, e ele retribuiu.

- Talvez.

-Por que a padaria se chama "Plenus"?

-Plenus é uma palavra em latim, em português significa melodia.

-Então você gosta muito de música?

-Vamos apenas dizer que sim.

Ela assentiu, viu o rosto de Tom mudar drasticamente, preferiu não perguntar mais nada.

-O que vou aprender hoje chefinho?

-Vou te ensinar um pouco sobre o cardápio, e as preferências dos consumidores. Assim quando for atender um cliente saberá exatamente o que lhe oferecer.

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