Ana já estava se acostumando a chegar mais cedo, mas dessa vez o que a fez querer chegar cedo foi a curiosidade em saber onde Tom foi ontem na hora do almoço. Ela pensou anoite inteira sobre por que parecia que tinha algo errado, ele era um homem gentil e atencioso, muito paciente mesmo quando ela fazia as coisas mais absurdas, mas ainda sim ela via por tras do sorriso um olhar triste, então algo estava errado.
Mesmo que ela tentasse enumerar os fatores que faziam de um homem, misterioso, as alternativas que lhe vieram em mente giravam entre:
1. Ele era um criminoso foragido vivendo outra identidade.
2. Ele tinha dupla personalidade, de dia era gentil, de noite era um Don Juan sem nome.
3.Ele tinha várias mulheres espalhadas por ai.
4. Ele era de outro pais e vivia clandestino no pais.
5. Ele era um mafioso em pele de cordeiro.
É claro que até mesmo para ela sua lista não era muito confiável.
Então achou mais confiável tentar saber mais dele pela fonte de curiosidade.
Ana também não entendia por que se sentia tão curiosa sobre Tom, Dan certamente diria que ela era xereta e que deveria ter vergonha de cuidar da vida alheia. Ela certamente concordaria com seu amigo, se fingiria de arrependida e continuaria querendo xeretar. Fazer o que se mulher era um bicho curioso.
Ela bateu na porta de vidro da padaria, em questões de minutos Tom lhe abria a porta a recepcionando com um belo sorriso.
Mas ela não estava necessariamente prestando atenção ao sorriso, seus olhos estavam focados na mão dele que segurava algo parecido com uma gargantilha.
Ela entrou e aceitou o café, já estava se tornando um ritual beber o café fresco e quente de seu patrão.
Enquanto ele ia de um lado para o outro, ela do balcão via o tal colar que tinha sido depositado cuidadosamente por Tom em uma gaveta que ainda estava aberta.
Ficou imaginando se era presente para uma namorada. Mas descartou a ideia depois de calcular o tanto de tempo livre que ele tinha.
Então de quem era o colar?
Os outros chegaram e a padaria foi aberta.
Ela estava limpando as mesas, mas sua ateção estava direcionada a Tom que se encontrava no balcão.
Talvez já tivesse se passado mais de dez minutos quando percebeu que esfregava o pano no mesmo lugar sem dar a devida atenção a isso, então a mesa estava tão limpa naquela parte que quase podia ser considerada transparente.
Olhou sem graça para a pessoa na mesa ao lado e com seu pano foi para o balcão.
O dia estava terminando, e os ultimos clientes saiam felizes com seus pães quentes. Na ultima hora Ana estava na cozinha "ajudando " Dona Maria, as duas estavam fazendo um bolo, estaria dando tudo certo se Ana não insistisse com a velha senhora que talvez colocar mais farinha ou mais ovos fossem fazer o bolo ficar mais gostoso, ou sugerir para colocar ingredientes que na receita original não ia um exemplo é a camomila e o oregano.
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ENTRELAÇADOS
Storie d'amoreAna Júlia, Aninha ou apenas Anaju,uma mesma mulher em muitas formas. Aos 17 anos sua vida mudou drasticamente com o acidente que matou seus pais. E sua esperança. Aos vinte quatro anos sua vida caminhava da forma mais confusa possível, sua camin...