Capítulo 08

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Anabel ainda boquiaberta olhou para a carta sem remetente, seu coração apertou pois ali falava da sua família e isso a preocupava. Precisava saber quem mandou e o que queria dizer com aquelas palavras.
Então abriu a porta do quarto, e  seguiu o corredor à procura de algum empregado do Castelo que pudesse lhe informar se alguém esteve no seu quarto enquanto estava ausente.

__ Senhor! __ chamou um dos guardas que estava perto das escadas.

__ O que deseja, senhorita?

Ele era alto, sua pele bronzeada e seus cabelos castanhos eram na altura do ombro.

__ A quanto tempo estava aqui? __ interrogou.

__ A pouco tempo. Aconteceu alguma coisa?

__ Não! Tudo bem... __ mentiu, pois não queria que ninguém soubesse sobre a carta.

__ Se for sobre a carta, creio que posso ajudar! __ falou abafando a voz.

__ Como sabe? __ ela perguntou com certo receio.

__ Vim para te entregar a carta e lhe mandar um outro recado.

__ Quem te mandou?

Anabel lhe encarou esperando por mais explicações.

__ Uma mulher! Ela está lhe aguardando no Jardim, ao fundo do castelo, e pediu que ninguém lhe acompanhasse, com minha exceção.

__ Não posso!

Apesar da curiosidade, ela se negou a ir.

__ Ela sabe muitas coisas sobre o seu pai!

Ele soltou as palavras já esperando a reação de Anabel, que ficou claramente confusa.

__ Como assim? Meu pai está morto! __ declarou. __Com liçença, não quero ouvir mais nenhuma palavra dessa sua história.

Ela se virou, porém foi interrompida pelo homem que segurou em seus braços sem colocar força alguma.

__ Não é somente uma história, é a sua história. Há coisas ocultas nas quais devem ser reveladas e você não pode fugir disso. __ ele falou de forma culta. __ Venha comigo que lhe mostrarei alguém que sabe sua verdadeira história!

Seu convite não poderia ser negado, Anabel sempre quis saber mais sobre seu pai, e essa foi a primeira vez em que alguém lhe fez essa oferta.

__ Eu irei, pelo o meu pai!

Eles silenciosamente se dirigiram ao jardim no fundo do Castelo. Entre o breu que cobria as árvores e flores, percebia-se a silhueta de uma mulher. Ao se aproximar, era perceptível as madeixas vermelhas da mulher e a forma provocante como se vestia.

__ Então é você? __ a mulher encarou Anabel dos pés à cabeça. __ Sinceramente esperava mais. __ falou com um sorriso provocante.

__ O que sabe sobre meu pai? __ Anabel ignorou a forma como ela falou, e foi ao ponto desejado.

__ Calma minha linda! Teremos muito tempo pra isso, não é mesmo amor? __ ela caminhou até o homem que havia acompanhado Anabel.

__ Rebeca, está a deixando com medo! __ ele advertiu ao perceber a feição de surpresa estampada no rosto de Anabel.

__ O que querem comigo? __ perguntou com desconfiança. __Vocês realmente sabem algo do meu pai ou estão querendo outra coisa?

__ Nós jamais faríamos algo que podesse lhe prejudicar! __ o homem tomou a palavra. __Estamos aqui pra te ajudar!

Anabel viu sinceridade nos olhos do homem, e por um estante acreditou nas suas palavras, mas muitas coisas não fazia sentido. Ainda não compreendia o significado das palavras que estavam escritas na carta.

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