Corremos por todo parque aquático feito quatro adolescentes fugindo de casa. Nunca havia visto Nicholas tão jovem.
Fomos em vários toboáguas, e por fim paramos na borda da piscina. Cláudia estava entre as pernas de Paulo que estava sentado fora da piscina; Nicolas se segurava na borda, e eu estava agarrada nele, envolvendo sua cintura com a perna.
–– E como está seu pai? –– Cláudia perguntou
–– Está bem –– afirmei ––Ele passa muito tempo com o vizinho.
–– Maison? –– Cláudia riu –– Sempre tivemos medo dele, lembra?
–– Ah, sim –– gargalhei
–– Medo? –– Paulo perguntou
–– Sr. Maison tinha um jardim e odiava crianças nele –– Contei –– achávamos que ele era um bruxo.
–– Ou um monstro como na Bela e a Fera –– Cláudia riu
–– Pobre homem –– Nicholas disse –– devem ter feito ele arrancar os cabelos.
–– Sim...–– Cláudia concordou –– não saiamos do jardim dele.Nós passamos o dia inteiro falando sobre besteiras, brincando e comendo. Dançamos um pouco até. Foi um dia produtivo que eu não iria esquecer.
Eram 17h quando Nicholas parou em frente ao meu apartamento. Ele olhou para mim de um jeito amoroso e feliz.
–– Obrigado pelo dia –– ele disse beijando minha mão
–– Eu que agradeço –– corei
–– Nos vemos amanhã? No trabalho?
–– Chefe e Estagiária –– lembrei
–– Sim, Srt. Allen –– ele riu
–– Boa noite...–– beijei seus lábios puxando-o para mais pertoSeus lábios estavam macios, e o beijo estava ficando mais quente; minha imagem montada nele veio a mente, acendendo um desejo que eu sabia que estava ali. Me afastei dele tentando não parecer uma maníaca sexual.
–– Me ligue se precisar –– ele lembrou
–– Tá bem... –– saí do carroDa porta do prédio, eu vi o carro sumir, e então pude ir para casa.
As escadas do meu prédio ficavam cada vez mais sombrias na medida que eu subia; eu nunca tive medo de escuro e muitas vezes mais já subi por aqui muito mais tarde que agora, porém, algo fazia eu soar frio e meu coração acelerar, como se eu estivesse sendo vigiada e seguida. Abri a porta do meu apartamento com as mãos trêmulas, entrei rapidamente fechando a porta atrás de mim. Meu coração estava muito assustado, e eu não sabia porquê. Pus o trinco na porta e deixei meu celular comigo, como se eu o soltasse fosse deixar minha única arma. Liguei todas as luzes e fui para o banheiro, precisava de um banho quente para afastar toda essa paranóia; era bem provável que eu me acostumasse com a presença de Nicholas aqui durante as férias.
Entrei no banheiro deixando o celular na pia; me despi e entrei na água quente. O calor me fazia ter uma sensação familiar de alívio, sentia minha pele formigar e um sono me invadir. Em seguida, a imagem de Nicholas tomou conta da minha imaginação; não estávamos tanto tempo juntos, mas eu não podia evitar sentir aquele desejo carnal por ele.
Se ele estivesse aqui..
Sorri com a imaginação.
Saí do banheiro com o celular em mãos e fui para o quarto; vesti uma roupa leve e então comecei a escovar meus cabelos, então ouço um barulho vindo da cozinha.
A temperatura pareceu cair neste instante, apertei o celular em mãos e senti minha respiração se alterar. Liguei para Nicholas, mesmo sem ter certeza se eu estava imaginando coisas.
Quando ele atendeu eu pude ouvir o som de buzinas.
–– Nicholas? –– Chamei
–– Oi, amor. Ainda não cheguei –– ele disse
–– Acho que tem alguém no meu apartamento –– falei assustada
–– O quê?! ––ele parecia nervoso agora
–– Estou com medo.
–– Fica calma. Estou indo.
–– Não demora... –– choraminguei
–– Tá. Estou voltando... –– ele disse
–– Tá bem... –– sussurreiDesliguei o celular e senti meu estômago doer de medo. Ouvi mais um barulho e então decidi ir ver o que estava havendo. Pus o celular na cintura e saí do quarto. A primeira coisa que me assustou, foi que todas as luzes estavam ligadas agora. Eu sabia que tinha alguém aqui e eu queria chorar.
–– Quem está aí?! –– Chamei –– Eu já chamei a polícia.Silêncio.
Ouço passos fracos e então a luz do corredor acende e ele surge no mesmo.
–– Allan...–– sussurrei indagativa –– O que faz aqui? Como entrou?
–– Tenho meus meios... –– ele disse sem sair do seu lugar
–– Vai embora –– mandei –– eu não quero falar com você.
–– Safira, sou seu melhor amigo –– ele deu um passo e eu recuei –– Não vou te machucar. Eu amo você
–– Para com isso –– eu pedi –– Por que está fazendo isso? Eu só te vejo como um amigo.
–– Mas eu não! –– ele berrou me assustando
–– Allan, vai embora –– pedi de novo
–– Não...–– ele sorriu perigosamente –– Eu quero você.
–– Allan... –– recuei mais –– Por favor...
–– Vem cá! –– ele mandou
–– Não! –– rosnei
–– Safira... –– ele começou a virCorri para meu quarto e me tranquei lá
–– Safira! –– ele começou a bater na porta –– Abre isso!
–– Não! –– Gritei chorando –– Vai embora.
–– Eu vou arrombar!
–– Não! –– me afastei assustadaA porta vibrou e eu gritei. Ele estava chutando ela; sentia meu coração doer de medo. Fui até a janela do meu apartamento e a abri saindo por ela até a saída de incêndio. A porta veio abaixo e eu virei para olhar.
–– Não! –– Ele correu até mim
–– Aah! –– gritei saindo de uma vez
–– Volta aqui! ––ele me puxou pelo cabelo
–– Me solta! –– chorei e bati na cara deleEle me soltou e eu comecei a descer a escada de incêndio.
Quando cheguei no chão corri para o outro lado da rua; minha respiração estava descontrolada e meu coração estava rápido demais. Olhei para o prédio esperando que ele saísse de lá para me buscar, mas a rua estava movimentada e talvez ele não fizesse isso.
Minhas mãos tremiam e eu olhava ao redor apavorada. Ouço uma guinada e então um arrastar de pneus. Olho para a direita vendo o carro de Nicholas; ele sai do carro e eu corro para os seus braços já chorando.
–– Ei...–– ele sussurrou –– Safira, o que houve? Está machucada?
–– Allan... –– sussurrei tremendo –– ele... Ele... tava lá... e ele... tentou...
–– Respire... –– ele segurou meu rosto –– Allan estava no seu apartamento?
–– Sim... –– assenti
–– Filho da...
–– Ele tentou me pegar. Mas eu saí pela saída de incêndio –– consegui dizer
–– Vamos...–– ele segurou minha mão.
–– Para onde? –– perguntei
–– Vamos pegar umas roupas para o você –– ele disse –– você vai ficar na minha casa até que ele seja pego. Não vou deixar você aqui sozinha
–– Não quero entrar lá –– tremi
–– Ele deve ter fugido. –– Nicholas disse ––se for esperto, ele fugiu.Voltamos para meu apartamento e a porta estava aberta, isso indicava que ele tinha ido embora. Entrei grudada em Nicholas e juntos fomos para o quarto. Peguei meu material didático e uma mochila com roupas de trabalho, escola e para ficar em casa, até uma lingerie de ceda. Peguei peças íntimas e enquanto isso, Nicholas vigiava a porta. Não demorei muito e então peguei tudo; Nicholas me ajudou e juntos saímos do apartamento fechando a porta na chave ao sair.
Quando finalmente a porta do carro se fechou e saímos do lugar, meu coração desacelerou e eu pude respirar normalmente
–– Vou ligar para a polícia –– Nicholas avisou e então me olhouSeu olhar parecia curioso como se esperasse algo.
–– Não vou tentar te impedir se é isso que está esperando. –– falei
–– Achei que...
–– Que eu ia relevar por ele ser meu amigo? –– perguntei –– Não. Ele não é mais meu amigoFechei meus olhos e respirei fundo.
–– Está tudo bem. –– Nicholas segurou minha mão –– Vou te proteger
–– Estava com tanto medo –– chorei
–– Eu sei... –– ele continuou a dirigir ––agora, me conte exatamente o que houve.Eu assenti e então respirei fundo e comecei a falar, sentindo meu coração saltar em cada palavra que narrava as recentes lembranças.
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O Chefe e a Estagiária
Romance"Algumas ordens não podem ser cumpridas" Nicholas Magnus é um grande empresário na área de tecnologia e telecomunicações; sendo ótimo no que faz e tendo uma aparência sedutora, ele se torna o milionário mais cobiçado do mundo dos negócios, porém, se...