Capítulo 30- Ele

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"Suicídio na The Planet
Homem ameaça vida de Magnata e assistente e depois atira contra a própria cabeça"

Éramos capa de todos os jornais; tinha muitos reportes na porta da empresa quando eu surgi para dá alguma explicação. A perícia já tinha levado o corpo durante a madrugada, mas eu e Safira tivemos que ficar para contar o que houve; os reportes me cercavam, e Safira estava do lado de dentro querendo evitar tudo isso. Eu respondia as perguntas menos absurdas, e quando cansei, os seguranças afastaram todos de mim, permitindo que eu voltasse para dentro da empresa.
A polícia fez suas próprias perguntas, e quando tudo acabou, dirigi meu olhar para Safira que estava ao canto da sala ao lado de Tom e Yuri. Ela pareceu sentir meu olhar, pois também olhou para mim. Nossos olhos se encontraram e eu pude sentir alívio por ela está ali, e bem. Ela se levantou e começou a vir na minha direção, fiz o mesmo e logo estávamos correndo. Ela se jogou em meu abraço, e eu a apertei contra mim.
–– Acabou... –– sussurrei –– Acabou. Estamos bem. Tá tudo bem.
–– Eu te amo tanto –– ela disse fazendo meu coração voar dentro do peito
–– Eu também te amo, Safira. –– respondi finalmente.

Depois de sermos escoltados para casa, Safira e eu decidimos relaxar sobre as sombras das árvores que haviam ao redor da minha casa; sentamos da grama recém cortada, sentindo o vento suave soprar ali, o céu estava em um azul brilhoso e o sol entravam pelas pequenas brechas das folhas.
–– Uau... –– Safira quebrou o silêncio 
–– Que foi? ––Perguntei 
–– Você... –– ela me olhou –– Você não acreditava no amor, e quando começou acreditar decidiu investir em mim. Logo depois ficou correndo o risco de ser morto por isso.
–– É... –– eu sorri –– espero que nem todo namoro seja assim
–– Só estou dizendo que você tinha tudo para abrir mão de mim, e garantir sua segurança.
–– Do que iria adiantar eu estar seguro sem você do meu lado? ––segurei a mão dela 
–– Você me ama? –– ela parecia descrente 
–– Você dúvida? –– pus a mão dela no meu coração –– você mudou tudo que há em mim, transformou tudo de ruim que achava certo. Você me trouxe a felicidade. Safira, muitos buscam definições filosóficas para explicar o quê é o amor. Mas sabe o que é o amor para mim?
–– O quê? –– ela arfou
–– Você... –– respondi sem hesitar –– Quando me perguntarem o que é o amor, não vou pensar numa frase. Eu vou dizer seu nome.

Ela deixou lágrimas caírem e então me beijou. E para mim o amor deixou de ser igual para todos, acho que esse sentimento é diferente para todos, e que nunca saberemos o que ele é, se não formos vivê-lo. Eu decidi viver, e hoje eu sei o que é o amor.
–– E você me ama –– olhei para ela –– por quê?
–– Por quê? –– ela franziu o cenho ––Porque você me faz bem, você... você me faz sentir segurança, amor, e...Eu... –– eu podia ver ela ficando frustrada com a falta de palavras
–– Eu sei como é –– fiz ela me olhar ––Também não acho palavras para descrever tudo que sinto por você.
–– Eu apenas te amo, Nicholas –– ela segurou meu rosto

Beijei ela sentindo que éramos um do outro.

–– Pombinhos! –– Ouvimos uma voz animada

Viramos o rosto ganhando um grande sorriso. Paulo, Cláudia, o pai de Safira e minha tia estavam ali, se aproximando de nós. Nos levantamos para abraça-los e só então vimos o quão desesperados eles estavam para saber se estávamos bem. Cláudia chorou e riu, assim como minha tia; Safira abraçou seu pai não evitando chorar, me surpreendi ao ver que o pai dela estava preocupado comigo. 
–– Vocês podiam ter ligado! –– Cláudia ralhou
–– Concordo. –– Minha tia me repreendeu 
–– Fugiu da mente ––Safira se desculpou 
–– Que tal esquecermos isso? –– o pai de Safira sugeriu –– podemos almoçar, e deixar toda essa história aqui de baixo dessa árvore.
–– Apoiado. –– falei 
–– Então. Vamos almoçar –– Safira pegou minha mão

Nós seguimos caminho para dentro de casa; um outro assunto surgiu, deixando que a história se apagasse junto com o vento. Era melhor parar de pensar nas coisas ruins, para que elas se apaguem de vez.

Segunda-feira 
05 de setembro

Estava atrás da minha mesa fazendo meu trabalho. The Planet deixou de ser foco de jornalistas a quase um mês, e eu estava satisfeito com isso. Tudo foi superado aos poucos e hoje, não se havia vestígios de lembranças ruins para nenhum de nós. Houve um tempo na semana passada, que eu fiquei imaginando meu pai do mesmo jeito que Allan, lembrando que ele se matou pelo mesmo motivo. Safira, claro, notou depressa, e como ela tinha um dom especial para lidar com más recordações me fez ver que era besteira pensar nisso. Afinal, não podíamos ajudar.
Hoje, tudo estava melhor, Safira continuou morando comigo- mesmo que tenha sido preciso uma longa discussão sobre isso. Eu ganhei no final- nos dávamos bem e isso até nos fez ficar mais próximos, e a cada dia que eu acordava ao lado dela, me sentia mais feliz, e mais amado. 
Às vezes, parava para pensar como seria minha vida se essa garota não tivesse vindo para cá, se não tivesse me dito todas aquelas coisas?
TOC TOC
–– Pode entrar –– falei encerrando minha linha de pensamentos

Ela entra. Sua saia Salmão, o cabelo amarrado, os lábios pintados de cor chocolate, uma blusa branca que me permitia ver a linha de seu sutiã, e sobre saltos bege que a deixavam mais sexy.
–– Os currículos que pediu, Sr. Magnus –– ela entregou
–– Obrigado, Srt. Allen –– abri os currículos e ela se virou para ir

Só tem currículos masculinos aqui..
–– Safira... –– Chamei antes que ela saísse 
–– Sim? ––ela piscou inocente 
–– Só tem currículos masculinos aqui. –– falei 
–– Sério? –– ela se fez de boba –– Não acredito que as mulheres não querem mais se candidatar à sua empresa
–– Safira... –– insisti 
–– Eu separei masculinos dos femininos –– ela admitiu
–– Por quê? –– queria rir
–– Organização... –– ela deu de ombros 
–– Ciúmes... –– semicerrei os olhos 
–– Jamais. Sou uma simples assistente pessoal, não tenho motivos para sentir Ciúmes. –– ela cruzou os braços

Ah é?
Apertei no interfone.
–– Dalila... –– Chamei 
–– Sim, Senhor? –– ela respondeu 
–– Terei uma reunião particular com minha assistente pessoal –– lancei um olhar provocante para Safira –– e ninguém pode me incomodar. Entendeu?
–– Hã. Sim... sim, senhor –– ela disse
–– Ótimo! –– desliguei e me levantei

Comecei a andar até Safira de um jeito provocante.
–– Não...–– ela apontou –– Não podemos. Lembra?

Puxei ela pela cintura.
–– Nicholas... –– ela olhou nos meus olhos –– o chefe e a estagiária. É a ordem, lembra?

Sorri e então fui para seu pescoço. Ela deu um suspiro mostrando que me queria. Mordi sua orelha e então disse:
–– Algumas ordens não podem ser cumpridas.

O Chefe e a EstagiáriaOnde histórias criam vida. Descubra agora