Capítulo 26- Ele

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Safira ainda tremia quando passamos pela porta de casa. Eu segurava a mochila dela, enquanto seus braços abraçavam sua mochila escolar. Margô surgiu na entrada e então me lançou um olhar curioso.
–– Margô, prepare um chá para Safira, por favor –– pedi
–– Claro... –– ela saiu rapidamente 
–– Joana! –– Chamei suavemente

Joana surgiu na entrada minutos depois.
–– Senhor? ––ela olhou para Safira e depois para mim
–– Leve essas coisas para meu quarto –– entreguei as duas mochilas para ela 
–– Sim, senhor –– Joana saiu

Safira veio até mim e me abraçou. Beijei o topo da sua cabeça me sentindo tenso por seu silêncio.
–– Você está segura agora –– sussurrei 
–– Obrigado –– ela murmurou –– você não devia passar por isso.
–– Ei... –– fiz ela me olhar –– pare com isso.

Ela assentiu e então me beijou; senti ela ficar mais calma e a tensão se dissipar aos poucos.
–– Vamos para a biblioteca –– peguei a mão dela –– Margô irá levar seu chá para lá

Ela pegou minha mão e juntos fomos.
Na biblioteca, Safira ficou encolhida na poltrona e eu abri meu notebook vendo meus e-mails do trabalho; passos leves soam e então Margô entra com um xícara de chá em mãos.
–– Aqui está... –– ela levou até Safira
–– Obrigado –– Safira sorriu dando um gole no chá 
–– Devo separar um kit de banho para ela? –– Margô me olhou 
–– Sim, por favor –– sorri grato
–– Com licença –– Margô sorriu e saiu 
–– Vou dormir com você, não é? ––Safira me olhou
–– Se quiser –– sorri travesso
–– Como se eu não fosse querer –– Safira deu outro gole 
–– Por que ele está fazendo isso? ––suspirei
–– Ele não aceita minha rejeição –– Safira suspirou –– Não sei o que há 
–– Nunca vi uma pessoa agir assim –– Admiti –– fazer de tudo para ter o que quer. Ou melhor, quem quer.
–– Acha que ele é doente? ––Safira perguntou
–– Não sei... –– analisei 
–– Ligou para a polícia?
–– Vou fazer isso...–– afirmei

Ela assentiu e então continuou a tomar seu chá. 
Depois que eu liguei para a polícia e dei parte no caso, fui tomar um banho enquanto Safira assistia TV. Me mantive sobre a água quente deixando os pensamentos fluírem; toda essa situação me fez imaginar diversas situações.
E se eu não ouvisse o celular? E se Allan tivesse pego ela? O que teria acontecido? 
Uma angústia toma meu corpo só de me imaginar perdendo ela. Termino meu banho e visto minha calça de pijamas apenas; não sei se Safira irá se incomodar se eu ficar sem camisa. Sequei meu cabelo deixando-o despenteado, e fui atrás de Safira na sala de eletrônicos; ela estava vendo uma comédia romântica e dando risadinhas discretas; pigarreei me anunciando na sala. Ela me olhou avaliando meu corpo tal como fez na sala do meu escritório na empresa.
–– Oi...–– ela disse
–– Oi...–– fui para o lado dela ––O que está assistindo?
–– Love, Rosie –– Ela disse
–– Ah... –– sorri

Ela se jogou vindo para meu colo e olhando para a TV; comecei a acariciar seus cabelos e em parte seu rosto; ainda lembro quando dormimos no trabalho, eu fiquei tão fascinado ao vê-la tão perto de mim de forma tão natural.
Ela me olhou, de uma forma que eu desejei que ela não tivesse feito. Ela se sentou e me beijou. 
Oh, deuses...
Agarrei o rosto dela tentando manter o controle, porém, Safira parecia querer me fazer perdê-lo.
–– Safira... –– sussurrei desejoso
–– Hummm... –– ela mordeu meus lábios

Fui para cima dela vendo ela abrir as pernas de forma receptiva. Nosso beijo continuou; fazendo nosso corpo se chocar de forma quente e excitante. Suas mãos foram para minhas costas e meus lábios deixaram de ser tão suaves.
TOC TOC 
Saltei de cima dela e Safira se sentou de forma comportada.
–– Pode entrar –– falei quase engasgado 
–– Senhor? –– Joana entrou –– O jantar está servido 
–– Ah, claro, obrigado, Joana –– sorri 
–– Com licença –– ela saiu

O Chefe e a EstagiáriaOnde histórias criam vida. Descubra agora