Capítulo 29- Ela

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Eu estava jogando God of War, porém, nem o jogo era capaz de me fazer esquecer tudo que houve. Pensar em Allan como um doente não me fazia ficar melhor, apenas me deixava mais tensa. Deixei o controle de lado quando eu morri pela décima vez. Não estava conseguindo pensar em nada de tranquilo; Allan estava lá fora, em algum lugar, tramando como matar Nicholas da melhor forma possível. Às vezes me sinto culpada por ter colocado Nicholas nisso; por minha culpa ele está em risco de morte.
Me deitei no sofá e não notei que estava com sono, só percebi quando já havia apagado.

Sinto um toque suave nas minhas bochechas que me fazem abrir os olhos, o sorriso de Nicholas preenche minha visão e me faz sorrir também.
–– Você dormiu –– ele riu 
–– Deve ter sido o sexo durante a tarde –– eu sorri 
–– Deve mesmo ––beijou minha bochecha 
–– Que horas são?
–– São 19h15, vim te chamar para Jantar –– ele falou
–– Ah. Já terminou de trabalhar?
–– Já... ––ele se desculpou 
–– Não se preocupe... –– falei –– você precisa trabalhar.
–– Vamos comer? –– ele ergueu as sobrancelhas –– estou com fome.
–– Eu também –– sorri alegre

O jantar foi diferente do dia, não houve menção sobre coisas ruins, ficamos apenas falando sobre coisas aleatórias. Quando o jantar acabou, nós fomos assistir um filme qualquer; eu estava deitada no colo de Nicholas, sentindo-me segura ali. Suas mãos faziam carícias no braço enquanto riamos do filme que passava.
–– Senhor? –– Margô entrou na sala
–– Nicholas... –– Ele corrigiu
–– O senhor Paulo e a senhora Cláudia estão aqui –– Margô sorriu
–– Ah...–– Nicholas parecia surpreso –– pode deixá-los entrar –– ele disse
–– Com licença –– Margô saiu

Nos levantamos e então os dois entraram. Cláudia correu na minha direção me dando um forte abraço.
–– Você tá bem? –– ela perguntou, seu coração estava a todo vapor
–– Estou bem...–– sussurrei
–– Quando me contou...––ela me olhou –– fiquei tão assustada 
–– Eu sei...–– Abaixei o olhar –– todos nós ficamos
–– Já tem alguma pista? ––Paulo perguntou 
–– Não...–– Nicholas respondeu –– Vamos sentar.
–– Nos contem tudo –– Cláudia pediu

Olhei para Nicholas e então falamos tudo para eles. As expressões deles mudavam medida que os fatos ficavam mais sérios; quando a história terminou, fez silêncio por alguns segundos antes das perguntas começarem 
–– Mas ele nunca pareceu ser louco? –– Paulo perguntou 
–– Não...–– afirmei –– Só os pais sabiam, e agora sei porque ele não gostava de ir na casa dos pais 
–– Mas se ele quer matar Nicholas, ele não devia ir preso? ––Cláudia me olhou 
–– Ele é doente –– Nicholas falou –– ele tem que ir para uma clínica.
–– Mesmo achando que cadeia é melhor –– murmurei 
–– Os seguranças vão ficar rodando vocês? –– Paulo perguntou tenso
–– Sim...–– Nicholas afirmou –– Até na faculdade com Safira.
–– Ótimo –– Cláudia suspirou de alívio –– Fique perto deles, Safira.
–– Pode deixar –– sorri –– vou ficar perto o suficiente para ficar protegida, e longe o bastante para não deixar Nicholas com ciúme.

Nós gargalhamos juntos e então mudamos de assunto.

Cláudia e Paulo foram embora depois de muito papo. Me troquei junto com Nicholas e juntos fomos para a cama. Me agarrei junto ao seu corpo sentindo que era aquele meu lugar.
–– Boa noite...–– ele beijou minha testa
–– Boa noite...–– sussurrei

Apaguei no mesmo instante.

A luz do sol já invadia o quarto quando eu abri meus olhos; Nicholas estava agarrado em mim como se tivesse medo que eu fosse ser tirada dele. Olhei para o relógio- 07h30
–– Nicholas...–– Chamei dando um beijo em seu rosto ––Acorde.
–– Hummm...–– ele se mexeu e sorriu ––Vou me acostumar mal.
–– Eu também –– beijei ele novamente

O Chefe e a EstagiáriaOnde histórias criam vida. Descubra agora