Epílogo- Ela

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5 anos depois

Era um dia calmo em Dallas. As férias haviam chegado para nós e nada mais importava sobre o trabalho; Nicholas deixou Dalila no comando da empresa, então podíamos relaxar.

A vida tem estado bem pacífica nesses anos; hoje eu sou Safira Magnus; tenho 26 anos e sou formada em administração. Casei ano passado em uma cerimonia linda em uma cidade da Alemanha. Nicholas insistiu que queria fazer tudo o mais belo possível, e eu aceitei, com uma condição, claro. E ele aceitou.

Meses depois de toda a confusão com Allan, as coisas ficaram mais calmas; Nicholas perguntou se eu me casaria com ele um dia, e eu disse que sim, porém, queria que ele fosse até a mãe dele. Fiquei feliz que ele concordou que a mãe dele merecia, afinal, ela não tinha nada a ver com a morte do pai. Acabou que fomos lá. A mãe de Nicholas era uma senhora muito tranquila; chorou ao ver o filho, assim como ele chorou ao ver a mãe. Com as desculpas dadas, tudo ficou no seu lugar.

Casamos tempos depois, com toda a família reunida. Meu pai acabou por conhecer a tia de Nicholas e eu nunca vi duas pessoas se darem tão bem. Hoje, ambos se fazem companhia nos domingos tediosos.

Agora, vamos às notícias mais modificadoras da minha vida.

Nicholas e eu decidimos ser pais; hoje temos um menino chamado Alex de apenas alguns meses. Eu engravidei logo depois que terminei a faculdade, o que foi bem sensato. Compramos uma casa mais familiar em um bairro tranquilo; um quintal espaçoso e sem muito luxo. Conseguimos manter a biblioteca, pois ambos queríamos que nosso filho gostasse da leitura. Adotamos até um cachorrinho; na verdade, o cachorrinho que nos adotou. Fomos à praça um dia quando o cachorrinho decidiu brincar com a gente; eu gostei tanto que pedi para levarmos. Nicholas não e opôs.

Então, isso é, basicamente, minha vida depois de tudo.

Hoje, era 18 de setembro, estava sentada lendo um livro na varanda. Margô havia retirado a mesa do almoço e eu esperava Nicholas terminar de fazer Alex dormir. Thomas lavava os carros com maior animação, e de vez em quando olhava para mim e sorria.

–– Amor? –– a voz de Nicholas me fez erguer o olhar.

Lá estava meu deus grego. Cabelos cheios, barba feita e sorriso suave. Sentou-se ao meu lado na varanda e olhou para o livro que eu estava lendo.

–– Que interessante –– ele riu –– Romance adolescente.

–– Fique quieto. –– Eu beijei seus lábios. –– Alex dormiu?

–– Como um anjo –– Nicholas começou a brincar com uma mecha do meu cabelo. –– Quando eu achava que ele estava dormindo, ele acordava dando risadinhas.

Eu ri com essa informação.

–– Nunca imaginei tanta paz e tranquilidade –– Ele tocou a ponta do meu nariz com o indicador.

–– Eu imaginei. E estou muito feliz por ter alcançado.

–– Paulo e Cláudia deixaram um recado sobre o aniversário de 3 anos da Karen.

–– Ah, sim. –– bati na minha testa –– Eu havia esquecido.

–– Você esqueceu, Sra. Magnus? –– ele zoou

–– Você está muito correto. –– me fingi de ofendida.

–– Amo você... –– ele me beijou.

No dia seguinte, fomos ao aniversário da filha de Paulo e Cláudia. Ambos ficaram muito felizes em estarmos ali. Mesmo com os anos passados, o fato de Nicholas nunca aparecer ainda era motivo de zoação.

–– Ele veio... –– Paulo riu –– Tenho sempre que conferir para ter certeza que não é um holograma.

–– Engraçadinho como sempre –– Nicholas abraçou seu amigo

–– Amiga... –– Cláudia beijou meu rosto e olhou para Alex em meus braços –– e como está meu afilhado gostoso?

Ah! Sim. Paulo e Cláudia são os padrinhos de Alex assim como somos de Karen.

–– Vem com a madrinha, gostosura –– Cláudia o pegou no instante que Karen me abraçou.

–– Dinda Safira –– Ela me olhou alegre –– Vocês vieram para o meu aniversário?

–– Viemos –– Nicholas a pegou no colo –– Quer ver seu presente?

–– Querooo! –– Karen se animou.

–– Vem com o dindo –– Paulo pegou Alex.

Cláudia e eu nos afastamos um pouco, e ficamos observando nossas conquistas pessoais.

–– Quem diria –– ela me olhou

–– Não é? –– sorri

–– A vida sem riscos é tão chata –– ela disse e eu a olhei –– fico feliz que tenha aceitado meus conselhos depois de tanta indecisão.

–– Devia ter escutado antes –– eu ri –– Mas, fico feliz por tudo ter se acertado.

–– Fico feliz por termos vocês aqui, Safira. –– ela pegou minha mão

 
Eu sorri e ela me abraçou. A noite foi uma criança, até os pequenos dormirem.  Alex não demorou, e se encaixou no bebê conforto sem problema. Ficamos na sala; conversando e rindo. Aproveitando a vida que lutamos para ter.

O Chefe e a EstagiáriaOnde histórias criam vida. Descubra agora