Capítulo 24- Ele

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Domingo
01 de agosto

Estava frio, mas o calor familiar e confortável estava irradiando por meu corpo; o aroma requintado de amora e orvalho circulava por ali, e eu sentia a respiração quente de Safira sobre meu abdômen. Abri meus olhos vendo seu rosto sereno e jovem- sorri ao acordar mais uma vez ao seu lado- seu pijama de bolinhas azul marinho a deixava mais jovem, e enrolados nos lençóis até parecíamos casados e preguiçosos.
O mês passou correndo, e eu vi ela durante todos os dias nas férias, porém, ela insistia para que eu dormisse com ela no fim de semana, eu não podia recusar já que eu queria também. Hoje o mês de agosto se dava início, e era o último dia das férias de Safira; depois de uma discussão longa na semana passada, eu consegui fazer ela aceitar voltar para o estágio na empresa, e eu fiquei feliz que ela iria ficar perto de mim, porém, ela me fez jurar que iríamos ser apenas o chefe e a estagiária no trabalho, e eu sabia que ela iria se sentir mais confortável assim, então não me opus.
Safira se mexeu e me apertou mais junto a si, eu cedi deixando ela me levar; ela mexeu a perna e deixou encostar no meu órgão, causando um arrepio prazeroso por meu corpo. Respirei fundo tentando contrair esse sentimento.
Ela se mexeu mais um vez; seus olhos abriram sonolentos; respirou fundo e então enterrou o rosto no meu abdômen absorvendo o perfume da minha camisa.
–– Bom dia... –– ela disse, dando um sorriso alegre 
–– Bom dia... –– beijei o cabelo dela 
–– Você está tão quente –– sua voz era sedutora agora
–– Você também... ––sorri
–– Que horas são?
–– Hoje é domingo. Não sei de hora alguma –– me mexi

Ela me olhou de forma travessa; seus lábios vieram contra os meus e isso não ajudou a acalmar o desejo que explodia em mim. Suas mãos vieram para meu abdômen, as minhas foram para sua cintura. Me Afastei minimamente para olhar seu rosto.
–– Café? –– Perguntei 
–– Temos que levantar mesmo? –– ela fez beicinho 
–– Sim...–– eu ri
–– Então, tá bem –– ela suspirou 
–– Eu vou comprar algo para tomarmos café na doceria aqui perto. –– beijei a testa dela –– não vou demorar 
–– Tá bem –– ela se espreguiçou

O dia estava calmo hoje, o sol cobria boa parte do céu, e as pessoas já estavam em suas atividades normais. Caminhei pelas ruas como uma pessoa comum, me sentia estranho ao fazer tal coisa; Margô sempre cuidou das refeições, e eu nunca cuidei de ninguém, ter Safira para mim fazia com que eu me sentisse útil.
A doceria parecia um brinquedo de boneca que as crianças adorariam ter. Eu entrei na loja recebendo olhares das atendentes; olhei para o balcão vendo diversos doces. 
–– Bom dia...–– A atendente mais jovem disse

Olhei para seu rosto vendo o rubor surgir. Evitei revirar os olhos.
–– O menu, por favor – pedi

Ela entregou prontamente.
Verifiquei a parte do café da manhã tendo em mente coisas que Safira gostava.
–– Dois copos de Cappuccino. –– pedi –– e panquecas.
–– Duas porções?
–– Sim...–– afirmei
–– Um minuto –– ela saiu sorrindo

Olhei no meu relógio e então pus as mãos no bolso. Tinha Cupcakes, brigadeiros e outros doces que me enchiam os olhos. Lembro de semanas antes quando Safira me trouxe aqui para passarmos a tarde.

–– Já comeu brigadeiro?–– ela perguntou 
–– Já... –– eu sorri –– não fui criado em um sótão.
–– É estranho pensar em magnatas comendo doces.
–– Eu comia brigadeiro quando minha tia fazia para mim e Paulo –– eu ri–– Torcia para chegar o fim de semana
–– Imagino –– ela deu uma risada melódica 
–– Quer um brigadeiro? –– perguntei 
–– Claro –– ela ficou com um rubor lindo no rosto

Quando o brigadeiro chegou, ela ofereceu a mim, dando-me na boca. Meus olhos fixos nela de forma provocante.
–– Adoro quando me olha assim –– ela sussurrou mordendo o brigadeiro também.

Pisquei voltando a realidade dos fatos. Olhei envolta vendo a garçonete chegar com meu lanche em um saco de papel e os dois copos de Capuccino.
–– Aqui está –– ela sorriu

Olhei para meu relógio e sorri
–– Foram cinco minutos –– peguei meu lanche 
–– Perdão? –– ela piscou

Entreguei o dinheiro a ela, vendo a nota grudada na sacola. Ela recolheu o dinheiro e eu me virei pronto para ir
–– Volte sempre... –– ela disse no momento que a porta fechou

Voltei ao apartamento e Safira estava no sofá; sua expressão parecia confusa e em mãos ela tinha um papel.
–– Voltei. –– me anunciei deixando nosso lanche e os copos de Capuccino em mãos ––Amor?

Ela me olhou e piscou 
–– Olhe isso... –– ela me entregou o papel

Franzi o cenho então li:

" Não me dou por vencido"

–– Hã? –– olhei para ela
–– Estava no chão perto da porta –– Ela contou –– encontrei depois que saí do banho.
–– Não sabe quem deixou? –– perguntei 
–– Não. E nem tem assinatura 
–– Talvez tenha sido engano. –– dei de ombros
–– É... –– ela abraçou seu tronco
–– Vamos tomar café? –– me aproximei acariciando seu rosto
–– Vamos... –– ela sorriu

Nosso café foi animado; e eu depois disso eu tomei um banho, agradecendo por Margô ter posto roupas reservas para mim. Voltei para sala com roupas novas, cabelos molhados e recém penteados; ainda estava descalço e então fui até a sala atrás de Safira. Ela estava arrumando o sofá de forma organizada e bem decorada.
Ela virou o rosto como se tivesse sentido minha presença.
–– O que vamos fazer hoje? –– Safira perguntou
–– Temos que ver seu pai. –– falei –– e depois quer fazer o quê?
–– Meu pai ligou dizendo que vai sair com o senhor Maison para pescar –– ela veio até mim –– e nós podíamos fazer algo que não me deixe de ressaca para o primeiro dia de aula.

Eu sorri e beijei seus lábios de um jeito suave e amoroso
–– Podíamos chamar Cláudia e Paulo para um passeio –– sugeri 
–– Ótima ideia –– ela ficou animada 
–– Ligue para eles. –– dei de ombros ––podíamos ir ao um clube hoje. Piscina, sol e amigos.
–– Perfeito –– ela me beijou carinhosamente 
–– Vou me calçar –– falei enquanto ela ia ligar para Cláudia.

Encontramos Cláudia e Paulo no Dove Water Park, um dos melhores parques Aquáticos de Dallas. 
–– Oi... –– Cláudia abraçou Safira com muito entusiasmo 
–– E aí? –– Paulo veio até mim com um grande sorriso no rosto 
–– Tudo bem? Qual o motivo desse sorriso? –– perguntei 
–– Você tem uma namorada –– Ele disse –– que amigo não ficaria feliz em ver seu amigo feliz?

Sorri para ele. Era estranho ver o quão querido eu era. 
–– Oi, Paulo –– Safira veio para meu lado 
–– Oi, Safira, muito bom te ver de novo –– Ele disse beijando ambas as bochechas dela
–– Então...–– Cláudia deu um pulinho –– Vamos nos toboáguas?
–– Com certeza –– Safira me olhou

Passei as mãos no cabelo assim como Paulo.
–– Vamos lá –– sorri

Safira ficava linda de biquíni vermelho; ela tinha curvas e um corpo que parecia não pegar muito sol, os cabelos longos caíam cobrindo toda sua costa. Cláudia estava ao lado, tinha cabelos louros não tão longos, e parecia uma boneca Barbie com aqueles olhos azuis. Paulo e eu tiramos nossas camisas ficando apenas de short. Safira me olhou e corou, só então lembrei que nunca a tinha visto de tal forma.
–– Por onde começamos? –– Cláudia segurou a mão de Paulo 
–– O mais alto... –– Paulo apontou 
–– O último vai primeiro –– Safira correu e nós seguimos ela.

Eu não me sentia fora de contexto; dessa vez eu estava realmente me sentindo parte do quebra cabeça.

O Chefe e a EstagiáriaOnde histórias criam vida. Descubra agora