Capítulo 28- Ele

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Parecia que eu havia engolido uma caixa de pregos. Parei em frente à casa de minha tia; caminhei ao lado de Safira até a porta, e eu sabia que ela estava aí.
–– Você está bem? –– Safira perguntou 
–– Estou enjoado –– admiti

Ela segurou minha mão e eu suspirei. Bati na porta e minutos depois minha apareceu.
–– Querido... –– ela veio até mim –– que surpresa.
–– Oi, tia... –– falei sem consegui sorrir
–– E essa é a jovem? –– Ela olhou para a Safira

Safira me olhou como se perguntasse 'falou de mim com ela? ' eu consegui ficar constrangido 
–– Essa é Safira –– apresentei –– minha namorada.
–– Olá... –– Safira sorriu
–– Você é tão linda quanto ele disse –– Titia falou 
–– Precisamos falar com você –– encurtei
–– Ah... –– ela me olhou –– parece sério 
–– E é –– afirmei
–– Entrem... –– ela mandou

Nos acomodamos na sala e Safira veio para meu lado. Minha tia sentou na nossa frente.
–– Bom... –– Titia começou –– Sei que são jovens, mas vão ter que encarar isso juntos.
–– O quê? –– perguntei confuso 
–– Não podem culpar outro pela escolha de vocês –– Minha tia disse
–– Do que ela está falando? –– Safira me olhou 
–– Tia, não estou entendendo –– admiti
–– Se ela está grávida, você tem que assumi. –– Titia mandou
–– O quê!? –– falei junto com Safira 
–– Não é isso? ––Ela nos olhou 
–– Não... ––Falei junto com Safira de novo
–– Ah... –– titia ficou tímida –– desculpem 
–– Podia ter me deixado falar –– tentei acalmar meu coração 
–– Então? ––ela perguntou –– Sobre o que é o assunto?

Safira me olhou e eu comecei a falar. Minha tia avaliava tudo que eu dizia e quando eu acabei, ela não parecia muito feliz.
–– Ele está no estágio agressivo –– Minha tia disse para Safira –– Ele quer matar Nicholas por está com você.
–– Mas não entendo...–– Safira disse triste–– por que ele vai matar?
–– É assim que essas pessoas são –– Titia suspirou –– Seu pai, Nicholas, era muito agressivo. Tínhamos que repetir várias vezes para ele o que era ou não dele. Não sabíamos da sua mãe, e quando descobrimos fomos logo avisar para ela. Tentamos dizer para ele que sua mãe não era dele. Mas ele já estava obcecado por ela. Sua mãe, com medo, se casou com ele. Mas não aguentou. Ele agredia qualquer um que chegasse perto. E ficou pior quando você nasceu. Eram as três coisas dele. Só dele.
–– E então ele se matou quando ela disse que não amava ele –– Falei tendo a lembrança disso
–– Mas o que eu tenho que fazer para Allan entender? –– Safira perguntou 
–– Ele tem que te ouvir –– Titia disse –– tem que ver o quão sério você está falando. Só assim para ele entender. Se você aparentar medo, ele não vai acreditar. Você tem que estar determinada.
–– Mas não quero vê-lo –– Safira tremeu 
–– Então sugiro que achem ele ––Titia se encostou na poltrona –– antes que ele ache vocês.

Voltei para casa; eu não tinha vontade de trabalhar, e nem cabeça para isso. Safira estava calada, e não sei se foi muito cedo para contar que o meu pai era um louco.
Parei na garagem de casa e então olhei para Safira.
–– Está tudo bem? –– perguntei 
–– Considerando que tem um louco querendo matar meu namorado? –– ela sorriu sem vontade –– Não. Não estou bem...
–– Vamos. Lá dentro vai se sentir melhor –– falei

Entramos em casa, Margô parecia surpresa com o horário, afinal, eu nunca chegava tão cedo em casa. 
–– Preparo algo para comer? –– Margô perguntou 
–– Safira? –– indaguei.
–– Algo doce, se tiver, por favor –– ela pediu.
–– Sim, senhora –– Margô saiu

Safira me olhou com um sorriso 
–– Senhora? –– ela riu
–– Pois é –– puxei ela para meus braços –– Que dia, hein?
–– Quero esquecer ele... –– ela beijou meus lábios rapidamente e foi para meu pescoço–– quero você... só isso.
–– Você me quer aqui? ––sorri malicioso 
––Na sua cama é melhor –– ela segurou minha mão –– vamos.

Fui atrás dela e a excitação já estava irradiando em mim. Quando fechei a porta do meu quarto, eu carreguei Safira pelo quadril e ela envolveu minha cintura com as pernas. Nossos lábios se uniram e eu nos joguei na cama, começando assim, nossa perdição.

Nossas respirações estavam controladas agora. Safira estava respirando meu aroma assim como eu.
–– Você vai me viciar em sexo...–– ela disse
–– Digo o mesmo de você ––sorri
–– Estou com fome agora –– ela disse 
–– Vamos ver o que Margô fez para nós –– me levantei

Nos trocamos e fomos até a sala de jantar. Na mesa tinha uma jarra de suco, e um prato cheio de Cupcakes.
–– Ela sabe fazer Cupcakes –– Safira se sentou 
–– É... –– peguei um para mim
–– Senhor? –– Joana entrou na sala de jantar –– Os seguranças chegaram.
–– Ótimo... –– deixei meu cupcake mordido na mesa –– Já volto.

Beijei Safira e fui até o escritório onde os seguranças esperavam por mim.
Eles eram altos, fortes e carrancudos; com certeza assustariam quem chegasse perto.
–– Olá... ––entrei sério 
–– Olá, Sr. Magnus –– os cinco falaram

Expliquei a situação para eles e o que esperava do seu trabalho como meus seguranças. Eles não recuaram e aceitaram o trabalho. 
Pedi seus nomes tentando memorizar- Robert, Caio, Tom, Marcos e Yuri- anotei todos só para ter certeza que não ia esquecer depois.
–– Temos uma equipe que vai rondar a casa –– Robert falou
–– Ótimo... –– agradeci
–– Caio e Tom irão acompanhar a Srt. Allen na faculdade –– Robert informou 
–– Perfeito, não quero que percam ela de vista nunca. E caso ele se aproxime –– mostrei a foto de Allan - vocês têm carta branca para atirar 
–– Sim, Senhor –– Todos falaram 
–– Dispensados –– falei

Eles saíram e eu fechei meus olhos tentando regular meus pensamentos. Allan está tentando me matar e fazer com que Safira fique com ele, e tudo isso se liga a mesma doença que meu pai tinha; minha mente foi invadida pela imagem da minha mãe aceitando tudo isso. Ela desistiu de uma vida inteira para cuidar do meu pai, e eu a odiei por anos achando que tudo era culpa dela.
TOC TOC
Respiro fundo antes de responder 
–– Pode entrar... –– falei claro o suficiente

Safira passa pela porta dissipando todo pensamento indesejável da minha cabeça; ela havia trocado de roupa e agora estava com um short amarelo e uma regata cinza; em suas mãos havia um Cupcake e eu sorri com isso.
–– Trouxe pra você –– ela veio até mim –– achei que ia demorar.
–– Obrigado. –– peguei-o da mão dela
–– E como está?
–– Vamos ser vigiados por vários seguranças, e você será acompanhada na faculdade por dois deles –– avisei 
–– Ah. Tudo bem –– ela suspirou 
–– Fico feliz por você ser tão compreensiva –– mordi meu cupcake
–– Eu só sei reconhece uma situação –– ela sentou no meu colo –– e você terá os seus?
–– Sim. Também terei seguranças –– afirmei 
–– Ah. Bom...–– ela começou a passar as mãos no meu cabelo –– falei com papai e Cláudia sobre a situação. Eles estão atentos.
–– Isso é bom...–– segurei a mão dela
–– Sabe, eu vi que você tem uma sala com vídeo games e tudo mais. Que tal nos distrairmos? –– ela sugeriu 
–– Claro. Pode ir na frente, tenho que ver umas coisas antes.
–– Tá bom... –– ela beijou meus lábios e saiu saltitante.

Eu sorri e liguei meu notebook sabendo que tinha coisas do trabalho para resolver. Toda essa situação tinha me deixado sem vontade de trabalhar, mas como sou o chefe, tem coisas que só eu posso resolver.
Com um longo suspiro entrei no programa da empresa e comecei a trabalhar. Na esperança que isso, me fizesse relaxar um pouco.

O Chefe e a EstagiáriaOnde histórias criam vida. Descubra agora