Nicholas deu o seu depoimento para a polícia, e eu olhava enquanto os bombeiros apagavam as chamas do seu carro destruído.
–– Vamos falar com os pais do garoto –– o policial falou ––tentar saber se eles tem notícia dele.
–– E ver se ele tem passagem pela polícia –– Nicholas rosnou –– Uma bomba não é coisa de assassino amador.
–– Sim, senhor –– o policial disse ––vamos recolher seu carro.
–– Claro... –– Nicholas disse –– se puderam sugerir seguranças para mim, eu estou aceitando.
–– Mandarei os melhores –– o policial afirmou e saiuOlhei para Nicholas que veio para meu lado com o olhar preocupado
–– Sinto muito por seu carro –– Falei
–– Podia ter sido você –– ele trincou os dentes –– pouco me importa o carro.
–– Se ele tivesse te matado...eu juro que..
–– Eu estou bem –– ele mergulhou em meu olhar –– Ainda quer ir para a faculdade?
–– Sim... –– assenti –– É o primeiro dia.
–– Então vamos... –– ele acenou para Thomas que trouxe o carro preto
–– Lavo quando o senhor chegar –– Thomas prometeu
–– Tudo bem. –– Nicholas pegou as chavesEntrei no carro abraçando minha mochila. Nicholas assumiu o volante e então seguimos caminho em silêncio.
Nicholas me deixou na faculdade e seguiu para o trabalho, aquela sensação de estar sendo vigiada me ou invadiu de novo. Olhei para os lados, vendo apenas pessoas e estudantes nas ruas. Entrei para o prédio tentando ficar no meio das pessoas. Parei no meu armário pegando os livros que eu iria usar; tinha muitos adolescentes ali perto, todos conversando e rindo. Senti aquela sensação horrível de novo, como se eu fosse ser puxada por alguém a qualquer momento.
Tranco meu armário e sigo pelos corredores na direção da minha sala; eu não queria pensar no porque de Allan estar fazendo isso, seria tudo por uma rejeição? Ele acha que matando Nicholas me fará ficar com ele? Sinto um aperto no meu ombro. Solto um grito e me viro no mesmo instante.
Uma menina me olhava assustada.
–– Que susto... –– tentei regular minha respiração
–– Desculpe... –– ela disse –– Mandaram entregar pra você.Ela me deu um papel.
–– Quem mandou? –– perguntei
–– Um garoto –– ela deu de ombros e saiuAbri o papel e senti minha pressão cair. Era uma foto de Allan, e ao fundo, estava eu me despedindo de Nicholas minutos atrás.
Meu coração estava acelerado demais, e minha cabeça não produzia um pensamento lógico.
Virei a foto e tinha uma mensagem:Ficaremos juntos. Você é minha!
Um ódio assassino tomou conta de mim. Ia rasgar a foto, mas parei quando vi que serviria de prova. Guardei na mochila e segui para a sala de aula, na esperança de me sentir segura. O que era bem difícil agora.
Eram 12h30 quando as aulas acabaram; fui para o banheiro antes de sair para encontrar com Nicholas que havia dito que estava a caminho para me buscar. Entrei em um box, e ouço a porta do banheiro abrir e fechar. Fico parada apenas ouvindo.
–– Safira? –– a voz de Allan circula e meu coração afunda –– Recebeu minha foto?Meu Deus...
–– Sei que está aqui –– ele disse –– Não me faça perder a cabeça.Respiro fundo e decido encarar ele. Saio do box e encontro com ele. Seu sorriso era assustador, e eu podia ver que ele não era normal.
–– O que você quer? –– Rosnei
–– Você... –– ele disse
–– Eu não amo você –– falei pausadamente
–– Como pode dizer isso?! ––ele gritou –– Você disse que eu era o seu herói.
–– Você era meu melhor amigo! –– gritei –– Mas agora eu odeio você!
–– Não! ––ele gritou de volta –– eu amo você..
–– Não, Allan... você não me ama!
–– Amo sim! –– ele veio até mim e eu recuei –– podemos ficar juntos, você sabe. Eu me livrei de um obstáculo, posso me livrar de outro. Podemos ficar juntos.
–– Não. Eu não quero você!O que foi que ele disse?
Ele veio até mim e me prendeu contra a parede. Seu rosto estava perto do meu e eu queria chorar.
–– Eu amo você –– ele disse –– Nos conhecemos a anos, e eu quero você pra mim...
–– Não! –– chutei ele no seu ponto fraco
–– Aaah! –– ele caiu para o lado e eu corri ––Safira!!!!Corri pelos corredores vendo que tudo estava vazio.
–– Safira! –– a voz dele ecoou pelo corredorContinuei a correr e então saí da faculdade. Fui para a rua me misturando com as pessoas. Allan sai do prédio me procurando na multidão; quando não me encontra ele soca a parede e vai embora pelo lado oposto. Minha respiração se altera e então vejo o carro de Nicholas parar na frente da calçada. Corro na direção dele e me jogo em seu abraço quando ele sai do carro.
–– Ei... –– Nicholas sente meu nervosismo ––Safira?
–– Ele veio atrás de mim –– contei
–– Como é? –– Ele me afastou para que eu olhasse para ele –– Allan estava na faculdade?
–– Sim, ele me pegou no banheiro –– contei –– mas, eu o chutei ...eu fugi. Ele foi por ali.Apontei. Nicholas olhou como se quisesse vê-lo.
–– Vamos...–– ele me guiou para dentro do carro –– Vamos sair daqui.Nicholas me levou para almoçar no mesmo restaurante que almoçamos quando éramos apenas profissionais. Eu sentia meu estômago dar voltas, e ele parecia da mesma forma.
–– Chamei os policiais para almoçarem conosco –– ele disse –– descobriram coisas sobre Allan. Querem nos falar.
–– Ele parecia um psicopata –– contei –– o olhar dele. O sorriso.
–– Ele fez algo com você? –– Nicholas perguntou
–– Não. Eu não deixei –– olhei para Nicholas
–– Ele quer fazer algo comigo –– Nicholas afirmou
–– Tenho medo –– sussurrei
–– Vai ficar tudo bem. –– Nicholas tentou parecer confianteOuvimos o sino do restaurante e então os policiais entram. Nicholas acena e eles se juntam a nós.
–– Vasculhamos a faculdade –– o policial disse ––Nenhum sinal dele.
–– Ele não vai voltar –– afirmei –– ele está nos seguindo.Coloquei a foto que Allan mandou sobre a mesa. Nicholas ficou pálido e os policias se mexeram desconfortáveis.
–– O que descobriram sobre esse maluco? ––Nicholas perguntou
–– Ele é doente –– O policial revelou
–– Como é? ––Perguntei
–– Falamos com os pais dele –– o policial contou –– Desde criança, Allan era agressivo com tudo que julgava pertencer a ele. Ele batia em qualquer um pegasse suas coisas. Os pais o levaram em psicólogos, e eles deixaram claro que Allan tinha que saber claramente o que era dele e o que não era. Acho que ele criou isso sobre você, quando o rejeitou ele não aceitou, não está aceitando outro mexendo no que é dele.
–– Mas eu não sou dele! –– quase berrei
–– Ele não sabe, Srt. Allen –– O policial disse
–– Eu sei... –– Nicholas disse me fazendo olhar para ele –– Ele é possessivo, e obcecado. Ele não sabe o que é o amor, certo?
–– Não...–– O policial afirmou –– Os psicólogos dizem que essa doença faz a pessoa ver sentimentos onde não existem. Essas pessoas não são racionais.Nicholas respirou fundo como se estivesse passando mal.
–– Não sabemos o quão perigoso ele está –– O policial disse
–– Eu sei de alguém que sabe –– Nicholas afirmou –– Vou falar com ela hoje
–– Ela? ––perguntei
–– Minha tia –– ele me olhou –– Ela sabe sobre isso.
–– Tem certeza? –– Indaguei
–– Tenho...–– Nicholas olhou para o policial
–– Os seguranças vão na sua casa hoje –– O policial disse –– vamos fazer ronda para ter certeza que ele não vai entrar na sua casa.
–– Obrigado –– Nicholas disseDepois do almoço, Nicholas e eu não fomos trabalhar. E sua expressão estava tensa. Ele não disse nada, e eu estava inquieta com esse silêncio.
–– Como sabe que sua tia vai poder falar sobre essa doença pra gente? –– perguntei
–– Porque ela é irmã do meu pai. –– ele contou
–– Ah? –– Ainda estava confusa
–– Ela me contou que meu pai era doente –– ele disse e eu fiquei atenta –– ele se matou porquê era obcecado pela minha mãe. Porque ele era obsessivo sobre tudo que julgava pertencer a ele. Entende?
–– Allan tem a mesma doença que seu pai. –– sussurrei mostrando que compreendi.
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O Chefe e a Estagiária
Romance"Algumas ordens não podem ser cumpridas" Nicholas Magnus é um grande empresário na área de tecnologia e telecomunicações; sendo ótimo no que faz e tendo uma aparência sedutora, ele se torna o milionário mais cobiçado do mundo dos negócios, porém, se...