Autora: Cristina Cimminiello
Ela acordou sentindo frio. Ele se fora. Lembrou-se da noite vivida intensamente com o homem que significava tudo em sua vida.
Recordou os beijos ardentes, a forma como ele a tocara, o prazer que sentira quando se fundiram em um só. Não conseguia entender por que ele partira sem ao menos lhe dizer adeus.
Ainda sentia na pele o calor provocado pelos seus carinhos, o gosto da sua boca. Levantou-se, andou pela casa perdida em lembranças. O barulho do interfone interrompeu seus pensamentos:
- Sra. Renata tem um rapaz da floricultura com uma entrega para a senhora. Posso mandá-lo subir?
Ela sorriu, flores, só poderia ser dele. Ouviu novamente o porteiro falando:
- Sra. Renata, a senhora está bem?
- Estou sim, pode mandar entregar.
Ela abraçou o buque de rosas e rodou com ele pela casa. Não abriu o envelope de imediato, sentiu-se insegura:
- E se as flores fossem um gesto de despedida?
Demorou a decidir-se, sua amiga insegurança estava de volta.
- Não, dessa vez você não vai me vencer. Vou ler o que ele escreveu e reagir serenamente, seja qual for a mensagem.
O medo e a insegurança deram lugar a uma alegria infinita. Ele a amava. Leu em voz alta temendo não ter entendido direito o que ele havia escrito: " Renata a noite passada você foi minha, senti que você se entregou a mim de corpo e alma. Você foi maravilhosa. Perdoe-me se não a acordei, você estava dormindo tão tranquilamente. Espero que possamos estar juntos novamente. Quero sentir o calor do seu corpo junto ao meu e a doçura dos seus lábios nos meus. Não quero perdê-la, quero você para sempre assim como eu serei sempre seu. Essas rosas simbolizam o amor que você despertou em mim. Eternamente seu. Luiz"
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