Procura-se um marido

ANAHÍ

Cheguei em minha mesa sorridente e feliz. Vi apenas Maite em seu lugar, escutando alguma musica enquanto digitava com um sorriso no rosto. Maite às vezes me assustava. Cruzei os braços olhando para as caras e bocas que ela fazia enquanto ouvia a musica e digitava. Sem que ela percebesse tirei o fone e comecei a ouvir o que ela tava ouvindo.

Anahí saiu de perto de Maite: Maite, eu pensando que você só escutava musica romântica, você ta ouvindo audiobook erótico?

Dulce chegando com uma revista: Quem tá ouvindo audiobook erótico?

Maite tirando os fones das mãos de Annie: Não é da sua conta, Maria!

Dulce rindo: Maite, o que te deu? Anda tão descontrolada nesses últimos dias...

Maite mordeu o lábio inferior: Eu vou me casar, talvez esse fato esteja me enlouquecendo. Alias, como anda a minha despedida de solteira, madrinha Anahí?

Anahí sorriu: Vamos sair amanha pra acertar algumas coisas, e depois vamos ao cinema com os meninos.

Dulce: E por que não fazemos isso hoje? Dona Ruth ta na casa da minha sogra que eu sei.

Maite: É, podemos fazer isso hoje mesmo.

Anahí emburrou: Eu queria fazer minha reconciliação hoje, mas pelo jeito.

Dulce: Deixa de ser safada, Annie!

Anahí séria: Eu safada? Quem tava ouvindo audiobook erótico aqui é Maite e não eu!

Maite: Ei, fala mais alto. A vaca da Angel ainda não ouviu!

Anahí virou olhando para todos os lados: Cadê, onde tá aquela vaca?

Maite sorriu: Não sei.

Dulce folheando a revista: Mas, e ai? Vamos ou não vamos?

Vi Poncho passar por nós e acenar com um sorriso perfeito, eu nem preciso falar que babei três vezes e quis ir atrás dele.
Quando ele sentou, voltei a olhar pras meninas, elas me colocaram sentadas na minha cadeira, e arredaram até a parede.
Maite pegou o grampeador e colocou em frente o meu rosto, já Dulce pegou uma caneta.  

ALFONSO

Anahí era cheia de drama, voltei a me sentar depois que a vi sorrir.
Mas, ficar olhando Maite quase enfiar a caneta no rosto dela, não foi uma cena bonita de se ver.
Passamos o dia praticamente sem poder respirar. Todos tínhamos que adiantar o serviço, já que na outra semana, ninguém realmente ficaria ali.
De certo modo André deu uma espécie de férias coletivas, já que em uma semana estaríamos viajando e na outra, já seria o casamento de Maite e Christian.

Naquele dia não almoçamos juntos, como cada um tinha alguma coisa para fazer, almoçados cada um em um horário diferente.
Passava das 17:40 quando Annie sorridente se aproximava da minha mesa. Eu a observei andar calmamente e depois passar os dedos sobre a mesa como se eles estivessem passeando ou andando por aquela madeira.
Ela parou atrás de mim e eu senti que a qualquer momento ela poderia me agarrar ali. Não que eu fosse contra, ou que eu não fosse fazer aquilo também, mas era um lugar perigoso para ficar de agarramento.

Annie passeando os dedos no ombro de Poncho: Ucker, a Dulcita está te esperando.

Ucker olhou para Annie, que estava de costas para ele: Para?

Annie lançou um olhar mortal para ele: Vá Ucker, não pergunte!

Ucker levantou na hora: Sim, senhora!

Annie agora massageando, por cima da camisa social dele, os ombros: Christian...

Christian interrompendo: Já entendi, já fui!

Anahí gargalhou e eu automaticamente coloquei o melhor sorriso que consegui.

Annie falando bem perto do ouvido dele, mas sem deixar de fazer a "massagem": Ponchito...

Poncho de olhos fechados sentindo a "massagem": Hum?

Annie: Vamos sair hoje? Eu, você... – Annie inclinou-se um pouco mais, ficando ainda mais próxima do corpo e rosto dele. – As meninas e os meninos, se quiser até aquele seu amigo pode ir...

Poncho: E onde iriamos?  

Annie sorriu dando um beijo na nuca dele: Ao shopping, ai eu ia comprar umas coisas para viagem e depois poderíamos pegar um cineminha... – Ela prosseguiu com a massagem.

Poncho sorriu: Shopping? Cineminha?

Annie parou de fazer a massagem e encostou-se a minha mesa, e olhando para mim ela sorriu.

Annie: Não faz doce Poncho, anda, vamos?

Poncho sorriu: Tudo bem, tudo bem, mas com uma condição.

Annie sorriu empolgada: Qualquer condição, e quantas você quiser...

Poncho pegou nas mãos dela: Que você termine essa massagem...

Annie sorriu: Tudo bem, mas você sabe, estou de greve... Só vou fazer massagem e qualquer outra coisa, na nossa viagem.

Poncho fez cara de cachorro sem dono: Annie!

Annie colocou as mãos nos olhos: Nem estou vendo, nem sei o que você esta fazendo...

Annie ia saindo devagar com os olhos mais ou menos tampados, ela deu alguns passos e depois voltou.

Annie: Fico pronta em cinco minutos, voce me espera ou eu te espero?

Poncho: Também estarei pronto em cinco minutos...

Annie: Perfeito... Anda Poncho, acaba ai logo...

Ela saiu e voltou para a mesa dela, onde arrumou tudo. Eu não fiz nada de diferente, vi os meninos também arrumarem as coisas deles, e em menos de cinco minutos estávamos indo para o shopping.