Depois do dia da guerra de espuma, toda vez que eu pensava em como seus olhos me encaravam tão profundamente eu sentia frio na barriga, e toda vez que a gente se cruzava no corredor minhas pernas ficavam bambas como geléia. Conforme os dias foram passando, tínhamos cada vez mais trabalhos para fazer, e a maioria da parte de exatas eu fazia com Owen, e em poucos dias ele já estava sentando perto de nós e passando o intervalo no gramado conosco.
Era uma quinta feira, e Cassandra não havia ido para a escola, o que era estranho, já que ela nunca faltava (uma vez ela havia ido pra balada na noite anterior e foi para escola ainda bêbada), então eu passei o intervalo com os meninos. Aquele dia ficamos no refeitório, pois já estávamos no outono, então de manhã era um pouco frio.
-Ela disse por que não veio? –perguntei à Rob.
-Ela não me disse absolutamente nada. Não respondeu minhas mensagens... eu até liguei, mas ela não atendeu.
-Que estranho.
Eu estava começando a ficar preocupada com Cassandra, porém ela era bem... louca, as chances dela ter ido para um show de rock e acabado dormindo na calçada eram bem grnades. Depois da aula, Owen e eu fomos para casa de ônibus e Rob foi de carona com Stacey. Cerca de 30 minutos após eu ter chego em casa a campainha tocou..
-Cassie! –Ela estava com um ar de preocupação que impregnou de imediato. Ela parecia confusa e abalada, e eu nunca a tinha visto daquele jeito. –Cassandra, o que houve?
-Eu acho que estou grávida.
-O QUÊ? –Eu a puxei para dentro e sentamos no sofá.
-Minha menstruação está atrasada, ontem eu vomitei e eu não sinto disposição para fazer nada... até o cheiro do cigarro está me enjoando.
-Você fez o teste?
Ela pegou sua bolsa de couro desgastada e tirou uma caixinha de teste de gravidez que ainda estava lacrada.
-Eu não tive coragem de fazer ainda.
-Ok... você quer fazer... agora?
Ela balançou a cabeça positivamente e nós subimos para o meu quarto. Ela se sentou na cama e abraçou um travesseiro, enquanto eu abria a caixinha e lia as instruções.
-Bom, você tem que urinar nessa fitinha azul, e aí esperamos de 1 a 5 minutos até o resultado aparecer. Não é difícil.
-Ok, me dá isso logo. –Cassandra pegou o teste da minha mão e entrou no banheiro, enquanto eu a esperava sentada na cama.
Depois de um tempo ela saiu e se sentou ao meu lado.
-Agora esperamos. –disse.
-O que eu vou fazer se der positivo? Eu não quero ser mãe, eu não tenho estabilidade para ser mãe... e o Rob? Ai meu deus...
-Bom, calma... Se você realmente estiver grávida você vai se adaptar, sabe? Meu pai sempre me disse que minha mãe não gostava de bebês, e quando ela engravidou ela não sabia como seria quando eu nascesse. Aí quando eu nasci ela simplesmente virou a melhor mãe do mundo.
-Eu vou ter que parar de estudar para cuidar de um filho.
-Ele sabe?
-Não... eu estou com medo de contar.
-Por que?
-Eu tenho medo dele me abandonar.
-Ele não vai fazer isso, Cas. Ele ama você.
-O que eu vou fazer, Mia? –Seus olhos estavam cheio de lágrimas, então eu a abracei.
-Primeiramente vamos pensar em um nome bem bonito. Depois vamos comprar roupinhas, aquelas que vem com nomes de bandas e tudo mais, porque o bebê acima de tudo precisa ter uma boa educação musical desde cedo.
Cassandra riu, e por alguns segundos ela havia esquecido o pânico, então eu olhei para o meu celular e vi que já haviam passado os 5 minutos necessários.
-Está pronta? –perguntei.
-Vamos acabar logo com isso...
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Californian
Teen FictionMia é uma adolescente de 16 anos que se muda para a Califórnia, onde começará uma jornada em uma nova escola, irá enfrentar os desafios da "sobrevivência social" e terá de se adaptar a nova vida.