CAPÍTULO 8

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Mais uma vez, eu quis dizer não. Estava cansada e precisava fazer meus trabalhos para a faculdade e eu nunca havia gostado de deixar as coisas para última hora. No entanto, como era o primeiro pedido que meu chefe havia feito e uma festa em um lugar diferente, eu resolvi aceitar. Eu estava precisando me divertir um pouco para esquecer os problemas de Nova York.

— Quando é a festa mesmo?

— Hoje á noite. — pausou, voltando a mexer nos papéis. — Eu até iria junto, mas preciso fazer algumas coisas e não terminarei a tempo.

— Tudo bem, eu vou.

O telefone que havia em cima da mesa começou a tocar e Hunter dividiu sua atenção no que a pessoa falava – provavelmente, Madison- e nos papéis. Separou-os sem dificuldade alguma.

— Sim, pode dizer que fecharei negócio. Somente preciso organizar os documentos. — ele pausou por um instante. — Certo.

Hunter colocou o telefone no devido lugar e voltou sua atenção para mim.

— Obrigado por isso, Every. Se você quiser ir embora agora fique à vontade. — ele sorriu, me observando. — Espero que se divirta! Eu queria muito ir a essa festa, mas vou ceder o meu lugar para você.

Sorri sem jeito para ele e voltei a fitar a papelaria em minha frente.

— Por que você não deixa isso para outro dia?

— Preciso disso para hoje. Vou fechar o patrocínio às seis horas e necessito da assinatura do diretor da empresa Views.

— Oh, entendi! Bom, se você quiser posso te ajudar. — falei de um jeito tímido. — Quero dizer, Nate disse que hoje eu estava livre, pois ele precisa editar alguns boletins e se eu for para casa provavelmente vou dormir, então, posso te ajudar.

Ele fechou os olhos por um segundo e riu balançando a cabeça.

— Você não gosta muito dele, não é?

Senti meu rosto queimar e minha vontade era confirmar o que ele tinha acabado de questionar, porém, não podia fazer aquilo.

— Não é isso. Acho que se eu ajudar você, talvez assim consiga um pouco de experiência já que estou cursando jornalismo.

Ok, era a pior mentira que eu já havia inventado na minha vida visto que dava para perceber claramente que eu não tinha uma boa relação com meu colega.

— Tudo bem, vou acreditar em você. — ele colocou duas folhas próximas a mim. — Já que quer me ajudar, primeiro escolha uma dessas reportagens sobre a empresa.

(...)

Enquanto eu e Hunter gargalhávamos por uma piada e tentávamos ajeitar as folhas corretamente nas pastas, o barulho da porta sendo aberta invadiu o local.

Nós dois encontramos Nate. Meu sorriso se desfez aos poucos.

Só de olhar para ele percebi o quanto preferia ficar com meu chefe do que com ele. Hunter era bem divertido e sempre tinha assunto. O que de fato facilitava o trabalho em dupla, além de fazer o tempo passar mais rápido.

— Abandonou o serviço? — ele perguntou, me olhando. — Por que não voltou para minha sala?

— Claro, pode entrar. Fique à vontade. — Hunter gesticulou com a mão. — Quer um cafezinho também?

Nate olhou brevemente para nosso chefe e resolveu ignora-lo. Ele realmente não tinha amor a seu emprego. Ele caminhou vagarosamente até a cadeira vazia ao meu lado e se jogou no estofado macio.

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