— Ok. Então, não é só um filme do Batman? De brinde tem o homem aranha? — perguntei ao arquear a sobrancelha. — Você me trouxe para assistir desenhos misturados?
— Super homem, Every! — ele revirou os olhos. — E, pela milésima vez, não é um desenho. É com pessoas. Pessoas reais. Qual parte você não consegue entender?
Estreitei os olhos, colocando pipoca na boca. Era engraçado ver Nate se empenhando tanto em me explicar sobre o filme. Antes de sair de casa, eu havia assistido ao trailer. Portanto, sabia do que se tratava o enredo.
Eu queria irrita-lo. Era divertido vê-lo revirar os olhos, bufar e respirar fundo.
Meu hobbie preferido era irritar Nate Young.
Comecei a rir ao perceber ele zangado.
— Não estou achando graça.
— Eu estou. Bastante! — bati meu braço contra o dele, empurrando-o. — Você se estressa muito fácil, sabia? Além do mais, eu acredito que tenha dupla personalidade. Já procurou um psicólogo?
Ele parou de caminhar, me fazendo cessar os passos também. Arqueou uma de suas sobrancelhas.
— Você está me chamando de louco?
— Não. Estou dizendo que você pode ter transtorno bipolar e que se irrita fácil demais. — afirmei. — E só pra esclarecer, as pessoas que frequentam psicólogos não são loucas, ok?
Nate soltou um riso nasal ao negar com a cabeça. Em seguida, retornou a caminhar em direção a sala do cinema. Nós permanecemos em silêncio por um bom tempo. Somente analisando os cartazes e as pessoas ao nosso redor.
Porém, logo eu resolvi retornar a falar.
— Por que me chamou para sair?
— Eu não te chamei para sair. Te chamei para assistir um filme. — ele me olhou brevemente. — É diferente.
— Sério? E qual é a diferença?
— Isso não é um encontro.
— Quem está dizendo que é? — arqueei a sobrancelha ao dar de ombros. — Perguntei porque você me chamou para sair.
— Só estou deixando claro que isso não é um encontro. Eu não costumo sair com garotas.
— E eu não costumo sair com babacas. — dei um sorriso leve. — Só vim por causa do almoço. Eu não cozinho e não fiz compras. Então, seu convite foi feito na hora certa.
Nate ficou me olhando por breves segundos antes de começar a rir.
Eu sabia que provavelmente ele estava pensando que eu estava brincando, mas aquilo era a mais pura realidade.
Somente sorri de canto para ele antes de começar a caminhar mais a frente. Ao meu redor, as pessoas se dirigiam a sala de cinema assim como eu. Todas conversando animadamente enquanto riam.
(...)
Cerca de uma hora e trinta minutos depois, eu estava impaciente. O filme não tinha fim. Eu não aguentava mais ficar sentada olhando para uma tela gigante. Os atores eram bonitos e isso chamou minha atenção somente no início. Depois ficou exaustivo.
Ao meu lado, Nate se mostrava vidrado no que se passava em nossa frente. Ele nem ao menos piscava ao decorrer das cenas. Parecia uma criança assistindo seu desenho preferido.
— Falta muito para acabar? — sussurrei próximo ao ouvido dele.
Ele deu um sobressalto e olhou para o lado, me encontrando bem perto. Nós olhamos um para a boca do outro por alguns segundos, mas logo retornamos a nos encarar.
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SUSSURRA-ME
RomanceEles eram diferentes, porém, tinham coisas em comum: liberdade, desapego e o medo da entrega. A cada vez que se encontravam não conseguiam se controlar. Aqueles olhos cor de mel, os lábios, o jeito de Nate Young despertava a atenção de Every Holdin...