CAPÍTULO 49

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Eu fui despertada ao ouvir um barulho alto e enjoativo de um som que imitava um galo. Franzi o cenho em desgosto, sentindo Nate me abraçar mais forte enquanto direcionava o rosto entre meu pescoço.

Na noite anterior, Ben, o avô de Young, havia dito que o despertador do quarto tocaria exatamente às seis da manhã e que assim que isso ocorresse era melhor levantarmos da cama. No início, eu pensei que ele estava brincando, mas naquela manhã eu pude ter certeza que ele falava sério.

Por longos e demorados instantes eu desejei estar de volta ao meu apartamento pois assim poderia dormir tarde e acordar mais tarde ainda. Não teria ninguém me incomodando.

— Essa merda não cansa? — Nate resmungou, parecendo irritado.

Eu sabia que ele estava se referindo ao despertador chato. Eu queria poder jogar meu coturno nele.

— Levanta e desliga!

— Vai você.

— A casa é do seu avô. Eu sou visita.

— Eu também sou. — ele soltou um riso fraco e rouco. — Só dá um tapa nessa porcaria que desliga.

Ainda de olhos fechados, tateei a cômoda em busca do objeto irritante. Ao encontrar, fiz exatamente o Nate disse. Depois de algum tempo tentando, eu finalmente consegui acabar com o barulho.

— Acordem! O dia está lindo hoje. — a voz de Ben soou no corredor. — O café já está na mesa. O último que tomar vai lavar a louça e guardar os alimentos.

Resmunguei contrariada. Eu não queria levantar da cama quentinha e aconchegante. Desejava permanecer por mais um tempo por ali.

— Levanta, Holdings!

— Levanta você primeiro. — devolvi no mesmo tom cansado que ele.

Após um tempo em silêncio, resolvi questiona-lo a respeito de outra coisa. Caso contrário, eu pegaria no sono novamente.

— Você vai me levar no parque?

— Vou.

— Vai usar a camisa de caipira que seu avô deu? — soltei um riso. — Ela vai ficar ótima em você.

Referi-me ao presente que Ben tinha dado para Young. A camisa era linda, o avô dele tinha bom gosto. Entretanto, Nate não parecia o tipo de cara que utilizava algo azul e xadrez. Ele sempre estava com roupas em tons escuros e sem estampas.

— Continua rindo. Ele falou que vai te dar uma também.

— Mentiroso!

— Pergunte a ele. Meu avô se sentiu culpado por não comprar nada pra você e disse que vai dar o presente da Katie. — Nate explicou com a voz rouca. — Hoje pela tarde ele vai comprar outro para ela.

Soltei um riso, abrindo os olhos devagar. A claridade do dia quase me cegou. A porta-janela estava aberta fazendo com que um vento fresco e leve entrasse por ali sacudindo as cortinas brancas.

— Eu vou ficar ótima de caipira.

(...)

Após tomar café e lavar a louça que acabou sobrando para mim, eu voltei para o quarto para poder tomar banho e me arrumar. Eu, Ben e Nate iríamos almoçar em um restaurante no centro da cidade. Logo após isso, somente eu e Young iríamos no parque já que o avô dele disse que preferia ir na casa de um velho amigo.

Assim que sai do banho, vesti uma calça jeans, coturno e a camisa xadrez que Ben tinha me presenteado. Ela era na cor vermelha. Aquele tipo de roupa também não fazia meu estilo, mas eu quis agradar o avô de Nate. Ele tinha dado com tanto carinho que foi impossível não utilizar.

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