CAPÍTULO 63

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A última pessoa que eu imaginava ver em Londres faltando pouco para minhas férias era minha mãe. Eu conhecia Jane e sabia que ela não gostava de viajar sozinha e que também odiava surpresas. Entretanto, parecia que as coisas haviam mudado.

Ao vê-la parada em minha porta eu não pensei duas vezes antes de abraçá-la com toda força que tinha. O cheirinho dela ficou impregnado em mim em questão de segundos. Para mim, o abraço mais confortante e maravilhoso do mundo era de Jane Holdings. Minha mãe.

— Eu estava com tanta saudade. — confessei abertamente. — Como você está? E o papai e a Emily? O que você está fazendo aqui?

Minha mãe já estava acostumada com a rapidez que eu fazia minhas perguntas, mas naquele instante ela pareceu não entender absolutamente nada. Seu olhar estava focado em Nate que continuava a tossir.

Virei-me para trás na tentativa de apresentá-lo, mas ele foi mais rápido ao sair da sala indo direto para a cozinha provavelmente para tomar um copo de água.

— O que aquele rapaz está fazendo aqui?

— Ah, Nate. Ele é meu amigo. — falei ao sorrir, segurando suas mãos. — Quer comer alguma coisa? Ele faz comidas deliciosas.

Jane estava com o cenho franzido e a boca repuxada. Ela parecia nervosa.

— Só amigos?

Revirei os olhos, rindo. Eu não gostava de mentir para ela, mas naquele instante fiz. Eu não queria que Nate escutasse nossa conversa, eu preferia falar com ela e explicar minha relação com Young em particular e de preferência nas minhas férias.

— Sim, mãe.

— Graças a Deus. — ela murmurou, logo abanando no ar ao sorrir. — Quero dizer, ainda bem que não entrou em um relacionamento. Você precisa focar nos seus estudos, não é?

Eu concordei não dando muita atenção ao puxa-la em direção a cozinha. Comecei a questionar a respeito de sua visita e descobri que ela estava na cidade vizinha a trabalho e por isso tinha resolvido fazer a surpresa para mim.

Naquele instante, eu agradeci mentalmente por ter feito uma faxina em meu apartamento e por ter feito compras. Caso contrário, era provável que minha mãe gritaria comigo até estourar meus tímpanos.

Quando nos aproximamos do cômodo ela parou de andar voltando a ficar séria quando encontrou Nate. Eu desconfiava que os dois estavam tímidos um com a presença do outro, então resolvi os apresentar.

— Nate, essa é minha mãe, Jane. — sorri animada para minha progenitora. — Mãe, esse é o Nate.

Os dois deram um breve sorriso.

— Prazer. — ela desviou o olhar para mim. — Onde fica o banheiro, minha filha?

— No meu quarto. Só seguir a sala que você encontra ele rapidinho.

Ela concordou e não demorou para sair da cozinha indo na direção que eu tinha indicado. Eu retornei a olhar para Nate no segundo seguinte.

— Você pode fazer mais um prato desses para minha mãe, por favor? — pedi baixinho. — Não é demais o fato de ela estar aqui?

Ele deu um meio sorriso ao concordar.

— Sua mãe pode ficar com o meu. Eu preciso ir para a casa.

Eu senti um beijo sendo depositado em minha bochecha e estranhei aquele gesto.

— Fica mais um pouquinho para conhecer ela.

— Não vai dar, minha linda. — mais um beijo rápido. — Qualquer coisa me liga, ok?

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