CAPÍTULO 55

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Acordar sem Nate Young ao meu lado não estava em meus planos.

Eu estava me sentindo perdida sem ele. Simplesmente não sabia o que fazer com o roxo e o inchaço que estava em minha bochecha. Não sabia que medicamento tomar para diminuir a dor. Não sabia nada.

Era desesperador.

Após concluir que não compareceria a faculdade, eu enviei uma mensagem para ele. Eu sabia que não podia faltar aulas, mas minha cabeça latejando e o hematoma eram motivos o suficiente para eu não querer sair de casa.

Eu ainda estava irritada e machucada física e mentalmente por conta de Ethan Morgan. No fundo, eu tinha o conhecimento de que não precisava e não deveria me importar com as palavras dele. Ethan era o babaca do meu ex-namorado que se achava a última Coca-Cola do deserto. Ele sempre havia sido daquele jeito.

Conseguia lembrar da primeira vez que havia o visto em um jogo no gramado da escola. Eu estava substituindo uma das meninas que era líder de torcida, tinha aceitado balançar pompons apenas por conta de uma amiga que implorou por aquilo. E, então, naquele dia eu tive a infelicidade de conhecer o primeiro cara que tinha partido meu coração com suas palavras.

Recordava-me com exatidão do momento em que tinha ficado vidrada pelo cara de cabelos castanhos claros e olhos negros que sorria para mim. Lembrava dele perguntando se eu era nova no time ou não. Recordava do dia em que ele tinha me chamado para sair após a vitória do time.

E o pior de tudo: Eu recordava da noite que tinha perdido a virgindade com ele em seu quarto gigante.

Eu tinha me entregado de corpo e alma para um cara que só pensava em transar com diversas garotas para aumentar seu nível de popularidade.

Ethan Morgan era um imbecil.

Ao limpar a lágrima que rolou por minha bochecha, eu peguei meu celular que acendeu ao avisar uma notificação.

"Coloque gelo por 10 ou 20 minutos e tome o remédio que eu deixei na bancada."

Logo, outra chegou.

"Hunter e Madison estão na outra empresa. Eu mando as matérias para seu e-mail assim você não precisar aparecer por aqui."

Apenas respondi um "Ok".

Eu não estava cem por cento bem e não queria ver Nate brigando comigo por conta do meu choro. Eu estava triste e iria continuar daquele jeito até que alguém que fosse bom o suficiente conseguisse tirar as palavras de Ethan da minha cabeça.

O "Você sempre foi fácil" e "Você não é garota para namorar" continuavam bem vivos em minha mente. Elas estavam ali, batendo à todo instante.

Era patético? Sim, porém, eu não me importava.

Ao pegar o saco de gelo que Nate havia deixado no congelador, eu liguei meu celular. Havia algumas mensagens de Jason, Kylie e Hope. Todos perguntando se eu estava bem e questionando o motivo da minha ausência. Eu ignorei, não queria falar com ninguém.

A primeira coisa que fiz foi entrar no Instagram de Ethan, eu o bloqueei. Fiz o mesmo com o Facebook e seu número. Não queria rastros dele em minha vida.

"Mais tarde eu passo aí."

Li o SMS de Nate, mas não respondi.

Eu estava cansada de todas as formas possíveis. Tudo que eu desejava era ir para Nova York para poder ouvir a voz da minha mãe e sentir o cheirinho do hidratante de frutas vermelhas que ela carregava.

Eu só queria um pouco de cuidado e carinho.

(...)

Depois de pegar no sono no sofá da sala, eu acordei por volta das cinco horas da tarde. Provavelmente, o remédio que Young havia deixado era algum tipo de calmante. O que de fato era ótimo. Eu estava precisando dormir.

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