CAPÍTULO 30

16K 1.3K 738
                                    

— O que você está fazendo aqui? — ele adentrou meu apartamento, não se importando em não ser convidado. — Aliás, como entrou?

— Pelo que parece você estava no banho e não ouviu o interfone tocar. O porteiro já me conhecia, então. — ele virou para mim, sorrindo. — E aí, por que não foi na empresa hoje?

Revirei os olhos indignada com sua naturalidade. Resolvi fechar a porta visto que Nate não iria sair tão cedo de dentro do cômodo. Antes de me virar por completo para ele, ajustei o roupão apertando mais o laço em volta da minha cintura.

Nate estava observando minhas fotos que ficavam na estante juntamente com meus livros.

— Será que você pode parar de mexer nas minhas coisas?

— Não seja grossa, Every Holdings.

— Olha quem fala. — soltei um riso cínico, indo até ele. — Coloca isso no lugar, por favor.

Ao me aproximar dele cruzei os braços observando seus passos. Ele pegou um livro e viu o título, logo virou para ler a sinopse. Não demorou nem um segundo.

— Esse livro parece ser assustador.

— É um romance, Nate. — ergui a sobrancelha. — Você nunca leu Nicholas Sparks?

— Não gosto de livro de menininha.

— Até pouco tempo era assustador.

Retirei o objeto dele, colocando de volta no devido lugar.

— Livros de menininha me assustam. Essas coisas de romance. — ele revirou os olhos. — Nunca li, mas tenho certeza que os personagens principais se conhecem em uma semana, na segunda já estão trocando amassos e beijos, e na terceira se casam e tem dois filhos. Acertei?

Soltei um riso, voltando a cruzar os braços, apertando-os.

— Errou feio, Nate Young.

Ele ergueu uma sobrancelha, me analisando com um sorriso de canto nos lábios.

— Tem certeza?

— Fala sobre uma mulher que é basicamente forçada a trocar de lar por conta do marido abusivo. Ela vai para outra cidade tentando fugir do cara e encontra o Alex que é viúvo.

— Ele tem dois filhos. — me interrompeu, esperto.

Abri a boca para responde-lo algo a altura, mas desisti assim que percebi o seu jogo.

— Você leu a sinopse. — constatei. — Isso é trapaça. E só para constar, nem todos os livros são assim. Ok?

Ignorei-o completamente indo em direção à mesa de centro para poder pegar minha escova de cabelo. Inclinei-me ao apanha-la.

— Você é assim?

Franzi o cenho, começando a desembaraçar meus fios castanhos.

— Assim como?

— Romântica incurável. — ele citou, colocando as mãos nos bolsos ao se aproximar. — Aquelas mocinhas que fazem de tudo para ficar com o cara e sonham em se casar e ter um time de futebol de filhos.

Ri, negando com a cabeça. Eu até me diverti com aquela questão.

— Claro que não. Meu único objetivo de vida é ser independente. Arrumar um serviço muito bom, comprar uma casa e dois carros.

— Dois carros?

— Um para mim e outro para meu pai. — afirmei. — Talvez até compre um para minha irmã. Se ela tiver de bem comigo até lá.

SUSSURRA-ME Onde histórias criam vida. Descubra agora