CAPÍTULO 23

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Você pode amanhã à noite?

Li a mensagem pela terceira vez, tentando não focar nas palavras de Madison e Nate. Os dois falavam sem parar e estavam me deixando exausta. Quase irritada. Foquei no nome de Dylan na tela do meu celular e resolvi respondê-lo.

Ok, Dylan. Esquece tudo. Essa noite eu posso.

Te encontro no restaurante.

Sair com Parker não parecia uma má ideia. Por mais que Nate me alertasse sobre o quão perigoso ele podia ser, parecia não fazer sentido. Afinal, ele nunca havia feito algo de ruim para mim. Todas as vezes havia se mostrado um cara legal, divertido e bom de papo.

Pelo menos, ele era mil melhor vezes melhor do que o casal irritante que ocupava os bancos a minha frente. Além do mais, eu poderia aproveitar e tirar algumas informações dele a respeito do que ele tanto me alertava.

— Ei, Every? 'Tá no mundo da lua? — Madison questionou, olhando para trás para poder me analisar. Ela começou a rir juntamente com Nate. — Estamos falando com você.

Arquei a sobrancelha, soltando um suspiro baixo. Agora que eles haviam me notado?

— Não ouvi. Estava ocupada.

— Ocupada com o que? — Nate perguntou, olhando-me através do retrovisor.

— Com uma pessoa. O que querem?

Ele continuou a me observar fixamente, mas logo retornou sua visão para a estrada. Naquele momento, o céu estava escuro e o vento se fazia presente juntamente com alguns pingos de água que caiam do céu. Um belo temporal estava se armando.

— Estava dizendo que nós três nunca saímos juntos. — Madison falou.

Se dependesse de mim, nunca sairíamos.

— Hum.

— O que acha de irmos a nova boate que abriu? Me falaram que é bem legal.

— Eu já fui. — respondi vaga, observando a chuva que começava a cair com mais precisão.

— Como assim você já foi? Abriu semana passada, eu acho. — ela franziu o cenho. — Você nem conhece Londres.

— Meus amigos conhecem, Madison. E não é como se eu fosse uma caipira e não soubesse andar em cidade grande. Eu sou de Nova York.

Ela e Nate me olharam de imediato. Ambos estavam surpresos, provavelmente por conta da minha falta de paciência ao falar sobre aquele assunto.

— Vamos demorar muito para chegar? Eu tenho um compromisso hoje à noite. — tentei soar indiferente.

Observei de canto Nate e Madison se entreolhando. Ela retomou a posição correta no banco do carona.

— Duas quadras e já estamos no apartamento da Mad.

Concordei brevemente com um aceno. Eu queria chegar no meu cômodo o mais rápido o possível.

(...)

Quase meia hora depois de deixarmos Madison no lugar dela, nos encontrávamos em um engarrafamento terrível por conta da chuva que caía lá fora. Os trovões já se faziam presentes assim como os raios que clareavam à noite. A música que tocava no rádio era incapaz de ser ouvida e não demorou para Nate desligar o som.

Observei a rua, abraçando meu corpo,  sentindo o ar ficar gelado demais dentro do automóvel.

— Huh, droga! Eu acho que o prédio onde eu moro está sem luz. — falei, notando a falta de energia nos edifícios próximos.

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