CAPÍTULO 57

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Acordar em um local diferente do meu apartamento não era tranquilizador.

Eu não fazia ideia do que estava fazendo em um quarto de hotel e não procurei saber ao perceber que estava sozinha e de roupas.

A noite anterior era como um buraco em minha mente. Eu não lembrava de nada após conversar com o cara chato do bar. Provável que tinha enchido a cara até esquecer meu nome e prova disso era que eu estava com uma dor de cabeça terrível e com ânsia. Tudo que eu desejava era um analgésico, mas não tinha por ali.

Quando sai do quarto o recepcionista disse que a conta já estava paga e apenas deu detalhes da pessoa que tinha me deixado por ali pois não podia dizer nomes. Segundo ele, era uma menina de dreadlocks com piercing no nariz. Somente a atendente do bar invadiu minha mente, mas eu não tinha total certeza se tinha sido ela ou não.

Ao sair do hotel me deparei com a rua cheia de pessoas que caminhavam com pressa enquanto falavam ou gritavam no celular. Era um lugar bem movimentado pela manhã. Muitos seres adentravam o bar que eu estava na noite anterior e eu não hesitei em fazer o mesmo.

Eu queria procurar a moça para poder devolver o dinheiro para ela e agradecer por ter me deixado em um hotel longe do cara que estava comigo e de confusões.

Ao colocar o pé no estabelecimento algumas memórias invadiram minha cabeça. Lembranças de eu dançando com Oliver e até mesmo tirando fotos com ele. Memórias da atendente conversando comigo.

" — Meu nome é Oliver. Eu trabalho na empresa do meu pai e tem sido uma merda. Então aceita beber comigo até esquecer os problemas? É por minha conta."

Minha cabeça parecia que iria explodir com aquelas lembranças. Fechei os olhos, apertando firmemente minhas têmporas. Se eu não fizesse aquilo iria enlouquecer.

— Every?

Abri os olhos em sobressalto com o susto que havia levado. Em seguida, constatei Aaron em minha frente. O rapaz estava com o uniforme do bar. Camisa e calça jeans preta e um avental da mesma cor. Seus cabelos loiros se destacavam.

— Meu Deus! O que aconteceu com seu rosto? Isso é um roxo?

Puta merda!

Imediatamente levei minha mão até o local e fiz uma careta ao sentir a dor se apoderar.

— Eu não sei. Eu cai da cama essa manhã e acho que machuquei. — tentei enrolar. — O que você faz aqui?

Ele me analisou por mais um instante antes de finalmente deixar o assunto hematoma longe de nós.

— Eu trabalho aqui. Troquei meu turno recentemente. Você quer tomar um café ou algo do tipo?

Encolhi-me, abraçando meu corpo ao abrir caminho para algumas meninas saírem do local.

— Tira ressaca?

— Talvez.

Enquanto Aaron fazia a volta na bancada, eu analisava tudo com calma ao sentar no banco.

O estabelecimento estava tão lotado quanto no dia anterior. Mais iluminado também. Um ventinho fresco adentrava o espaço me fazendo sentir sono.

— Onde você estava?

Retornei à observa-lo. Era provável que ele estava fazendo meu café com a movimentação que fazia.

— Hm, eu acordei no quarto do hotel ao lado. O recepcionista disse que uma moça de dreadlocks e piercing me deixou lá. A mesma que trabalha aqui, eu acho.

— Oh! Sabinny. — Aaron riu de leve. — Ela faz isso com muitas pessoas, na verdade. Toda vez que vê um bêbado sozinho ela o deixa no hotel.

Ergui a sobrancelha, estudando-o.

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