"... totalmente maravilhado por ela. " PARTE II

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Sienna

– Tem certeza de que vai ficar bem sozinha esta noite? – perguntou Elouise, que estava de pé na minha cozinha, beliscando uma bolacha. O apartamento parecia tão vazio agora, mas eu precisava ficar só pela primeira vez. Era algo que eu tinha de fazer. Finalmente, sentia-me pronta. Bom, pelo menos eu achava que sim.
– Sim, eu vou ficar bem, querida – falei, fingindo positividade. Estiquei as mangas sobre meus braços e desejei poder me enfiar no meu cardigã e ficar lá escondida até que as coisas se normalizassem. O dia fora sido escaldante, do tipo de calor opressivo que dá dor de cabeça. Agora, ele se fundia numa noite deslumbrante, cor de salmão com faixas púrpura que rasgavam
o céu, enquanto o sol ia dormir. Eu podia ver o esplendor daquilo tudo pelas janelas, que estavam totalmente abertas para deixar o ar fresco entrar. Passei o pé descalço no piso e senti os ladrilhos frios na minha pele. Vi minha imagem no espelho. Parecia que eu não dormia havia dias, minha pela tinha um tom acinzentado.
Elouise tombou a cabeça para o lado e sorriu, jogando o último pedaço de bolacha na boca.
– É mesmo? Porque não consigo deixar de achar que pode ser muito cedo… – disse ela, duvidando, com o cabelo loiro e grosso caindo sobre o ombro direito. Um olhar de preocupação se mostrava em seu rosto.
– De verdade, sim. Eu prometo – respondi.
– Bom, se começar a se sentir horrível, me ligue. Eu venho que nem uma bala. Promete que vai ligar se ficar mal? – perguntou, quase implorando.
– É claro que vou. Mas pode deixar, eu vou ficar bem – eu disse, esperando sinceramente que sim. Eu tivera essa mesma conversa com Nickalgumas horas antes. Foi quase impossível tirá-lo do apartamento. Eu acabei tendo que empurrá-lo porta afora, fazendo cócegas dos lados dele, porque ele não consegue defender-se quando eu faço isso.
– Olhe, El. Eu prometo que vai ficar tudo bem. Estou me sentindo melhor agora. – E realmente estava, pensei, olhando à minha volta para o lugar que dividíamos, meu pai e eu. Eu tinha de aprender a ficar sozinha. Eu teria que passar noites em solidão sem falar sozinha e nem acumular contas telefônicas enormes ligando para serviços de astrologia. Gatos também não eram uma opção. Eu era jovem demais para encher o apartamento com eles, fazendo xixi por todos os cantos. Eu me sentia quase pronta para assumir minha nova vida. A aceitação chegara, e estava me fazendo muito bem.
– Vou deixar o telefone no máximo. A noite toda – disse-me Elouise, ficando na ponta dos pés e me beijando a testa. Isso me fez dar risada. Ela e Nicktinham me apoiado o tempo todo. Seria difícil voltar a sentir solidão.
Ao passar por mim, ela deixou uma trilha com seu perfume no ar e eu o inalei profundamente, segurando sua lembrança bem próxima de mim para o silêncio da noite, quando precisasse dela. Eu não telefonaria para ela, nem para Nick, nem para ninguém. Nem mesmo para Margarete, a Mística, de South Ealing, e seu serviço astrológico por telefone.
– Amo você, Si – ela disse, virando-se para mim, parada à porta, com seu corpinho quase totalmente engolido por uma camiseta moderna.
– Também amo você, bonitinha – falei, parada ao lado do balcão.
A porta se fechou lenta e silenciosamente. Olhei à minha volta e respirei fundo.
Aquela noite eu tive fome pela primeira vez em muito tempo, então preparei meu jantar favorito: contrafilé malpassado com purê de batatas e vegetais à Mediterrâneo. Nick trouxera todos os ingredientes para mim. Acho que ele ficou preocupado que eu fosse acabar parecendo um esqueleto ambulante se não engordasse logo. Ele não estava de todo errado, pensei, olhando para minha calça, que estava fazendo pregas na cintura.
Passei pelo menos uma hora preparando tudo, enquanto os restos do dia deslizavam para trás de nuvens escuras. Liguei o rádio e cantei em voz alta, acompanhando todas as músicas. Ótimas músicas. Músicas horríveis. Não importava o que fosse, porque era um modo de liberar a tensão, mesmo que isso implicasse berrar a plenos pulmões junto com o Aerosmith e usar uma abobrinha como microfone. Eu podia cantar tão alto quanto quisesse, e sabia que ninguém me incomodaria. Esta noite era só minha.
Piquei as cebolas, fatiei os cogumelos ao meio e dividi tomates suculentos em quatro. Coloquei um filé na panela e ouvi-o frigir com satisfação, o cheiro me penetrando o nariz e me deixando com mais fome ainda. Eu tinha uma garrafa de vinho e um pequeno chocolate na geladeira. Eu me regalaria. Relaxar, me banhar nas lembranças felizes. Porque elas eram felizes, e nunca seriam roubadas de mim como meu pai foi.
Depois do jantar, aninhei-me no sofá, coloquei Bonequinha de Luxo no DVD e fiquei bebericando vinho branco gelado numa taça enorme. Pelo menos dessa vez eu estava contente. Não me sentia assustada, sentia-me segura e feliz. Eu ainda não deveria estar chorando feito uma doida? Será que eu estava em estado de negação? Olhei por sobre a cadeira diante de mim e desejei que meu pai estivesse sentado nela. Desejei com tanta intensidade que o imaginei diante de meus olhos, seu rosto lindo e gentil e seu corpo frágil embrulhado numa malha e calça xadrez. Pensar nele me fez dar um sorriso tão largo que esqueci, por um momento, que o filme estava passando. Fiquei olhando para o vazio onde ele costumava estar. Quando me voltei para a tela, lembrei de todas as minhas cenas favoritas. A paixão de Audrey Hepburn por festas, diamantes e por dormir até o meio-dia. Era um mundo mágico no qual eu poderia me perder. Eu gostaria de poder viver assim, andando por aí com um cigarro e um sorriso sexy, sem precisar de mais nada na vida além da data e local de minha reunião social.
E depois, lembrei-me dos cadernos de papai. Resmas e resmas de escritos que eu nunca lera, porque não queria intrometer-me. Eles estavam espalhados por todo o apartamento, e eu não os tocara. Parecia-me errado tirá-los do lugar, e quando Elouise, Nicke eu arrumamos as coisas dele, implorei a eles que deixassem os cadernos onde estavam.
Estavam todos à vista, me rodeando. Cadernos grandes com capa preta e grossa, rótulos brancos datados. Estavam empilhados cuidadosamente, alguns nas prateleiras, alguns em cima da televisão e muitos mais em caixas debaixo da cama dele. Sentei-me por um instante e fiquei pensando como me sentiria se os lesse. Seria cedo demais? Será que reacenderia todo o medo e agonia, ou seria como se ele estivesse de volta aqui comigo?
Interrompi o filme e fiquei sentada por algum tempo, tomando mais uns goles de vinho e pensando no que fazer. Peguei o caderno que estava mais perto de mim e deslizei as mãos sobre a superfície lisa e fria. Um relâmpago acendeu o horizonte, e eu puxei um cobertor leve para cobrir-me. Deve estar chegando uma tempestade, eu me dei conta, lembrando de como o dia fora abafado. Eu não estava com medo dela. Nem um pouco.
Segurei o caderno, passando os dedos por entre as páginas, sentindo sua gramatura, que parecia ainda mais densa agora que estava coberto de rabiscos, as palavras enfiadas no papel onde ele escrevia com tanto afinco. Ele se importaria? Fiquei imaginando. Abri-o no meio e fui saudada por sua letra conhecida, que tantas vezes fora rabiscada num Post-it na geladeira, pequenos recados para lembrar-me de coisas de que precisávamos. Manteiga de amendoim. Óleo de cozinha. Sabonete.
Meus olhos pairaram por sobre as letras, assustados demais para ler, mas curiosos demais para desviar o olhar. Mais relâmpagos incendiavam o céu de verão, como luzes estroboscópicas. Eles iluminavam a sala com luz branca por um átimo de segundo e depois me jogavam novamente na luz quente das velas no meio da mesa. A chuva começou a bater nas janelas. O que eu encontraria? Descobriria que ele fora profundamente infeliz, mas escondeu isso de mim? Será que ele pensava que eu o negligenciava? O desapontava? Meu coração começou a dar pulos quando iniciei a leitura.
É o quilômetro 37, e falar em dor é menosprezar o que sinto. As ruas de Londres estão apinhadas de gente, gritando e berrando. Há muitos nomes, nenhum deles é o meu, mas, na minha cabeça, posso ouvir minha filha me incentivando. É a única coisa que me fará cobrir os últimos cinco quilômetros até a linha de chegada. Posso ver o rosto dela também diante de mim o tempo todo. Minha linda filha. Eu sei que ela está esperando por mim no final. Ela nunca me decepcionaria, eu sei.
Minhas pernas parecem carne crua, e alguns dos meus músculos começam a sofrer espasmos, pulando e se retorcendo sob minha pele suada. É uma reverberação que sobre pelas panturrilhas e chega até as coxas. Milhares de passos se fundindo num esforço enorme. Para ser sincero, a sensação é a de um sonho divertido. Entro em pânico por alguns momentos, pois não estou certo se conseguirei chegar ao fim. Não posso decepcioná-la.
Um esguicho de água é jogado, das laterais, sobre os corredores, e algumas gotas atingem meu rosto. É tão refrescante que eu quero ir claudicando até a torneira e entornar um copo em cima de mim, sentindo a água correr pela minha boca e passar pela garganta. Mas não há volume de água que saciaria minha sede – é como se eu tivesse sido espremido, feito uma flanela. Suo tanto que o suor me entra nos olhos. Pinicando. Doendo. Tudo dói. Preciso ir ao banheiro, mas parar seria o fim para mim. Tenho a sensação de que meus músculos se estancariam e secariam, rápido feito concreto. Tenho de continuar.
As pessoas à minha volta estão lutando de verdade agora, respirando com dificuldade, gemendo e suspirando feito uma horda de zumbis vestindo roupas esportivas de luxo. Tenho de continuar.
As pessoas caem feito moscas, desmoronando sobre o asfalto e caindo sobre os canteiros da pista. Não quero olhar para ela porque ficaria assustado. De algum modo, ainda estou andando. Não sei como, e, quanto mais eu penso nisso, mais aterrorizante fica.
As solas de meus tênis parecem bifes esturricados, mas começaram macias feito nuvens. Cada movimento é doloroso, cada respiração é aguda. Eu sei que não falta muito. Já corri quilômetros e quilômetros treinando, mas minha mente está me pregando peças. De repente, me parece que cinco quilômetros é um caminho longo demais. Mas minha mente está em Sienna, porque eu sei que ela estará lá esperando por mim.
Minha visão está borrada, minha testa franzida de concentração. Gente vestindo roupas muito coloridas me confunde. As formas e cores parecem se transformar diante de meus olhos. Fico com raiva, assustado, mas eufórico, porque sei que o final está próximo. Eu sei que corri uma maratona, e terei chegado ao fim depois de todo esse tempo. Depois de toda a esperança, desejos e sonhos. Eu poderia começar a andar agora, mas não farei isso.
Pisa. Pisa. Pisa.
Sinto dor nos ombros, acidez no estômago e minhas entranhas estão em frangalhos. Eu tenho de conseguir. Este é o meu mantra. Há um balão lá na frente, rosa e preso por um cordão. Fixo os olhos nele e o sigo enquanto cruzamos as ruas de Londres. Atrações turísticas conhecidas se tornam meros incômodos no caminho. As ruas são somente algo que temos de derrotar para saborear de verdade a conquista.
Ao virar uma esquina, uma mulher está segurando uma bandeja com cubos energéticos. Agarro um deles feito um monstro, grunhindo meu obrigado e atirando-o dentro da boca, que está tão seca que faz minhas papilas gustativas se contraírem. Sinto a geleia derreter em minha língua e o gosto de amora explodir nas papilas. É muito intenso, e eu preciso de toda a energia que puder arrebanhar.
Viro mais esquinas, ruas serpenteantes, subo e desço pequenas ladeiras. Quase lá. Depois do que parece uma eternidade, a linha de chegada surge adiante, coberta com ainda mais balões. Quase não ouço nada. Tudo está abafado, e a única coisa que consigo ouvir é a minha respiração chocalhando em minha mente. Meus passos longos e decididos se transformaram em pisadas arrastadas, uma perna depois da outra, como se estivesse caminhando sobre melado. Mais perto. Mais perto ainda.
É então que a vejo, perto do final da corrida. Minha linda filha, encostada no gradil e me incentivando. Seu adorável sorriso é tudo de que necessito. Há tanta gente à minha volta, mas consigo localizá-la imediatamente. Ela é tão diferente, única. De uma beleza estonteante, e todo dia eu levanto e me pergunto como criei algo tão especial. Como não estraguei isso, do modo como estraguei outras coisas na minha vida.
Foi só o que consegui ler. A emoção voltou a me rasgar o peito. Era difícil demais. Fechei o caderno. A imaginação dele me desnorteou, e eu não tinha ideia de que ele se orgulhava tanto de mim. Eu sabia que ele “terminaria” a maratona. Era meu pai, é claro que terminaria. Eu acreditava nele, mas tive de fechar o caderno por alguns momentos, ou eu tropeçaria e cairia naquele buraco de dor do qual eu sabia ser difícil sair.
Enxuguei uma única lágrima no canto do olho, imaginando que segredos o resto dos cadernos poderia conter. O filme estava tremendo ao fundo. A curiosidade me venceu. Servi-me de outra taça de vinho e fui para o quarto dele, tirando uma grande caixa que estava debaixo de sua cama, cheia de cadernos. Fiquei chocada ao ver quantos havia. Eu queria respostas. Eu queria um sinal. Alguma coisa. Eu queria conhecer meu pai melhor. Então, fechei os olhos e tirei um. Um qualquer. Um entre 50, pelo menos.
Eu o apertei entre os dedos e levei-o para a sala, sentando-me no sofá e puxando o cobertor para envolver meu corpo. A chuva batia tão forte contra a vidraça que o ruído me deixava sem fôlego. Era um dos meus sons preferidos: a natureza castigando o mundo à minha volta, e eu aqui, segura nessa caixinha feita pelo homem, bebericando vinho e lendo.
Olhei para a etiqueta na capa do caderno. Primeiro de julho de 2006. Uau, este era bem antigo, eu pensei. Eu só estava no emprego havia uns dois meses. As coisas estavam difíceis. Mais uma vez, preparei-me antes de abrir as páginas. Eu conseguiria lidar com isso… se fosse demais, eu o colocaria de lado e voltaria a ele dentro de alguns meses. Ninguém está me forçando a ler, eu pensei, levantando a capa com mãos trêmulas. Folheei as páginas, meus olhos perscrutando as palavras. Vi, num lampejo, o nome de Nick. Que estranho… eu o conhecia havia pouquíssimo tempo nessa época. Procurei a página onde ele estava e comecei a ler.
É difícil ter filhos. O quanto você deve mostrar a eles o caminho e dar-lhes as respostas? Eu sempre fui do tipo de pai que deixa Sienna cometer seus próprios erros, descobrir as coisas por ela mesma e resolver os problemas sozinha. Não gosto de dar a ela todas as dicas. Quero que ela seja capaz de se virar sozinha um dia, porque, para ser sincero, não sei por quanto tempo mais estarei por aqui. Tudo pode acontecer. Bem, tudo pode acontecer a qualquer pessoa, é verdade, mas comigo os riscos são muito maiores, porque posso cair a qualquer momento.
Eu prometi a mim mesmo, antes de ficar doente, que não compraria tudo o que ela quisesse. Não, eu queria que ela lutasse pelas coisas para saber seu verdadeiro valor. Não quero dizer a ela todas as coisas maravilhosas que as pessoas dizem dela, porque quero que ela perceba seus talentos e valores sozinha. Quero que ela os veja sem minha ajuda enquanto cresce.
Espero que isso faça sentido e não me faça parecer um ser humano extraordinariamente egoísta. Quer dizer, se ela estiver com problemas, então é claro que vou interceder para salvá-la. Mas, se não for urgente, e se isso a fortalecer, prefiro que ela faça à sua maneira. Eu observo de lado, feito uma águia, e atiro-me com ímpeto se ela precisar de mim. E não me entendam mal. Eu estou observando (quando não estou dormindo – aí, só escuto), mas agora me encontro numa situação delicada. E sobre a qual estou em dúvida.
Ela tem um amigo chamado Nick, que ela conheceu no trabalho. Ele é artista na editora em que ela trabalha. Ela o adora. Na verdade, ela o ama. Ela ainda é jovem, mas posso afirmar com segurança que isso é muito importante para ela. Embora ela não admita… Eu não conhecia o sujeito até ontem, quando ele simplesmente apareceu na minha casa para “deixar um CD” a caminho da cidade.
Olhe, eu sou homem, e posso dizer que ele não estava, casualmente, indo ver as lojas. Pude perceber que ele a ama pelos olhos de pateta e modos acanhados no instante em que abri a porta. Era o olhar de um homem apaixonado – e ele parecia ser um ótimo sujeito.
Sienna não estava em casa, e penso que é seguro dizer que tivemos um pequeno incidente. Eu desmaiei. Mas parece que Sienna nunca contou a Nick sobre o meu problema, porque o pobre homem pensou que eu tinha tido um ataque cardíaco, ou algo parecido. Ele ficou choramingando feito uma criança. A palavra certa não era pânico. Ele estava fazendo com que eu me sentisse pior porque, quanto mais eu queria gritar e dizer para ele que eu estava bem, mais sonolento eu ficava. E lá estava eu, num corpo que eu não conseguia mexer, mas capaz de ouvir tudo. Tudo.
E ele disse algumas coisas. Ele me disse que a ama. Tenho certeza de que não ouvi errado. Ele estava implorando, e acho que ele disse: “Eu amo Sienna, ela ama o senhor, e ela precisa do senhor. Não vá a lugar nenhum…”.
E como eu lido com isso? Ele pode ter dito isso no calor do momento, ou ele pode ter afirmado que a ama como amigo. Contudo, se ele falava sério, é meu papel contar a ela as coisas que ele disse quando achava que eu tinha batido as botas?
Mas se for amor, amor verdadeiro, então desejo que eles se encontrem. Porque acredito que o amor é uma força arrebatadora e que tudo vence, e, quando é genuíno, não podemos ignorá-lo. Não importa quanto tempo leve. Ele acaba arrombando a sua porta. Ele o mantém acordado à noite. Ele invade seus pensamentos e queima sua alma. Se for amor, eles não precisarão de mim. Se contar para minha filha que o homem de seus sonhos a ama também, eu não estaria atrapalhando? Brincando com o destino?
De qualquer forma, eu tentei contar a ela, mas não consegui. Algo dentro de mim me forçou a ficar em silêncio. E, se ele a ama, rogo a Deus que ele resolva isso logo, porque minha filha é única. Ela é realmente muito especial.

Esta é uma história de amor (Jessica Thompson)Onde histórias criam vida. Descubra agora