Ninguém sabe... Nem ao menos desconfia... Eles cochicham sobre mim, me evitam, mas no fim, não sabem quem eu realmente sou... Será que se soubessem, seria diferente? Talvez fosse ainda pior... Meus pais? Nunca notam que eu saio, volto depois de tanto tempo... Às vezes eu faço aqui mesmo, eles não notam, pois eu simplesmente me calo, apreciando as maravilhosas sensações, e eu já sou bem quieta, então eles não desconfiam...
O problema, é depois que o efeito acaba... Ah como eu me sinto mal! Você se sente estranho, é como se você fosse arrancado de seu corpo, você chora, você quer se matar, você grita... Mas ninguém escuta... Porém, eu não consigo mais viver sem... Meu corpo precisa, ele pede e clama pra que eu faça o que eu mesma me prometi várias vezes que não faria mais...
Sai do banho, coloquei um shorts jeans com uma meia calça com estampas de estrelas, uma blusa branca com a estampa de um monstrinho fofinho,um moletom branco por cima, e um all stars preto nos pés
Abri a porta do quarto, mexendo no celular, não olhando pra baixo, nem pra frente, desci as escadas, levantei a cabeça e arregalei os olhos. Maggie jogava cartas com algumas mulheres, elas me encaravam, eu engoli seco e virei as costas, sai pelos fundos, bati o pequeno portão que se encontrava nos fundos, apenas pra empregados e respirei fundo o ar gélido da brisa de inverno. É tão bom se sentir livre! Coloquei a touca, as mãos dentro dos bolsos, olhei envolta pra ver se alguém me seguia, desci a rua silenciosa, olhei novamente envolta pra ver se era seguida, fui até o outro lado da cidade, sempre olhando pros lados, sendo cautelosa, cheguei ao meu destino...
Xxx: Nossa gatinha chegou! - Sorri e tirei a touca.
Eu: Oi Brad! - Beijei sua bochecha. - Oi Erik! - Beijei sua bochecha. Parei e encarei Gregory... O menino ao qual tenho uma queda barranco desde meus 8 anos. - Olá Greg! - Ele sorriu largamente. O que me fez soltar um suspiro involuntário.
Brad: É O AMORRR!
Erik: QUE MECHE COM A MINHA CABEÇA E ME DEIXA ASSIIIIM! - Eles cantarolaram abraçados de lado, o que me fez corar e olhar o chão. Gregory, só sorria de canto, com os braços cruzados, encostado na coluna de cimento.
Eu: Tá, mas chega de melo, porque hoje eu to de cabeça quente! - Disse me sentando com perna de índio (ou borboleta e foda-se essa merda).
Brad: Assim que eu gosto! - Ele se sentou, logicamente não tão delicado como eu, bem mais largado.
Erik: Oba, oba, oba! - Ele se sentou ao meu lado, olhamos Greg, que se sentou lentamente ao lado de Brad. Mordi os lábios sorrindo quando Greg jogou cápsulas de cocaína dentro de nosso pequeno "circulo". Cada um pegou duas, eu coloquei uma em dentro de meu sutiã (eu usaria em casa) enquanto abria a primeira cápsula, meu mundo parou, era só eu e minha droga. Coloquei o pó que continha no interior do recipiente nas costas da mão, peguei um dólar, enrolei , respirei fundo e fiz aquilo que meu corpo tanto queria que eu fizesse...
De início, meu nariz ardeu, mas de um modo com que eu já estava acostumada, e então eu senti... Senti tudo que estava tão acostumada a sentir... A sensação de euforia e bem-estar, idéia de grandiosidade, irritabilidade e o aumento da atenção a estímulos externos... Aquilo era tão bom! Era tão bom! Eu mando nessa porra! Eu posso tudo!
Abri os olhos e encarei o pessoal, Erik ainda aspirava o resto de pó que continha nas costas de sua mão, Brad olhava pra baixo, sorrindo com os olhos fechados... Apreciando as sensações maravilhosas que todos sentíamos! Olhei Gregory, que me olhava, sorri sem jeito pra ele. Vi um vulto, nem liguei, é normal se sentir observado enquanto está brizadão... Eu me levantei e me abracei a Gregory, escondendo minha cabeça em teu peito, enquanto eu me sentia zonza, e sabia que o efeito já estava passando. Era sempre assim... Eu e ele quase transamos uma vez, por isso ele não usa enquanto nós estamos aproveitando o bom da vida... Fica bem pra poder cuidar da gente... De mim especificamente... Meu organismo é muito fraco, eu vivo passando mal, e ele sempre tem que estar lá pra me socorrer, Erik e Brad já são bem acostumados com isso, mas, me disseram que é normal, pois o organismo feminino tem aquele negócio todo de hormônios e blábláblá, e então ele é mais fraco em relação a esse tipo de coisa... Principalmente meu organismo, já que eu sou uma anêmica, não como, to sempre frágil, sem nutrientes o suficiente...
Apertei os olhos, sentindo a maravilhosa dor de cabeça... Oh merda! Soltei Greg apertando os olhos, dando alguns passos pra trás e com a mão na testa.
Gregory: Bea?
Eu: Ai minha cabeça! - Tava tudo queimando. Passei a mão no nariz. - Oh merda! - Disse olhando minhas mãos sujas de sangue. Gregory suspirou.
Gregory: Que susto! - Ele disse sorrindo, se aproximando com o que parecia ser um lencinho de algodão, sorri e peguei de sua mão.
Eu: Obrigada! - Ele apenas aprovou com um gesto leve com a cabeça, pressionei o lencinho sobre o lado do meu nariz que sangrava. Hemorragias nasais são normais quando se fala de drogas que são consumidas por meio das mesmas.
Gregory: Vem comigo?
Eu: Onde? - Joguei o paninho fora. Ele sorriu, segurou minha mão.
Gregory: Agente já volta! - Ele gritou de costas, me puxando pra algum lugar ao qual eu desconhecia.
Eu: Onde agente...
Gregory: Xiu! Vou te mostrar uma coisa! - Sorri olhando o chão, mordi o canto do lábio inferior nervosamente. Onde esse ser vai me levar?
Continua....
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All stars II Harry Styles
Hayran KurguComo se sentiria se soubesse que nasceu apenas para "salvar" o próprio irmão? Assim que Bea, uma adolescente de 16 anos descobre a verdade, o seu pequeno mundo desmorona, mas ao mesmo tempo descobre um amor verdadeiro, o que ela apenas não sabe, é d...