Folhas de outono - Kim Namjoon

#5

Namjoon continuou sentado no café quase o resto do dia inteiro, coisa que se não fosse por ele se autoconsiderar o melhor amigo de HyoJin, ela acharia estranho, o Americano agora vazio se encontrava na frente dele, e ela não conseguia entender o que se passava pela cabeça dele, às vezes ela achava que seu cérebro criava diálogos falsos em sua cabeça e ela na verdade não estava vivendo nada daquilo, o que de alguma forma seria reconfortante, já que ela poderia se considerar alguém com alguma mínima chance de ficar com meu melhor amigo e com uma alta chance de ter algum problema mental.

- E como está viver com a RaeSoo? - Ele perguntou a surpreendendo, pelo jeito ele não planejava sair dali tão cedo, bom, não que ela estivesse reclamando não estava reclamando. A máquina de café fazia barulho atrás dela, os clientes conversavam e alguns esperavam seus pedidos, ela queria muito conversar com ele, mas as circunstâncias não ajudavam.

Terminando de secar um dos copos de suco não descartáveis, a atenção dela foi direto para a máquina que tinha parado de fazer barulho, indicando que as bebidas estavam prontas. Tirando dois copos descartáveis com o nome do estabelecimento de um dos armários, os abrindo, e despejando o líquido dentro, ela sentiu a fumaça atingir sua visão, irritando seus olhos.

Enquanto HyoJin trabalhava, ela podia sentir o olhar de Namjoon sobre si, seu coração se apertava ao vê-lo esperando pela resposta dela, mas não sua minha culpa, ela ainda tinha conta de luz pra pagar se quisesse continuar usando o computador e a televisão, então sacrifícios precisavam ser feitos. Passando ao lado dele, ela chamou o nome das duas pessoas, que se levantaram e pegaram suas bebidas, voltando para os seus lugares.

- Ah, nada fora do normal, você sabe, já nos conhecemos há tempos, não vejo um problema nisso, mas não pense que esqueci o que você fez. - Apontando  o dedo na cara dela, ela o observou sorrir e erguer as mãos em rendição, mesmo que ele quisesse parecer frustrado, aquela tática não funcionava com ela.

HyoJin como ele continuava a olhando enquanto pensava em alguma coisa, ultimamente ele vinha falando mais com ela que de costume, ele era muito ocupado com o trabalho, e ela se perguntava se ele o tinha terminando para estar ali em pleno dia de semana, apesar de que ser produtor não diferencia fim de semana ou não.

- Fiz uma surpresa amigável, minhas desculpas.

- E suas músicas? Você terminou pra estar aqui? - Ela não queria ter soado tão amigável, já que queria mostrar o quanto estava chateada com seus segredos pra cima dela, mas ela não pôde evitar, sua voz não parecia a mesma de sempre quando falava com ele, o vendo dar de ombros e apoiar o cotovelo sobre o balcão, ela tentou colocar de lado o pensamento sobre o trabalho dele, preferindo então apenas aproveitar sua presença. Mesmo ali sentado, Namjoon era muito alto, e olhar pra ele na mesma altura a prevenia de um dor no pescoço muito feia.

- Hyo, vou pedir mais um Americano.

- Tem certeza? - Ela virou pra máquina, aquela bebida era boa, mas absurdamente amarga, e com certeza bebê-la mais de uma vez não faria bem pro corpo, ele apenas assentiu como resposta, e ela não sabia dizer se ele estava querendo matar tempo ali, ou se ele realmente tinha gostado e queria mais.

Decidindo ignorar seus pensamentos inúteis ela esticou a mão para pegar o gelo, colocando-o no copo, e o enchendo de água e café, fechando o copo, colocando o canudo e o entregando do outro lado do balcão, HyoJin observou, quando um casal se levantou e veio pagar pelo pedido, pedindo licença e indo até eles, ela suspirou de cansaço, o período da tarde era o mais agitado, mas por incrível que pareça, a deixavam sozinha por ali naquele horário, o que não era nada animador.

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O táxi parou e a garota tirou os óculos de sol, os cabelos escorridos pelos ombros balançavam de um lado pro outro, era uma nostalgia sem fim estar ali, e ela não sabia se sentia uma felicidade ou remorso, o prédio a sua frente se estendeu, ela caminhou a passos largos, querendo alcançar a porta o mais rápido que pudesse, mesmo que seu coração batesse forte no peito e suas mãos suassem, ela o veria de novo, depois de anos, ela o veria de novo, não sabia mais como era a sensação de tê-lo por perto, não sabia mais a sensação do calor do corpo dele perto do seu, e ela sentia tanto falta daquilo, era errado, mas ela sentia falta e não podia mais negar aquilo.