A Escolhida (Completo)

Diversão a dois

- Suzanna! - Gritei ao vê-la estirada no sofá olhando TV. Corri até onde ela estava e joguei ao seu lado.
- Já falei pra me chamar de Suze. Suzanna é muito formal. - Disse ela se virando para mim e sorrindo. - Porque está tão feliz? - Pediu ela me olhando.
- Sei lá. Ganhei umas cartas. - Falei sorrindo e olhando para a TV, estava passando um programa sobre vampiros, acho.
- Se chama: The Vamps. É uma novela antiga dos humanos. - Disse ela apontando para a TV.
- Lendo a minha mente?- Falei brincando, ela começou a rir e continuou olhando TV.
- O que você quis dizer com "novela antiga dos humanos"?
- Quis dizer que a novela é velha.
- Dos humanos?
Ela começou a rir e desviou o olhar.
- É só modo de falar. - Disse ela ainda olhando TV.
- Aham, sei. - Falei encarando ela. - E quando você vai me explicar o que aconteceu na floresta?
- Eu não posso explicar nada. Não sou eu quem deve contar a você. - Disse ela me encarando.
- Se você não pode, quem pode me contar?
- Daniel. A escolha é dele. - Disse ela. Mas se eu fosse você, não dizia a ele que se lembra.
- Por que não?
- Porque foi ele que tentou te fazer esquecer. E eu ajudei, ou atrapalhei melhor dizendo. Desculpe, não sou boa nisso.
- Hãm? Boa no que?
- Esquece. - Disse ela rindo e olhando para a TV de novo. Ficamos lá sentadas até a novela acabar, e depois me levantei e fui procurar Daniel.
O encontrei lavando um carro vermelho no pátio (quantos carros essa família tem?), me sentei nos degraus da escada e fiquei olhando ele.
Me afundei em pensamentos e fiquei pensando no que Mary estaria fazendo agora. Será que ela está com Elisa e Jéssica? Ou será que está com Jesse no jardim? O que será que ela andou fazendo enquanto estive fora?
- Hey Lucy, quer vir me ajudar? - Gritou Daniel vindo até mim. Sorri e olhei para ele.
- Nem pensar, eu não quero me molhar. - Falei rindo. Ele deu um sorriso travesso e veio mais para perto de mim, ergueu a mangueira e a água caiu como em um chafariz em sima de nós dois.
- Que pena. - Falou ele rindo.
- EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ FEZ ISSO! - Gritei me levantando e indo até ele. Tentei tirar a mangueira dele e o joguei no chão. Ele ria cada vez mais, consegui pegar a mangueira, e joguei água bem na cara dele. Ele parou de rir e colocou o braço na frente do rosto.
- Ah não. Isso não vai ficar assim. - Disse ele pulando em sima de mim e tentando pegar a mangueira.
- NÃO! - Gritei e comecei a rir. A essa hora já estávamos muito molhados e praticamente rolávamos na grama. Ele conseguiu pegar a mangueira e e jogou água em mim de novo. Pra minha sorte a água parou, começamos a rir, ficamos deitados na grama um ao lado do outro.
- Você é um idiota. - Falei rindo.
- Você também. - Falou ele se virando para mim e rindo. - Vai me ajudar agora?
- Vou. - Falei rindo e me levantei. Ele se levantou logo depois e nós fomos terminar de lavar o carro. No final, ficamos com vergonha de entrar naquele estado em casa. Meu cabelo tinha secado com a luz do sol e parecia palha, minhas roupas estavam grudadas em mim, ainda molhadas e eu estava com grama por todo lado.
- Acho melhor darmos um jeito de nos limparmos antes de entrar. - Disse Daniel rindo e vindo até mim. - Vem!
Fui com ele e vi ele pegar a mangueira.
- Não. - Falei olhando séria para ele.
- Sim. Precisamos tirar essa grama de nós, e o seu cabelo ta um desastre, sem ofensas. - Disse ele vindo até mim. Olhei para ele séria e aguentei calada enquanto ele me dava um segundo banho.
- Estamos completamente molhados! Como vamos entrar assim dentro de casa? - Falei olhando para ele.
- Isso, eu resolvo. - Ouvi alguém dizer. Me virei e vi Suzanna parada com um monte de toalhas nas mãos. Me senti ficar vermelha e dei um sorriso tenso.
- Obrigada Suze. - Falei indo até ela e pegando uma toalha. Comecei secando meu cabelo e deixei a toalha na cabeça depois. Peguei outra toalha e comecei a me secar, Daniel também pegou uma. Só que Daniel fez algo que eu não podia fazer, ele tirou a camisa.
Virei o rosto para o lado e tentei não pensar na maravilha que tinha acabado de ver. Ele tinha um corpo maravilhoso, meu Deus. Lucy, Lucy, Lucy não pensa nisso. Dei uma olhada discreta para ele e prendi a respiração, meu Deus. Vire a cabeça Lucy. Virei para Suzanna e vi ela me olhando com um sorriso travesso.
- Pode olhar, ele não morde. - Disse ela me dando um sorriso safado. Me senti ficar vermelha de novo e peguei outra toalha para me secar.
Nos enrolamos em toalhas e entramos em casa junto com Suzanna.
Subi para o meu quarto e fui direto para o banheiro. Eu ia ter que tomar outro banho, mas esse, ia ser com água quente. Tomei um banho bem demorado e só sai quando ouvi baterem na porta. Me enrolei na toalha e fui abrir a porta.
- Sim? - Pedi ao abrir a porta, olhei para cima e vi Gabriel parado a minha frente. Fiquei vermelha pelo que parecia ser a décima vez hoje.
Meu Deus, eu estava de toalha na frente dele. Só de toalha. Ele me olhou e deu um sorriso, caramba.
- O almoço está quase pronto. Se quiser se vestir... - Disse ele ainda me olhando. - Mas eu não me importaria se você fosse assim, sabe. - Emendou ele,arregalei os olhos.
- Vou me vestir e já desço. - Falei fechando a porta na cara dele. Fui para o armário e peguei uma calça e uma blusa para usar, me vesti, arrumei o cabelo e desci para a sala de jantar. Daniel também havia tomado banho, percebi.
Me sentei ao lado de Suzanna como sempre e comemos em silêncio.
- Então, como foi a manha de vocês? - Perguntou Gabriel me encarando.
- Legal, e a sua? - Pedi.
- Ótima. - Falou ele sério. - Bem, vou sair, tchau. - Dito isso ele se levantou e saiu da sala de jantar. Ficamos encarando a porta por um tempo até que Cassandra quebrou o silêncio de novo.
- Então Lucy, como você sabe Suzanna e Daniel estudam em uma escola particular no centro da cidade.
Disse ela me olhando, fiquei com vontade de dizer que na verdade não sabia, mas fiquei quieta.
- E nós matriculamos você lá também. Eu sei que vai ser difícil se acostumar a uma escola nova, mas eu acho que Daniel e Suzanna estarem lá vai ajudar. - Disse ela calmamente. Droga, eu vou ter que ir pra escola, eu devia ter estranhado estar tudo tão bom.