- Lucy! - Disse ele me abraçando forte. - É tão bom ver você de novo. - Sussurrou-me então. Me afastei dele e olhei para Suzanna que parecia confusa nos olhando.
- Suze, este aqui é o Jesse. - Falei sorrindo. - Meu namorado.
- Ah. Oi... - Disse ela dando um sorriso, comecei a rir. Será que ela ainda está com medo dele? Me virei para Jesse e vi, contente, que ele só tinha alguns arranhões nos joelhos. Bom, isso significa que o tombo não foi feio pelo menos.
- Jesse, essa aqui é a Suze, minha irmã adotiva. - Falei para ele.
- Hã, ola. - Disse ele a encarando. - Nossa, eu pensei que ela estivesse arrombando o orfanato. - Continuou ele começando a rir, ri junto e a encarei também.
- Viu, eu posso lidar com isso. - Falei piscando para ela que sorrio de volta.
- Que? Eu não sabia quem ele era. - Disse ela se defendendo.
- Agora sabe. - Falei. Me virei para Jesse e o abracei novamente, quanto tempo faz que não nos vemos mais? Dois, talvez três meses. - Jesse... - Comecei a dizer, porém fui interrompida por Gabriel e Daniel que vinham correndo em nossa direção.
- Quem é esse ai? - Pediu Gabriel ao chegar. Jesse ficou sério de repente e ficou os encarando, espero que o clima não fiquei estranho.
- É o Jesse. - Falei calmamente. - O meu namorado. - Continuei. Os olhei ao falar, Gabriel deu um sorriso malicioso e se virou para Daniel que nos encarava sério.
- Uau. Você sabia disso? - Pediu-lhe ele, Daniel desviou os olhos e assentiu. Lancei um olhar zangado para Gabriel e então olhei para Jesse.
- Jesse, esses são Gabriel e Daniel, irmãos da Suze. - Falei lhe dando um sorriso, ele sorriu de volta e então olhou para Daniel.
- Prazer. É muito bom finalmente conhecer a nova família da Lucy. - Disse ele.
- Que tal nós entrarmos um pouco? - Pediu Suzanna nos olhando. Ela parecia ansiosa, o que será que ela tem?
- Ótima ideia. - Falei me virando para Jesse. - E então você poderá nos contar o que aconteceu aqui, que tal? - Falei.
- Claro. - Disse ele, o peguei pelo braço e sai caminhando em direção ao orfanato.
- Vamos. - Falei para os outros e segui andando, é melhor nos sentarmos para conversar, isso pode demorar... Quem sabe?
Entramos na cozinha e nos sentamos em qualquer lugar, Daniel e Suzanna se sentaram no chão, Gabriel arranjou uma cadeira e Jesse se sentou ao meu lado perto do fogão. Ele me olhou por um tempo até começar a falar.
- A quatro noites o orfanato foi invadido, - Disse ele. - arrombaram a porta da cozinha, não sei como passaram pelo portão. Eles invadiram a biblioteca, reviraram tudo, rasgaram papéis e documentos. Acho que quando não acharam o que procuravam resolveram ir atras da Srta. McCartney. - Continuou ele, arfei. Não, a Srta. McCartney não.
- Oh céus, a Srta. McCartney...? - Falei, me senti ficar tonta. Isso não pode estar acontecendo.
- Ei, calma Lucy. - Ouvi Jesse falar, o olhei. - Eles não a mataram se é o que você está pensando. Mas, bem, ela tentou resistir, não quis entregar o que eles pediram, pelo que ela falou. Então eles a espancaram, e por isso as cortinas estão assim, ela ainda não teve alta do hospital. Comecei a chorar, como puderam fazer algo assim com a Srta. McCartney?
- Mas, ela está bem agora? - Pedi para ele.
- Bem, sim. Acho que sim, sinceramente, eu não sei ao certo. Todo o pessoal do orfanato foi lá hoje, é por isso que está tudo tão vazio. - Disse ele me abraçando.
- Mas ninguém ouviu o que estava acontecendo? - Pediu Suzanna depois de alguns minutos de silencio, olhei para Jesse.
- Sim, ouviram. - Falou ele. - E algumas meninas foram ver o que estava havendo... elas foram atacadas também. - Disse ele.
- Mary? - Falei sem conseguir o encarar.
- Sim. Eu sinto muito Lucy, mas, ela já está bem agora. Ela não ganhou nada além de alguns arranhões e um susto terrível. - Falou ele, o encarei. Como ele pode ser tão frio? Ele parece impassível, parece não sentir nada. É como se ele simplesmente não se importasse com ela. E dai que foram só alguns arranhões? Ela foi atacada afinal. O encarei por uns segundos sem saber o que fazer, então me virei para meus irmãos.
- Me esperem lá fora. Quero conversar com o Jesse um pouco. - Falei séria para eles, eles se levantaram em silencio e saíram deixando-nos sozinhos. Me levantei e comecei a andar pela cozinha, o que devo dizer agora? Por onde começar?
- Por que não me escreveu mais? - Pedi séria me virando para Jesse, ele me olhou por uns segundos antes de responder.
- Eu queria fazer uma surpresa. - Disse ele. - Queria ir visita-la, ir busca-la. Mas não consegui. - Continuou ele abaixando a cabeça.
- E só por isso não podia me escrever? - Pedi, ele não me respondeu. - Ok. - Falei então. Recomecei a andar pela cozinha, isso não é motivo.
- Enquanto falava comigo, sobre o que aconteceu. Você não parecia se importar, por que? Mary é tão insignificante assim para você? E a Srta. McCartney? - Pedi, não ouve resposta também. Depois de um tempo Jesse começou a falar.
- Veja bem Lucy, eu não as conheço direito, e eu e a Mary nem nos dávamos tão bem assim. - Disse ele, lhe lancei um olhar de raiva e o vi se encolher. - Qual é Lucy, você é minha namorada. Não a Mary, não a Srta McCartney, nem nenhuma das outras garotas, você. - Disse ele, o encarei por uns minutos que pareciam não acabar e então desviei os olhos. Isso é inútil, nesse ponto ele tem razão, mas ele não se importa nem um pouco com as outras? Suspirei, eu não pensava que ele fosse assim, tão frio. Fechei os olhos, ouvi um barulho que indicava que ele havia se levantado, passos, e então seus braços me envolveram.
- Lucy, por favor, não fica brava por isso. Por favor, eu não sabia que era tão importante - Disse ele, abri os olhos e me virei para ficar de frente para ele.
- Jesse. - Falei calmamente. - Eu só queria que você demonstrasse interesse, compaixão. - Falei. - Mas eu entendo, você não as conhece como eu, tudo bem. - Falei o encarando, ele sorriu.
- Estou perdoado então? - Pediu-me ele, assenti.
- Não há o que perdoar. - Falei, ele me beijou, talvez seja melhor ignorar o que aconteceu. Talvez...
Ouvi um barulho e me assustei, será que já voltaram? Olhei para os lados mas não vi ninguém, fui até a porta, ao longe vi Daniel se afastando, Suzanna caminhava até ele. Me virei para Jesse.
- É melhor arrumarmos tudo e irmos embora antes que as meninas voltem. - Falei-lhe. Chamei Suzanna e os meninos de volta e arrumamos tudo, deixando tudo em seu devido lugar, assim como estava antes de chegarmos.
- Aonde vamos agora? - Pediu Suzanna ao saírmos do orfanato.
- Não sei. - Falei me virando para eles. - E se formos até a cidade? - Pedi-lhes calmamente, eles assentiram.
- Ótima ideia. - Disse Jesse. - Irei pedir o resto do dia de folga para o Sr. Avilla. - Disse ele então.
-Tem certeza? - Pedi-lhe.
- Claro. - Disse ele, sorri. Ele sabe o que faz, pensei ao vê-lo sair correndo em direção a bicicleta parada perto da portinha dos fundos do orfanato. Olhei ao redor e segui em direção ao portão, o carro está lá na frente. Esperei todos saírem pelo portão e o fechei, esse negócio é pesado, pensei enquanto o puxava para fecha-lo. Nunca tinha reparado nisso antes, olhei para o orfanato e me lembrei de algo. Se Jesse sabia que não havia ninguém no orfanato, o que ele veio fazer aqui?
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Oie gente, to passando aqui para agradecer as visualizações. Sério, mto obrigada! Vcs são demais.
Tenham uma boa leitura amores!Lua
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A Escolhida (Completo)
FantasíaApós 16 anos morando em um orfanato, Lucy se vê em frente a uma estranha família que parece querer adota-la. Ela não acha estranho o fato da família se vestir como se ainda estivesse no século passado, também não acha estranho eles quererem adotar...