Eu não sei o que deu em mim, eu só parei de pensar e o beijei. Céus, isso é tão errado! Eu tenho namorado, ou tinha, não sei. Eu não posso continuar com o Jesse depois disso. Por que a) ele não merece. E b) ele corre perigo estando perto de mim. Então eu vou ter que terminar com ele.
Larguei o Daniel e me levantei, ou tentei pelo menos, isso foi um erro. Agora ele vai ter falsas esperanças comigo, ou será que pode haver uma esperança? Eu... não sei o que fazer, eu tenho que terminar com o Jesse, mas, e o Daniel? Daniel me ajudou a levantar, só então percebi que minhas pernas doíam muito. Olhei para baixo, sangue. Parece que quem caiu feio hoje fui eu.
- Você está bem? - Pediu-me ele.
- Não sei. Minhas pernas doem. - Falei-lhe, então ele me pegou no colo. Se minhas pernas não estivessem doendo muito, eu não deixaria, mas eu acho que não conseguiria caminhar.
- Ok. Eu levo você. - Disse ele, comecei a rir.
- Vai ser muito estranho quando encontrarmos os outros. - Falei, ele riu.
- Vai, acho que as pessoas na rua vão pensar que eu ataquei você. - Disse ele rindo.
- Se eles soubessem... - Falei, encostei minha cabeça nele e fechei os olhos, agora que percebi que estou muito cansada.
- Lucy, por favor. Tenta se manter acordada. - Ouvi-o dizer. - Eu não quero ser acusado de atacar você nem nada assim, nem de sequestro. - Continuou, abri os olhos e o olhei.
- Estou cansada. - Falei, ele me olhou preocupado. - Mas vou ficar acordada. Nós podemos ir pra casa quando os encontrarmos? - Pedi então.
- Claro. - Disse ele, ficamos em silencio então, fizemos todo o trajeto de volta para a lanchonete. De vez em quando Daniel me pedia algo para garantir que eu ficasse acordada, algumas pessoas vinham pedir o que tinha acontecido. A resposta era simples, um cachorro enorme nos atacou enquanto passeávamos. E ele foi direto para cima de mim, a pobre Lucy.
Chegamos a lanchonete depois do que pareceu horas, Gabriel e Jesse conversavam com algumas garotas. Nossa, então essa é a preocupação deles comigo.
- Vamos embora. - Sussurrei para Daniel, ele me olhou.
- Não quer se despedir antes? - Pediu-me então.
- Não, já deu pra ver que eles estão ocupados. - Falei, ele assentiu.
- Ok, eu abri o portal pra cá. Se Suzanna vier, podemos ir para casa. - Disse ele. - Vou leva-la para o carro, depois chamo Suzanna.
- Ok. - Falei, ele me levou até o carro e me deitei no banco de trás, fechei os olhos, eu só queria poder dormir. Depois de uns minutos Daniel voltou com Suzanna, não havia sinal de Gabriel, nem de Jesse. E foi assim eu percebi que tinha que terminar com Jesse o mais rápido o possível.
Suzanna se sentou atrás comigo e ficou o caminho inteiro falando comigo, me fazendo perguntas. Tentei responder a todas, mas quando finalmente passamos pelo portal, eu apaguei.
- Lucy, Lucy querida. Acorde! - Ouvi alguém dizer, Suzanna? Ou talvez Cassandra, não sei. Abri os olhos devagar.
- Ah, finalmente. - Ouvi alguém falar, as imagens estavam fora de foco, prestei mais atenção e percebi que estava em meu quarto, deitada na cama.
- O que ouve? - Pedi os olhando, minha família toda estava no quarto, notei alguém sentado ao meu lado. - Mary? - Pedi a olhando, ela sorriu. - Mary, o que você esta fazendo aqui? - Pedi tentando me levantar.
- Não se mecha Lucy. - Ouvi uma voz desconhecida dizer, olhei para o lado e vi um homem.
- Quem é você? - Pedi o olhando.
- Sou o Dr. Michael Irwin, sou o médico da família Hathaway e estou aqui para cuidar de você. - Disse ele.
- O que eu tenho? - Pedi então.
- Se eu estiver certo, nada. Mas é por isso que eu estou aqui. Para ter certeza. - Disse ele. - Agora, abra os olhos. - Disse ele vindo até mim com uma lanterninha. Fechei os olhos quando ele se aproximou.
- Lucy, abra os olhos. - Ouvi Mary dizer.
- Não. Muito claro. - Falei.
- Lucy, abra. - Ouvi Daniel falar.
-Não. - Falei.
- Ei, confia em mim. - Ouvi-o dizer. Abri os olhos, quem sabe assim, termina rápido. A luz me cegou por uns segundos e então sumiu.
- Lucy, está me vendo? - Pediu-me o Dr. Michael, esperei meus olhos se acostumarem a luz novamente.
- Estou. - Falei então.
- Ótimo. - Disse ele. - Lucy está bem, ela terá de tomar o remédio que eu receitei para a dor pelo menos uma vez por dia durante uma semana. - Disse ele. - E é melhor que você fiquei em casa por um tempo Lucy, sem saídas, sem visitas a amigos. Apenas descanse. - Disse-me ele, assenti.
- Ok. - Falei me virando para Mary. - Você vai ficar? - Pedi-lhe, ela sorriu.
- Se você aceitar dividir o quarto comigo. - Disse ela.
- Legal, vamos poder fazer uma festa do pijama. - Falei dando um sorriso.
- Não. Lucy, eu falei para você descansar. E é isso que você vai fazer. - Disse o Dr. Michael, assenti.
- Ta. - Falei. - Quanto tempo você vai ficar? - Pedi para Mary.
- Todo o tempo que você precisar para se recuperar. - Disse ela. - Se os Hathaway's deixarem é claro. - Continuou ela.
- Bem, um bom tempo então. - Ouvi Cassandra falar, sorri.
- Se eu estou bem, tenho que me recuperar do que? - Pedi-lhes. Ninguém respondeu. - O que foi? O que ouve? - Pedi.
- Nada Lucy. É que... bem, você ficou muito tempo desacordada. E nós não sabemos por que ainda. - Disse Mary.
- Quanto tempo? - Pedi.
- Três dias. - Respondeu Daniel. O que? Três dias? Mas, isso é muito tempo, arregalei os olhos.
- Mas isso é muito tempo... - Falei perdendo o folego.
- Calma Lucy. - Ouvi Daniel falar, me virei para ele. Calma? Como ele quer que eu fiquei calma? - É normal ficar um tempinho desacordada depois de encontrar um cão da Madame Guinevere. Os olhos deles são um tanto letais, pois, eles paralisam a caça e podem faze-la ficar desmaiada por muito tempo. Por isso, quanto menos você olhar para eles, melhor. - Disse ele.
- Você tem muita sorte Lucy, se não tivesse corrido assim que percebeu o cão, poderia estar morta agora. - Disse o Dr. Michael.
- Não, morta não. - Ouvi Daniel falar, me virei para ele. - O cão a queria viva, ele teve a chance de mata-la mas não o fez. Ele queria paralisa-la. Seja lá quem contratou a Madame Guinevere, eles querem a Lucy, e eles a querem viva.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Escolhida (Completo)
FantasyApós 16 anos morando em um orfanato, Lucy se vê em frente a uma estranha família que parece querer adota-la. Ela não acha estranho o fato da família se vestir como se ainda estivesse no século passado, também não acha estranho eles quererem adotar...