Psicopata

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O Livro das Criaturas Mágicas era enorme, eu já estava a dias lendo ele e ele parece não ter fim. Já li sobre tudo o que é criatura, um mais esquisito que o outro, mas o livro não acaba! Será que tem como um livro ser eterno? Fechei-o e o atirei em um canto da cama, cansei. Me joguei para trás e me deitei na cama, já estou cansada de ler! Eu preciso de diversão, e já sei onde conseguir, me levantei e fui até o quarto de Suzanna.

- Suze, está ai? - Pedi abrindo a porta.

- Estou! Aqui dentro, vem. - Ouvi-a responder de algum lugar do quarto.

- Ok. - Falei entrando, fechei a porta e fui procura-la. - Onde você está? - Falei olhando ao redor.

-Aqui - Ouvi-a falar, me virei e a vi sair do armário. 

- Você gosta mesmo de ficar ai, não é? - Falei começando a rir.

- É claro - Disse ela dando um sorriso. - É meu cantinho feliz. - Continuou ela vindo até mim. - Já terminou o livro? - Pediu-me ela então. 

- Não. Na verdade, eu me dei uma folga hoje. - Falei lhe dando um sorriso, ela começou a rir.

- Ok, e o que você pretende fazer na sua folga? - Pediu-me ela então. 

- Eu estava pensando em eu, você e o Daniel abrirmos um portal e irmos para o orfanato ver a Mary. - Falei dando um sorriso, Suzanna me olhou e deu um sorriso também.

- E por que o Dan. também? Podemos ir só eu e você. - Disse-me ela.

- Ir aonde? - Ouvi uma voz dizer, me virei e vi Daniel entrar.

- Olha só quem apareceu! - Falei lhe dando um sorriso. - Estávamos falando de você. - Continuei.

- Coisas boas espero. - Disse ele dando um sorriso.

- É claro. Na verdade, eu queria saber se vocês dois iriam ir comigo ao orfanato, eu queria muito ver a Mary de novo. - Falei os olhando, Daniel sorriu.

- É claro que eu vou. - Disse ele piscando para mim. - Podemos aproveitar e dar umas voltas pela cidade, que tal? - Disse ele sorrindo.

- Claro, você vem Suze? - Pedi me virando para ela, ela nos olhou e depois assentiu.

- Ok, mas eu quero fazer compras. - Disse ela antes de caminhar até a porta. - E então? Vocês querem ir ou não? - Pediu ela, sorri. É claro que quero, pensei antes de ir atras dela.

Fomos até a garagem, Daniel achou que seria melhor aparecermos lá com um carro, me sentei na frente com Daniel e esperei Suzanna se juntar a nós. Quando ela apareceu não estava sozinha, Gabriel a acompanhava e sorria, ele me viu e acenou. Me virei para Daniel.

- O Gabriel vai conosco? - Pedi o olhando, ele me olhou e espiou pela janela.

- Espero que não. - Disse ele ligando o motor do carro. 

- Ei Lucy! - Ouvi Suzanna falar, me virei para o lado a tempo de vê-la chegar ao carro e entrar no banco de trás. - O Gabi vai com a gente, okay? - Falou-me ela então, Gabriel entrou no carro e se sentou ao seu lado.

- Hum, ok. - Falei. Mas o que o Gabriel quer no orfanato? Olhei para Daniel e dei de ombros. - Lá vamos nós então. - Falei e sorri, isso vai ser divertido.

Estacionamos na rua em frente ao orfanato, sai do carro e fui em direção do portão. O abri devagar e entrei. Suzanna, Daniel e Gabriel me seguiram em silêncio.

- Mas então, o que nós vamos fazer além de ver a Mary? Vamos sair? Encher a cara? - Pediu Gabriel, me virei para ele e ergui uma sobrancelha. - Não? - Disse ele então. - Ok.

Balancei a cabeça e continuei caminhando, fui em direção a entrada mas não vi ninguém pelo caminho, estranho, normalmente muitas garotas vagavam por ai. Fui até a porta e bati, ninguém atendeu. Bati de novo, silêncio.

- Cade o pessoal? - Ouvi Daniel dizer.

- Não sei. - Falei. Senti um calafrio, alguma coisa muito ruim aconteceu aqui. Me virei para eles, ninguém mais sorria. - As janelas estão abertas. Aconteceu alguma coisa lá dentro. Não é possível não ter ninguém aqui, sempre tem. - Falei os olhando.

Me virei e abri a porta, entrei na sala. Não havia ninguém, o silêncio era perturbador e ninguém parecia ser capaz de falar. Subi a escada e fui em direção dos dormitórios, estavam vazios também, e foi só então que eu percebi que as cortinas eram negras. 

- Alguém morreu aqui... - Sussurrei. Daniel veio até mim e me abraçou.

- Calma Lucy. Talvez eles só tenham mudado a decoração. - Disse ele ao me soltar. 

- Não. Eu conheço os costumes daqui. Quando alguém morre ou está muito doente, eles colocam as cortinas negras. Sempre foi assim. - Falei me afastando de Daniel e saindo do dormitório. Desci a escada novamente e fui até a cozinha, encontrei Suzanna mexendo nas prateleiras.

- Não meche Suze. - Falei indo até ela.

- Ah, desculpe. - Disse ela se afastando de tudo e indo até a porta que dava para o jardim. - Não tem ninguém aqui, então vou sair um pouquinho, ok? - Continuou ela. - Qualquer coisa, me chama. - Disse ela antes de fechar a porta atrás de si, e então eu fiquei sozinha. Me sentei em uma das cadeiras perto do antigo fogão e me apoiei na cadeira, o que será que aconteceu? Era para nós mantermos contato, e agora eu estou aqui, sozinha olhando o nada. Ouvi um barulho vindo de fora e me levantei, o que será que a Suzanna está fazendo lá fora? Fui até lá a tempo de vê-la vir correndo em direção do orfanato.

- Suze? O que ouve? - Pedi-lhe quando ela chegou até mim.

- Lucy, tem um maluco aqui! Ele começou a gritar comigo, e depois veio atrás de mim.

- Que? E cade ele? - Pedi olhando ao redor. 

- Lucy, eu sou uma bruxa. Eu fiz ele cair e sai correndo ué. Não sei aonde ele está. - Disse ela, ri. 

- Isso ai. - Falei saindo da casa e indo em direção ao jardim.

- Lucy, aonde você vai? Está maluca? Ele vai ir atrás de você, ele pode ser um psicopata. Vai saber. - Disse ela me seguindo. 

- Como você mesma disse, você é uma bruxa. Deveria ter mais coragem. Deve ser só alguém que vem aqui as vezes e estranhou ver uma desconhecida rondando. - Falei calmamente.

- É, deve ser. Tomara que seja. - Disse ela me seguindo. Comecei a rir, a coragem dessa garota é inspiradora. 

Ouvi alguém gritar e me virei, sorri e corri até a pessoa que vinha em nossa direção. O psicopata da Suzanna não é tão perigoso assim, pensei ao me jogar em seus braços.

- Jesse! - Falei lhe dando um forte abraço, sorri quando ele me abraçou de volta. É tão bom finalmente encontrar alguém aqui.

A Escolhida (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora