Casos

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Isso não pode estar acontecendo. A mim? Eles querem a mim? Mas, eles quem? Me virei para Mary, ela encarava Daniel como se ele tivesse acabado de anunciar o fim do mundo. Todos ficaram em silêncio.

- Eles quem? - Arrisquei pedir.

- Não sabemos. - Respondeu-me Cassandra. - Mas não temos certeza de nada. Vamos tomar as devidas precauções, mas a principio, não há nada com o que se preocupar. - Continuou ela. A olhei e assenti, se ela diz que não há com o que se preocupar, eu não vou me preocupar. 

- Hum, então... Posso me mexer agora? - Pedi olhando para o Dr. Michael. Ele assentiu.

- Poder pode, mas se doer, pare. - Disse ele. - Bem, vou indo agora. - Disse ele indo até Cassandra. Eles saíram do quarto para conversar, Gabriel saiu logo em seguida.

- Lucy, - Ouvi Suzanna dizer ao se aproximar da cama. - você está se sentindo bem? Está com dor? Talvez possamos dar o seu remédio agora... 

- Não precisa. - Falei tentando me levantar, meu corpo parecia três vezes mais pesado que o normal. - Céus, o efeito do cão ainda não passou? - Pedi. - Quanto tempo demora? Por que não é possível...

- O efeito demora um pouco para passar. Da última vez passou com aquele chá, posso pedir pra minha mãe fazer, o que acha? - Pediu-me Daniel.

- Ta, pode ser. - Falei, então ele se levantou e saiu. Fiquei o observando ir embora, Suzanna o seguiu. Me virei para Mary então. 

- E você, está bem? Jesse me contou o que aconteceu no orfanato... - Falei.

- Ah, sim. É, eu estou bem. - Disse ela.

- E como está a Srta. McCartney? - Pedi-lhe então.

- Se recuperando. Foi terrível o que aconteceu a ela, até agora eu não entendi o que eles queriam. - Disse ela.

- Você ouviu o que eles procuravam? - Pedi-lhe então.

- Eles queriam os seus documentos Lucy. Eu sinto muito, mas você está em perigo sim. Não deve acreditar em tudo o que te dizem aqui, mesmo sendo a sua nova família. Eles farão de tudo para que você se sinta segura, mas talvez seja bom que você saiba a verdade. Que você não se deixe levar pela falsa esperança de segurança. - Disse ela, a olhei por uns segundos e então me deitei contra o travesseiro e fechei os olhos. Cade o Daniel com aquele chá? 

- É tão bom ver você Lucy. - Ouvi Mary dizer, sorri.

- Também é muito bom ver você Mary. - Falei ao abrir os olhos novamente. - Assim que eu conseguir me mexer de novo, vamos fazer uma festa do pijama, eu, você e a Suzanna. - Falei e dei um sorriso. Ela riu.

- Ok. Mas agora, eu vou deixar você descansar. E logo logo o Daniel vai aparecer com o chá. Seja boazinha com ele. E tente tomar o chá, e bem, tome o chá, os beijos ficam pra depois. - Disse ela, arregalei os olhos.

- Você ta maluca? Eu to com o Jesse! - Falei.

- Ué, eu percebi como você e o Daniel se olham. Se você ainda ta com o Jesse, eu te aconselho a terminar com ele logo. - Disse ela, suspirei.

- E eu vou. - Falei, a vi dar um sorriso malicioso. - Não, não é o que você está pensando. - Falei. - Eu vou terminar com ele por que percebi que não tem mais sentido ficarmos juntos. Sei la, não sei explicar.

- Mas eu sei. - Disse ela. - Você não vai terminar com ele só por isso. Você vai terminar com ele por que gosta do Daniel. Assume logo. 

- Besteira. - Falei, ela riu. 

- Se é besteira, por que você está ficando vermelha? - Pediu ela.

- Não estou não. - Falei. 

- Não, claro que não. - Disse ela rindo. 

- Se eu conseguisse me mexer... 

- O que você faria? Me transformaria em um sapo? - Disse ela.

- Ha Ha Ha. Quem te contou? - Pedi-lhe.

- Cassandra, quando ela foi me buscar no orfanato. - Disse ela, ergui uma sobrancelha.

- Ela simplesmente foi até você e lhe contou? Qual é, eles demoraram dias pra me contar! - Falei.

- Hum... Mas como você passou pelo portal então? - Pediu ela.

- Bem, eu dormi. - Falei, era riu.

- A sua cara isso. - Disse ela, eu ia responder mas então Daniel entrou no quarto, com uma bandeja e comida.

- Essa comida é pra mim? - Pedi quando ele colocou a bandeja na cama.

- É para as duas. - Disse ele. - Mas primeiro, você vai tomar o chá. - Falou ele se sentando na cama e me estendendo uma xícara. A peguei e tomei o chá, acho que nunca tomei um chá tão rápido assim, considerando é claro, as vezes em que eu o jogava fora. Terminei o chá e peguei um potinho de sorvete, não sei se faz bem chá e sorvete, mas qual é. Eles não podem colocar sorvete na minha frente e esperar que eu não coma. Percebi Mary me olhando e a encarrei.

- Que? - Pedi-lhe, ela riu.

- Nunca vi você tomar um chá tão rápido. - Disse ela rindo.

- Ué, você ouviu o que ele disse, primeiro o chá, depois a comida. - Falei.

- Não foi bem isso o que eu quis dizer... - Disse ele mas o interrompi.

- Ta, tanto faz. Foi o que eu deduzi. - Falei pegando um pedaço de torta.

- Acho que ela está se recuperando bem. Esse chá faz milagre? - Pediu Mary, a olhei e mostrei a língua, ela riu. - Bem, já que você está em boas mãos agora, vou dar umas voltas. Conhecer a casa, etc. - Disse ela.

- O quarto do Gabriel fica no fim do corredor, caso você se perca. - Falei, a vi ficar vermelha e comecei a rir.

- Não entendi o que você quis dizer. - Disse ela antes de se virar e ir embora. Olhei para Daniel que me encarrava.

- Que? - Pedi fazendo uma cara de inocente.

- Mary e Gabriel? Sério? - Disse ele, sorri. 

- E por que não? - Pedi.

- Coitada da Mary, que destino terrível você esta preparando para ela. - Disse ele.

- Eu? Quem gosta dele é ela, eu só to dando uma ajudinha. - Falei.

- Você realmente quer empurra-la para cima do meu irmão? - Pediu ele.

- Sim. - Falei. - E você vai me ajudar.

A Escolhida (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora