Cão?

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Lucy narrando.

Decidimos ir até a padaria do Sr. Avilla, lá poderíamos esperar por Jesse e era bem no centro da cidade. Perfeito para os dois lados. Entrei no carro e me sentei atrás com Suzanna, me recostei no banco e a olhei.

- Suze. - Sussurrei-lhe, ela me olhou e se aproximou.

- O que? - Pediu-me ela.

- Você não achou muito estranho o que aconteceu no orfanato? Para alguém saber aonde fica a biblioteca ou, até mesmo o quarto da Srta. McCartney, essa pessoa já teria que ter entrado no orfanato antes. Nem que tivesse sido somente uma vez. - Falei, ela assentiu.

- Eu concordo. Mas não queria falar nada perto do Jesse. - Disse ela, a encarei. - Não me leve a mal Lucy, mas eu tenho um mau pressentimento sobre ele. - Continuou ela, Daniel ligou o carro.

- Hum, Lucy. - Disse ele, me virei para encara-lo.

- Sim? - Pedi.

- Vou precisar que você me indique o caminho. - Disse ele, sorri.

- Claro. - Falei, me virei para Suzanna então. - Continuamos depois. - Sussurrei antes de me virar para a frente e ir para mais perto do banco dianteiro.

O resto da tarde até que foi tranquila, tomamos sorvete e eu experimentei varias comidas que nunca tinha tido oportunidade de comer. Daniel ficou meio distante o tempo todo, não entendi bem mas resolvi deixar isso de lado. Converso com ele depois. Me levantei para ir ao banheiro, pedi a Suzanna se ela queria ir, mas ela estava ocupada paquerando um amigo do Jesse que trabalhava na lanchonete em que estávamos. Fui em direção do banheiro, ele era bem afastado da nossa mesa, e ficava ao lado de uma porta para saídas de emergências. Estranho, por que alguém faria um banheiro ao lado da porta de emergência? Entrei no banheiro e me olhei no espelho, meu cabelo estava todo despenteado. Tentei arruma-lo um pouco, mas desisti quando vi que não ia dar certo. Sai do banheiro, comecei a caminhar em direção a mesa quando percebi que a porta de emergências estava aberta. 

Sai, não tinha ninguém lá fora, me parei e olhei ao redor, quem será que abriu a porta? Me virei para entrar na lanchonete novamente e vi a porta se fechar na minha cara. Tentei abri-la mas não consegui, ela parecia emperrada. Que droga, essas coisas só acontecem comigo, pensei enquanto começava a caminhar em direção a entrada da lanchonete. Vai ser interessante explicar como eu fui ao banheiro e acabei voltando pela porta da frente. Ouvi um barulho e me virei, tem alguma coisa aqui... Ouvi algo parecido com um rosnado, meu Deus, só o que me faltava ter um animal aqui. Olhei ao redor novamente e sai correndo, talvez isso não tenha sido o aconselhável, percebi quando uma especie de cachorro saiu de trás de uma lata de lixo e começou a correr atrás de mim. Certo, agora eu estou com sérios problemas.

Sai correndo, para onde eu vou? Não posso voltar para a lanchonete, não posso levar a criatura para eles. Parei de correr, céus, eu não aguento correr tanto, Tá, eu nem corri tanto assim, mas eu to usando salto, não é fácil.

Vi a criatura se aproximando, seus olhos vermelhos estavam vidrados em mim e me olhavam com sede de sangue. O meu sangue. Ai caramba, então eu corri, corri o mais rápido que consegui e não parei enquanto atravessava a cidade, não parei quando as pessoas tentaram me parar na rua para saber do que eu estava correndo, e não parei quando o meu namorado gritou para que eu parasse dizendo que eu estava ficando louca. Falando nisso? Aonde estão os meus irmão queridos? Pelo que parece, dessa vez eu estou sozinha.

Eu só continuei, afinal, como eu poderia explicar às pessoas que estava fugindo de uma criatura que só eu conseguia ver? Por que, ao que parece, ninguém mais consegue ver esse cão infernal. Ou pior, como eu poderia parar de correr sem correr o rico de, hã, sei lá, morrer talvez? 

A Escolhida (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora