A Escolhida (Completo)

De volta para casa

Suzanna narrando.

Pensei ouvir um barulho no andar de baixo, tirei os fones e fui para a porta. A música vinha alta da sala, desci as escadas e vi Lucy dançando, pela casa. Ela não me viu, dei um sorriso e me virei para subir as escadas e voltar para o quarto. É bom saber que ela está se sentindo em casa. Tentei não fazer barulho e me fechei dentro do quarto novamente.
Peguei o celular ma gaveta da comoda, precisamos comprar um para Lucy, e então procurei o número do Gabriel.
- Oi, esse é celular do Gabriel, você sabe o que fazer.
Click. Odeio quando isso acontece. Porque ele não pode simplesmente me atender? Joguei o celular na cama e fui até a escrivaninha, eu ainda tenho que fazer uma redação de 500 palavras para amanha. Comecei a escrever mas fui interrompida por uma pequena luz roxa. Pensei estar vendo coisas mas então percebi que na verdade era meu colar, o tirei e o ergui na minha frente. Alguém tem que estar fazendo magia ou algo do tipo na casa, mas só eu e Lucy estamos aqui. LUCY!
Ai meu Deus! Será que ela...? Pulei da cadeira e desci para a sala correndo, cheguei na sala a tempo de vê-la entrar em um portal.
- Mas que merda! - Gritei indo até o portal, mas ele se fechou quando eu tentei entrar. A porta se fechou na minha cara e eu cai para trás, me levantei e estendi a mão para a porta. A familiar luz roxa brilhou e o portal se reabriu, caminhei para a luz.
- Me leve até Lucy. - Falei enquanto era levada para o desconhecido.

Lucy narrando.

Comecei a gritar e fechei os olhos, eu vou morrer. Ou será que ja morri? Abri os olhos mas não vi nada além do branco, olhei ao redor, o bom disso, é que eu ja sei como o superman se sente quando voa. Vi ao longe algo... seria verde? Não, preto. Comecei a gritar novamente, mas então parei de cair. Tinha algo parecido com um portão na minha frente, todo negro e vento entrava por ele.
Dei um passo a frente e estendi a mão, ela entrou na escuridão e algo encostou nela. Puxei-a, olhei ao redor e decidi sair dali, comecei a caminhar e entrei na escuridão. A primeira coisa que eu senti foi o vento, depois percebi as arvores e quando olhei ao redor, perdi o folego ao ver no orfanato. Eu tinha voltado para casa.
Comecei a caminhar em direção ao orfanato mas parei quando uma luz iluminou tudo ao meu redor, me virei e vi Suzanna sair do mesmo "buraco" de onde eu sai.
- Suzanna! - Gritei indo até ela e a abraçando.
- Lucy, que bom que eu encontrei você! - Disse ela me encarrando. - Como você veio parar aqui? - Pediu ela olhando ao redor.
- Não sei, me diz você ja que chegou da mesma forma. - Falei a encarrando.
- Ah, bem, eu não sei se ainda vale a pena tentar esconder. Então vou dizer logo. Você, de algum jeito, abriu um portal e veio para cá. - Disse ela começando a caminhar e me puxando.
- Portal? Aham, sei. - Falei a seguindo. - Aonde você vai? - Pedi a ela.
- Ao orfanato ué, não temos como voltar para casa. Vamos pedir um telefone emprestado, e ligar pro Gabi.
- Hãm, okay. - Falei a seguindo. Suzanna começou a caminhar em direção a sala do orfanato, mas a puxei em direção a porta da cozinha.
- Lugar errado. A cozinha é o único lugar em que encontraremos alguém agora. As cozinheiras e as irmãs estão lá. Eu espero... - Falei. Nos paramos em frente a porta e eu bati. Ouvimos vozes mas ninguém veio até a porta.
- Será que elas não vão abrir? - Sussurrou Suzanna ao meu lado.
- Eu não sei Suze, nós nem mesmo deveríamos estar aqui. Você sabe, por causa da hora, de termos onde morar, e ter um murro enorme cercando a propriedade, além de o portão estar trancado. - Falei a olhando. Bati de novo na porta.
- Irmã Luciana?! Alguém pode abrir a porta por favor? Sou eu! Lucy! - Gritei batendo na porta.
- Já chega Lucy. - Disse Suzanna me segurando pelo braço. Olhei para ela e parei. Ouvimos vozes vindo de dentro do orfanato e logo a porta se abriu mostrando a Srta. McCartney parada na porta.
- Lucy! Mas o que vocês estão fazendo aqui? - Pediu ela olhando para mim e Suzanna. Em seguida, elas nos puxou para dentro e fechou a porta.
- Saímos um pouco e acabamos nos perdendo. - Disse Suzanna olhando para a Srta. McCartney inocentemente. Ela me olhou desconfiada e eu assenti com a cabeça concordando.
- É verdade Srta. McCartney. Então, quando eu vi que estavamos perto do orfanato pensei que poderíamos vir aqui pedir um telefone emprestado para ligarmos para o Gabriel vir nos buscar. - Falei rapidamente olhando para ela. Fiz minha melhor cara de inocente.
Ela me olhou com cuidado e depois nos convidou para ir ao seu escritório. Quando chegamos lá, a Srta. McCartney nos deixou nas poltronas e foi procurar um telefone.
- Acha que ela vai ligar pra mamãe? - Pediu Suzanna me olhando. - Eu prometi que cuidaria de você, e olha só! - Disse ela erguendo as mãos - Um bom trabalho o que eu fiz! - Disse ela me encarrando. - Desculpe. - Disse ela me olhando tristemente.
- Pelo que? Não tem problema...
Falei a olhando. Ficamos em silencio por um tempo até que a Srta. McCartney entrou no escritório.
- Aqui. - Disse ela estendendo um telefone para Suzanna.
- Obrigada. - Disse ela dando um sorriso para a Srta. McCartney. Logo depois ela se levantou e saiu do escritório com o telefone. Fiquei la sentada com a diretora em silencio por um tempo.
- Então Lucy. Se eu soubesse que você sairia por ai a meia noite com sua irmã adotiva, não sei se deixaria você ir morar com os Hathaway's. - Disse ela me olhando séria.
- Ah, foi só hoje Sra. McCartney. Verdade, por favor, acredite em mim. - Falei a olhando séria. E, nós estaríamos em casa, dormindo se não tivéssemos nos perdido. - Falei a olhando inocentemente.
- Ok. Acho que eu prefiro acreditar nisso. - Disse ela se levantando e vindo até mim. - Uma pena vocês terem aparecido em uma hora tão... inoportuna. Mary anda com tantas saudades de você, as outras também. - Disse ela pegando a minha mão. - Espero que você esteja feliz em sua nova casa. - Disse ela sorrindo.
- Estou. - Sussurrei para ela dando um pequeno sorriso. - A Srta. Poderia dizer a Mary que também estou com muitas saudades? Diga-lhe que mal posso esperar até o dia em que nos veremos de novo, sim? - Lhe pedi segurando sua mão, ela assentiu.
- Claro. - Disse me ela segundos antes de Suzanna entrar pela porta sorrindo.
- Ele está vindo. - Disse ela entregando o telefone para a Srta. McCartney.
Chegou a hora do adeus, de novo.