Assim que desliguei o celular, resolvi sair do banheiro. Eu vi Patrícia dormindo no colo do Miguel, e ambos estavam sobre a cama. Miguel me olhou com um olhar de decepção, e eu entendi. A culpa é toda minha mesmo.
Miguel: Ana, me perdoe pelas palavras da Patrícia. Você não tem culpa de nada.
Ana: Miguel, a culpa é toda minha mesmo. Você sabe disso. Se eu não tivesse ido morar com vocês, vocês estariam bem, e não aqui, presos.
Miguel: pequena, não se culpe. Você não tem culpa de ser filha dele. Muito menos dos atos dele. Venha até aqui. - eu fui e me abaixei para sentar no chão, mas ele não deixou, ele colocou a Patrícia deitada na cama, se levantou e me puxou para um longo beijo. Fomos para o banheiro e fechamos a porta. Fizemos ali mesmo, mas fazendo de tudo para não fazer bagunça.
Narrado por Caroline
Ana me deixou assustada com aquela ligação, mas como uma boa amiga, eu vou ajuda - la nessa. O pai dela sempre aparentou ser tão bom, acho que ele não deve ter feito isso, mas seja lá quem for que estiver fazendo isso, vai pagar. Chamei Brenda e umas quatro amigas para um pequeno plano, chamei também uns três meninos, André, Breno e Fábio. Fomos colocar o plano em ação. As quatro da tarde estávamos postos cada um em um lugar na rua. Compramos algumas caixas de biscoito e as meninas e eu nos vestimos de estudantes sexy que vendem biscoitos. Brenda e eu pegamos o carrinho e fomos até lá. As outras meninas ficaram fingindo estar conhecendo a rua. Brenda e eu chegamos na porta e eu bati. Ele abriu a porta e nos olhou com desejo.
José: Olá garotas, em que eu poderei ser útil?
Brenda: Boa tarde senhor. Nós duas e algumas amigas nossas que estão vindo estamos vendendo biscoitos para poder pagar a nossa viagem da escola, então gostaria de saber se o senhor não gostaria de comprar uma caixa.
José: quanto custa cada caixa?
Caroline: cada caixa sai por sete reais, e fazemos quatro por vinte e cinco.
José: nossa, vocês devem ganhar muito pouco pra conseguir pagar a viagem.
Brenda: exatamente senhor. - ela falou empurrando ele pra dentro. Segui ela e as meninas viera atrás. - percebi que o senhor está sozinho. É casado?
José: solteirinho da Silva.
Caroline: então não se importaria de pagar por uma tarde com a gente. Somos seis, então o senhor pode escolher duas de nós.
Brenda: vamos fazer por cento e cinquenta e damos uma caixa de biscoito de brinde!
José: ok. Eu quero você - apontou para mim - e você - apontou para uma das garotas que tinha o cabelo com mechas azuis.
Brenda: ok senhor. Então vamos meninas. Ele já escolheu o produto. Ficaremos sentadas na porta e não vamos deixar ninguém entrar aqui.- E elas saíram.
Narrado por Brenda
Saímos dali de dentro e fechamos a porta. Como eu falei, ficamos na porta. Os garotos deram duas voltas ao redor da casa para estuda - la bem.
André: e então, Carol e Tiffany?
Brenda: elas mesmo. Como vamos agir agora?
Fábio: é o seguinte, as meninas vão continuar aqui. Acredito que Ana vai estar neste quarto - apontou para a direita - então vamos começar a jogar pedras na janela. Depois vamos para a outra janela e faremos o mesmo. Meninas peguem cada uma um taco desses. - cada uma de nós pegamos um - quando dermos o sinal vocês entram e batem nesse infeliz com toda a força que tiverem.
Bianca: mas ele é um homem forte. O que impede ele de fazer algo contra nós?
Breno: tudo. Vocês batem e se ele tocar em vocês gritem bem alto. - fomos interrompidos pelos gemidos da Carol.
Fábio: esse infeliz tá comendo minha namorada! - ele olhou para nós com uma cara de indignação que só ele sabia fazer - batam até matar.
Brenda: e vocês vão ficar só na pedrinha?
André: quando a gente souber em que quarto ela está, nós vamos entrar e tirar ela de lá.
Fábio: vamos logo que eu não aguento mais ouvir a Carol gemendo!!! - todos rimos.
Então o plano começou. Os meninos pegaram algumas pedras e começaram a jogar na janela. Fábio logo nos deu um sinal, e quando fomos entrar, José abriu a porta vestindo apenas uma cueca que estava claro que era velha. Batemos nele ali mesmo, e os meninos vieram em nossa direção.
Fábio: mudança de planos! Entrem vocês e nós vamos continuar aqui. - eles pegaram os tacos e continuaram batendo. José implorava para que parassem, mas foi em vão. Alguns vizinhos saíram para ver e ficaram meio chocados com a cena, mas não fizeram nada. Entramos e Carol e Tiffany estavam se vestindo na sala, então ouvimos gritos de ambos os quartos.
Bárbara: vamos nos dividir. Carol, Tiffany e Bianca vão para aquele quarto. Brenda, Laura e eu vamos para esse. - então fizemos de acordo. As portas não estavam trancadas. Então entramos e eles estavam lá.
Narrado por Ana
Miguel e eu tínhamos acabado de sair do banheiro quando ouvimos barulhos de vidros sendo quebrados. Patrícia despertou com o susto, então Miguel e eu começamos a gritar para que parassem. Tive medo de ser atingida. Depois de alguns segundos vi Brenda, Laura e Bárbara entrando depressa no quarto. Miguel pegou a Patrícia no colo e saimos dali. Carol, Tiffany e Bianca com Mariana nos braços. Olhei para a porta e vi meu pai quase moído pelos garotos.
Ana: PAREM! - falei sem poder conter as lágrimas. - a culpa é toda minha. Não machuquem ele.
Fábio: ele fez maldades com vocês, Ana e...
Ana: mas ele é o meu PAI! Eu não tenho culpa disso. Parem com isso, por favor. - E eles pararam.
Miguel: Ana, olha eu...
Ana: vão embora. Por favor. E obrigada Carol. - falei e lhe dei um abraço bem apertado.
Todos saíram dali sem entender bem a minha reação. Peguei meu pai e o coloquei em cima do sofá. Mas tive uma pequena idéia que não faria com que ele tocasse mais em mim.
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Fugindo da Realidade (COMPLETO)
Romance16 anos, estudante, morena... O sonho de ser livre de uma "prisão" talvez estivesse longe de acontecer para Ana. Vivia com seu pai, que a tratava como a pior pessoa do mundo. Será que ela realmente vai conseguir fugir dessa realidade? Acompanhe essa...