Capítulo 25 - Miguel e eu

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Entrei no quarto e fiquei pensando no que fazer. Enquanto pensava, Miguel bateu na porta.

Ana: entre.

Miguel: posso falar com você?

Ana: já está falando. - meu coração batia forte.

Miguel: Ana, você sente algo por mim?

Ana: não. Eu não sinto nada. Que pergunta é essa?

Miguel: Você e Paulo namoram a quanto tempo?

Ana: três dias. E eu sei que o que sinto por ele é mais forte do que o que eu sentia por você. - ele olhou pra baixo e voltou a me olhar em seguida.

Miguel: Você tem certeza sobre o que sente por ele?

Ana: que perguntas são essa hein garoto?

Miguel: curiosidade. - um silêncio reinou entre nós por um instante - Ana, você se lembra do que eu te prometi?

Ana: não.

Miguel: prometi que quando atingisse os dezoito iria pra longe com você, e eu ainda quero cumprir isso.

Ana: Você pirou? E a Brenda? Vai ser mãe solteira? Pensa garoto. Estou bem feliz agora. Paulo é o cara perfeito pra mim.

Miguel: Nada é perfeito. Você sabe.

Ana: essa frase me lembra você, acreditei que você era bom demais até te ver tranzando com minha amiga, ou melhor, sua prima.

Miguel: Você acha que eu ficava bem em saber pra onde minha mãe te levava todas as noites? Eu preferia ter fugido com você do que aguentar aquilo por um ano. Ana eu amo você é não a Brenda. Eu quero você é não ela.

Ana: Você ouviu o que falou? Tá maluco. Tá agindo como o Breno.

Miguel: eu não vou abandonar a Brenda. Eu quero cuidar do meu filho, mas quero cuidar de você também. Quero ter você também.

Ana: garoto... Se manca! Eu estou super feliz com o Paulo, tá ouvindo? Super feliz.

Miguel: por que me trouxe aqui?

Ana: por você ter me ajudado. Eu precisava te recompensar.

Miguel: eu acho que não é isso.

Ana: então você acha que é o que? - ele se aproximou demais e ficou a um palmo do meu rosto.

Miguel: olha nos meus olhos e diz que você não me ama mais. - eu não consigo mentir. Olhei nos olhos dele e tentei.

Ana: eu não... Não... - empurrei ele - some daqui Miguel! Me deixa sozinha.

Miguel:eu sabia. E fico feliz por isso. - ele me deu um beijo na testa e saiu.

Me perdi em pensamentos. Não sabia o que fazer mais. Eu realmente amo os dois. Não sei como, mas amo. Peguei meu celular, meu caderno e meus lápis e sai. Fui andando sem destino e achei a entrada da cachoeira. Fui descendo, e quando cheguei eu vi a queda d'água mais linda de todas. Resolvi procurar um lugar seco e me sentei pra desenhar aquilo. Era maravilhoso.

Ouvi gritos vindo da descida, me assustei, peguei minhas coisas e me escondi. Um cara descia com uma garota de uns doze, treze anos, e quando chegou lá arrancou a roupa dela, tapou a boca dela com a camiseta dela e a estuprou. Lágrimas desciam pelo meu rosto, eu sabia o que ela estava passando, mas não sabia como ajudá - la. Foi doído pra mim ver aquilo. Eu via como se fosse José e eu ali, era difícil demais. Eu queria sumir e ajudar aquela menina.

Ele terminou rápido (brocha desgraçado), pegou ela e bateu muito nela. Peguei o celular e tirei algumas fotos, eu sabia o que estava fazendo. Peguei tudo e subi correndo, fui correndo e chorando até em casa. Miguel estava na porta, e quando eu o vi, larguei tudo no chão e corri para o abraçar.

Fugindo da Realidade (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora